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    FFW faz tour pela sede da Nike e conhece Air Max Zero, novo (e velho) membro da família Air Max
    FFW faz tour pela sede da Nike e conhece Air Max Zero, novo (e velho) membro da família Air Max
    POR Redação
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    Ícones da família Air Max, que ganha um novo (e velho) membro: o Air Max Zero ©Divulgação

    Tenho uma confissão a fazer: até o dia 11 de março, quando recebi o convite da Nike para viajar à sede mundial da empresa nos Estados Unidos e conhecer em primeira mão o Air Max Zero, um dos maiores lançamentos da marca para 2015, eu não tinha ideia do que era um Air Max.

    A cultura sneaker simplesmente nunca fez parte da minha vida. Nenhuma cultura que envolva calçados, na verdade. Para uma pessoa que trabalha como jornalista de moda, eu sou surpreendentemente tranquila quando o assunto é sapato. Tenho as minhas preferências, é claro; mas acredito que dá para ter uma noção do meu estilo quando digo que sou mais Repetto do que Louboutin. Por isso, esta oportunidade ajudou – e muito – a ampliar meus horizontes.

    O FFW foi o veículo brasileiro convidado para essa press trip, que também tinha representantes da imprensa do México, Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão, entre outros. Viajei para Oregon, mais especificamente Portland, acompanhada da gerente de comunicação da Nike no Brasil, Renata Botelho, que me guiou durante todo o “intensivão sneakerhead” sem cobranças ou julgamentos – nem quando o grupo de jornalistas foi conhecer a sede da empresa e eu era a única pessoa dentro da van que não estava com um sneaker da marca nos pés. #teamsapatinhopreto.

    A visita ao campus da Nike

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    A entrada da sede mundial da Nike em Beaverton, Oregon, nos Estados Unidos ©Divulgação

    A programação oficial começou com um rápido passeio pela sede mundial da Nike, apelidada de “Nike campus”, que fica em Beaverton, a cerca de 20 minutos de Portland. O apelido é justificado: a sensação que se tem lá dentro é muito mais de universidade do que de ambiente corporativo. Nós demos sorte e pegamos inusitados dias de sol durante o normalmente gelado e chuvoso inverno. No horário de almoço, dava para ver várias das pessoas que trabalham no local aproveitando o tempo bom para sentar-se às mesas do lado de fora dos prédios.

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    Um jardim japonês repleto de cerejeiras no meio do campus celebra a parceria da marca com a companhia nipônica Nissho Iwai, que apoiou Phil Knight durante os primeiros anos da Nike ©Sarah Lee

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    Olha só quem encontramos na sede mundial da Nike: Ronaldo Fenômeno, homenageado com uma estátua e com dois campos de futebol ©Sarah Lee

    Aberto em outubro de 1990, o campus é cercado de verde – a maioria das árvores nativas foi mantida durante a construção do complexo, que ainda ganhou um lago artificial repleto de aves que circulam livremente. Um momento engraçado foi mais tarde, quando os jornalistas convidados já estavam reunidos na sala de apresentação do Air Max Zero, todos sentados em um pequeno círculo ao redor do vice-presidente de conceitos criativos Tinker Hatfield, em silêncio absoluto para ouvir o que o lendário designer da Nike tinha a dizer sobre o lançamento… E um grupo de marrecos decidiu que aquele era o momento e o lugar perfeitos para bater um papo, grasnando alto e em bom som, separados de nós apenas por uma fina porta de vidro.

    Não tivemos tempo de visitar o campus inteiro – são quase 186 mil metros quadrados de extensão -, mas deu para ter uma boa ideia do tamanho da operação. Só o Nike Sports Center, aberto para utilização dos funcionários e suas famílias, tem espaço para uma enorme piscina adulta e uma infantil, playground, muro de escalada, campo de prática para tacadas de golfe, estúdio de spinning, estúdio de Pilates, sala de musculação, sala de treinamento atlético e outras instalações voltadas para saúde e fitness. E esse é só um dos centros de lazer. Ainda tem toda a parte onde é feito o trabalho, como o Nike Sports Research Lab e o Nike Kitchen, áreas de acesso super restrito voltadas para pesquisa, design e desenvolvimento de novos produtos.

