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    FFW x Meio Fio: o que você vai encontrar na mostra do projeto no Teatro Oficina
    FFW x Meio Fio: o que você vai encontrar na mostra do projeto no Teatro Oficina
    POR Redação

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    Do processo criativo ao fim até o recomeço

    por Giuliana Mesquita e Luigi Torre

    Acompanhar o processo criativo dos projetos do Meio-Fio é uma tarefa bastante recompensadora. Entender como grupos de pessoas tão diferentes conseguem trabalhar juntas é inspirador. São vivências, geolocalizações, histórias, backgrounds, gostos, estilos de vida e rolês que, mesmo tão diferentes, se complementam. Nesses 18 participantes, é fácil enxergar que a resistência, cada uma à sua maneira, ainda é a melhor forma de mudar o status quo. Resistência através da arte, da exaltação do que outrora era considerado inferior, da mudança de visão, de valorização de corpos, da beleza diferente, do sacudir tudo e reorganizar, do destruir e criar algo novo das ruínas.

    Furar bolhas invisíveis exige comprometimento, humildade, visão. O Meio-Fio pegou esse desafio e transformou em arte, em exposição, em Mostra. Juntou, forçou, empurrou, esticou. Alguns conceitos caíram por terra. Outros, esses mais importantes, se fortaleceram.

    Os 18 artistas do Meio-Fio 2017 não estão ali à toa. Foram escolhidos por já estarem promovendo mudanças significativas no cenário caótico que a cidade, o país e o mundo vivem. Sua arte já era a resposta. O Meio-Fio chega para aumentar o volume dessas vozes e potencializar seus poderes de mudança.

    A Mostra Meio-Fio 2017 é fruto de tudo isso. Em seis horas de evento, moda, arte e design vão se misturar, se complementar, se substituir. O Teatro Oficina não poderia ser locação melhor: marco importante da história da dramaturgia brasileira e agora em evidência novamente pelo possível destombamento, o espaço idealizado por Lina Bo Bardi transpira resistência. Anote a data: dia 16.12, às 16h.

    Os quatro projetos idealizados, construídos e produzidos pelos 18 participantes do Meio-Fio são fruto de muito suor, noites sem dormir, stress. Foram algumas semanas para destruir e construir sua São Paulo. O seu Meio-Fio, onde eles andam, produzem, dão rolê e — principalmente — vivem. A cidade de São Paulo tem uma força que te engole ou te cospe pra fora. A minha, a sua, a deles. E é dessa experiência antropofágica que nasceram esses quatro projetos. Conheça cada um deles aqui.

    Para Charlotte Maluf Obrigado por Tudo.

    Por Ana Arietti, Flávia Madeira e Ivana Wonder

    A Casa 1 é um centro cultural e de acolhimento LGBTQIA+ localizado no centro de São Paulo, que tem se tornado um dos espaços mais importantes da cidade no que diz respeito a práticas educacionais, sociais e políticas ligadas à comunidade.
    Para dar voz e fazer visíveis aqueles que muitas vezes são invisíveis para sociedade, Ana Arietti, Flávia Madeira e Ivana Wonder, propuseram um intercâmbio cultural entre artistas e moradores da Casa 1.

    Para o espaço, o grupo convidou artistas e profissionais relacionados à arte, beleza e moda, para realizarem bate-papos, palestras, oficinas e ações com o público da Casa 1 e sua rede. Questões como identidade, performatividade e subjetividade foram pauta da programação. O resultado dessa jornada de empatia e troca é um mini-documentário e uma performance, a serem apresentados na Mostra Meio-Fio 2017, que retratam de forma sensível e visceral a potência criativa desses corpos.

    00:00

    Por Ariana Milliorini, Anna Mascarenhas, Camila de Alexandre, Igi Ayedun e Renato Custódio

    Viver o ritmo imposto por São Paulo é encarar uma relação de temporalidade imprevisível. Os ponteiros dos relógios se movimentam numa velocidade paradoxal e os segundos, minutos e horas podem ser percebidos e experimentados de diversas maneiras. É essa relatividade do tempo dentro da cidade que interessa Renato Custódio, Anna Mascarenhas, Camila de Alexandre, Igi Ayedun e Ariana Miliorini.

    O projeto “00:00” consiste em quatro instalações, cada uma representativa de um contexto diferente. São fragmentos e perspectivas do tempo na cidade. Através da utilização de variados formatos e narrativas, os artistas convidam o público a experimentar as sensações que o tempo provoca no processo de viver e existir em uma metrópole como São Paulo.

    Identidades

    Por Ariel Nobre, Anne Oliveira, Caroline Rycca Lee, Iris Ingrid e Solenn Robic

    Numa sociedade moldada por imposições sociais e culturais, é indispensável buscar alternativas para reagir e manter as suas identidades vivas. “Identidades”, projeto de Anne Oliveira, Iris Ingrid, Ariel Nobre, Caroline Ricca Lee e Sollen Robic, fala justamente sobre isso. Todas as pessoas do grupo reivindicam (ou tem desconfortos) com identidades e o direito à memória. A ideia é vestir o espaço com afeto e reivindicar o acesso à vida para grupos historicamente minorizados através da moda e da arte.

    O trabalho consiste em um desfile-performance idealizado por pessoas que têm suas diferenças expostas na própria pele, no próprio corpo e nas suas histórias. A passarela é o meio escolhido por eles para conectar suas múltiplas habilidades e celebrar a diversidade de corpos desviantes e historicamente minimizados. Com roupas garimpadas nas periferias São Paulo, a apresentação será narrada como uma poesia de afeto e resistência e terá como cenário uma instalação transmutante.

    Deslocamento – Da voz ao movimento

    Por Badsista, Marcelo Moraes, Mel Duarte, Renata Prato  e Lidia Thays

    O “Passinho do Romano” é uma dança criada no Jardim Romano, Zona Leste de São Paulo. Com movimentos originários no funk da periferia, se transformou num movimento sociocultural que rompeu limites geográficos, penetrou classes e se transformou num fenômeno agregador dentro de uma sociedade polarizada. O projeto “Deslocamento – Da voz ao movimento” tem o intuito de resgatar e celebrar as raízes do “Passinho do Romano” e explorar a sua relação e impacto na cultura de São Paulo.  A partir da realização de um “Aulão” que será realizado no dia da exposição “Meio-Fio 2’017”, os artistas desenvolverão um minidocumentário com imagens da apresentação, entrevistas com personagens importantes e os reflexos do público.

    A Mostra Meio-Fio acontece no dia 16 de dezembro, das 16h às 22h, no Teatro Oficina. Entrada gratuita. Aberto ao público.

    Siga o @meiofio nas redes sociais e leia todas as colunas do projeto no FFW aqui.

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