    A história do Air Max e o (re)nascimento do Air Max Zero

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    A imprensa em torno de Tinker Hatfield, vice-presidente de conceitos criativos da Nike ©Dvulgação

    Após o tour, fomos levados para a sala de apresentação do Air Max Zero, onde aguardamos ansiosamente a chegada de Tinker Hatfield, nome por trás de ícones como o Air Max e o Air Jordan (detalhe: nosso horário previsto para a entrevista com Hatfield foi alterado de última hora para encaixar uma viagem dele a Las Vegas, onde ele iria se encontrar com Michael Jordan). Enquanto esperávamos, pudemos aprender sobre o desenvolvimento de cada um dos modelos desde o Air Max 1 até o Air Max 2015. Tudo para contextualizar o lançamento do Air Max Zero, que é, ao mesmo tempo, o mais novo e o mais velho membro da família Air Max.

    Os sneakerheads já devem saber: nos anos 1980, à medida em que a tecnologia de amortecimento Air da Nike ia sendo aprimorada e as cápsulas de ar no interior dos tênis iam ficando maiores, Hatfield sentiu a necessidade de expor ao público o conceito de “andar sobre ar”. Uma passagem pela França, então, lhe serviu de inspiração. “Tenho a lembrança de viajar e, na condição de arquiteto, estar atento a exemplos novos e interessantes de arquitetura pelo mundo. Fui a Paris para ver a cidade, mas também para visitar o Centro Pompidou. O Pompidou é um prédio virado pelo avesso, com uma camada de vidro por baixo. Tudo está exposto – desde a tubulação de calefação e ar condicionado até as escadas rolantes e elevadores. Dá para enxergar tudo”, ele descreve.

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    Tinker Hatfield mostra o croqui do Air Max Zero que desenhou há quase 30 anos. No detalhe, o sketch original e o resultado final ©Divulgação

    “Fiquei com aquela imagem na cabeça. Voltei para Oregon e me reuni com os técnicos que estavam trabalhando em cápsulas maiores de Air. Contei a eles o que estava pensando. Falei de um edifício sem igual no mundo, e falei da tecnologia. Talvez pudéssemos pegar a nossa tecnologia e deixá-la exposta, criando um tênis como nenhum outro.”

    Tinker Hatfield se sentou diante da prancheta e deu vida ao conceito do Air visível, que hoje caracteriza todos os itens da linha Air Max. Mas havia um pequeno problema: seus primeiros sketches, dentre eles o que está sendo lançado agora como Air Max Zero, eram tão avançados que, naquele momento, não podiam ser produzidos. “Em muitas formas, o modelo estava à frente de seu tempo”, diz ele. “Não apenas por causa da aparência, mas também pela estrutura. A tecnologia e os materiais disponíveis na época não eram avançados o bastante para executar aquela visão original.” Diante dessa realidade, ele se viu forçado a reinterpretar o desenho, resultando no Air Max 1, de 1987.

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    Tinker Hatfield e Graeme MacMillan conversam sobre o Air Max Zero ©Divulgação

    Demorou quase 30 anos para a proposta original ser redescoberta, o que aconteceu quando a equipe de design da Nike Sportswear buscava fontes de inspiração para comemorar o Air Max Day e encontrou o esboço de Hatfield. O designer Graeme McMillan, entrevistado da “FFWMAG” 37, foi o encarregado de tirar o Air Max Zero do papel, mantendo a proposta original de oferecer o máximo de conforto, mas acrescentando as mais recentes inovações da empresa. Entram aí, por exemplo, o solado Air Max 1 Ultra, apresentado no Air Max 1 Ultra Moire, com uma estrutura oca de phylon; os cabedais que reduzem o volume sem abrir mão da sustentação; e a malha de monofilamento que ajuda a construir uma ponta fora do comum, sem prejudicar a circulação de ar.

    Divididos em pequenos grupos, sentamos para conversar com Tinker Hatfield; confira:

    O lançamento do primeiro Air Max foi um marco na história dos sneakers; a Nike tem planos de apresentar um produto totalmente novo que cause o mesmo impacto?

    Nós vivemos em um mundo competitivo e não podemos revelar as coisas nas quais estamos trabalhando, porque seríamos copiados, mas posso dizer que tive uma reunião com [o CEO da Nike] Mark Parker ontem, e que conversamos frequentemente sobre o estado das inovações e das novas ideias aqui na Nike. É muito parte do meu trabalho, e do trabalho dele, questionar constantemente: “o que estamos fazendo vai mudar o mercado? Vai ajudar os atletas a terem uma performance melhor? Vai promover a Nike como uma líder?”. Vocês vão ver coisas loucas vindas de nós. Nos últimos anos temos feito muitas melhorias “evolutivas” no design, mas acredito que vamos entrar agora em uma nova fase com materiais que estão sendo inventados, e ideias originais para o uso de eletrônicos, que vão mudar o footwear.

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    A evolução da família Air Max ©Divulgação

    Por falar no mercado competitivo: você acredita que os designers devem acompanhar o lado business da empresa para saber como seus produtos estão sendo aceitos pelos consumidores, ou isso é ruim para a criatividade?

    Essa é uma pergunta muito inteligente. Acho que alguns designers na Nike não deveriam ter nenhuma preocupação nesse sentido, e essas são as pessoas que estão tentando ir em direção ao futuro. Se você fica se preocupando com números, isso restringe a sua criatividade – não tenho dúvidas sobre isso. Temos na Nike um time de inovação de mais de 200 pessoas que são se preocupam com números. Todo o resto da empresa, sim (risos), porque temos um grande negócio para manter e aprimorar. Alguns designers são julgados com base em números. Alguns designers são julgados com base em ideias realmente boas e novas. Algumas pessoas são boas em uma coisa; algumas pessoas são boas em outra.

    O que é mais importante para você, como criador: o design ou a performance?

    Performance é sempre a parte mais importante do que eu faço, e quando olho o trabalho dos outros, procuro sempre pensar: “isso ajudaria um atleta a ter uma performance melhor? Ou, isso pode melhorar a sua segurança, diminuindo riscos de lesões?”. O design e o lado “fashion” também contam, mas para mim, performance vem antes.

    As inovações da Nike, que antes eram muito visíveis, como no Air Max, hoje são mais técnicas, com foco por exemplo em leveza e flexibilidade. Vocês sente que poderiam fazer mais inovações visíveis que surpreendam e tenham apelo para o consumidor?

    Acho que a melhor maneira de responder a isso é dizendo que queremos explodir a sua mente. Mas ideias novas e chocantes são muito difíceis de alcançar – às vezes leva-se dois anos para executá-las. Podemos fazer os protótipos mais loucos, e realmente fazemos, porém, temos que ter o entendimento de como produzi-los em massa a um preço acessível; e isso consome muito tempo e dinheiro. Mas a resposta é que queremos que as pessoas sejam totalmente surpreendidas com nossos lançamentos. Isso é muito importante para uma empresa como a Nike, que se posiciona como uma empresa que não segue tendências, mas que as lança. Algumas companhias são boas em seguir. Outras são boas em liderar.

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    Imagem da sede mundial da Nike em Beaverton, Oregon, nos Estados Unidos ©Divulgação

    Observações finais

    Logo no começo do passeio pela sede mundial da Nike, quando entramos no Michael Jordan Building, reparei no brilho nos olhos de alguns jornalistas mais insiders e lembrei de amigos que fariam qualquer coisa para estar no meu lugar. Essa cena se repetiu várias vezes ao longo do dia. Era curioso observar a reação de quem faz parte desse universo diante de coisas que, para uma completa leiga no assunto, tinham zero valor simbólico. Exemplo: entrar em uma miniexposição que mostra a evolução do Air Jordan e ver uma enxurrada de flashes de câmeras fotográficas e celulares – e eu com o meu aparelho guardado no bolso.

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    Aula de história nas paredes: painéis contam a evolução da família Air Max com croquis, protótipos e campanhas de cada modelo ©Divulgação

    O legal foi notar que o clima de reverência também parte de dentro da própria Nike. A marca celebra a sua trajetória e os seus ícones – que não deixam de fazer parte da história do próprio sportswear – em todos os cantos possíveis: são estátuas, placas, bustos, salas temáticas com maquetes, vitrines, linhas do tempo. Aprendi muita coisa só de ler textinhos espalhados pelas paredes. Testemunhar aquilo tudo, ao vivo, foi muito diferente de só fazer uma lição de casa pela internet. Posso dizer que fui mesmo “conquistada”, porém, durante o tempo que tivemos com pessoas da marca, como Tinker Hatfield. Poucas coisas são mais estimulantes para mim, como jornalista, do que conversar com pessoas que são obviamente apaixonadas pelo seu trabalho. Como disse no começo, essa imersão na cultura sneaker ajudou a ampliar meus horizontes. Se hoje sou uma sneakerhead? Definitivamente não. Mas posso dizer que voltei desta viagem com um novo respeito e admiração por esse universo.

    A venda do Air Max Zero começa a partir do dia 26 de março, quando a Nike celebra o seu #AirMaxDay. Por R$ 449,90 no site da marca.

    No Brasil, a comemoração será feita com festa aberta ao público no Cartel 011, em São Paulo, único destino NikeLab no país, trazendo com exclusividade exemplares de Air Max Special Project em cores originais elaboradas especialmente para o dia.

    Air Max Day @ CZO Next Door / Cartel 011
    Dia 26 de março, às 19h
    Rua Artur de Azevedo, 517, Pinheiros, São Paulo
    Entrada gratuita

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