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    Helena Montanarini @ YSL Retrospective: uma lição de vida
    Helena Montanarini @ YSL Retrospective: uma lição de vida
    POR Camila Yahn

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    Passados 17 meses de sua morte, Yves Saint Laurent triunfa mais uma vez em Paris. Com o apoio de Carla Bruni-Sarkozy em associação com a fundação Piere Bergé – YSL, uma exposição retrospectiva de sua carreira foi montada em sua homenagem no Museu de Belas Artes localizado dentro do Petit Palais, prevista para durar entre março e agosto de 2010.

    Com mais de 300 trajes de alta costura divididos não apenas por épocas, mas também por temas e “viagens” de Saint Laurent, a exposição também é composta por desenhos e filmes feitos pelo estilista. É, de fato, um passeio por mais de quarenta anos de criação de um dos maiores criadores de moda do século 20, que acreditava que sua grande revolução era apenas dar às mulheres mais auto-confiança.

    Na primeira sala, um grande texto explicando a trajetória do artista, nascido na Argélia durante os tempos de ocupação francesa. Nesta sala, grandes telões mostram os principais desfiles de sua carreira. A seguir, o visitante é levado a sala 2, dedicada ao tempo em que foi aprendiz de Christian Dior, de quem herdou o controle criativo da casa Dior após a morte de seu mentor em 1957, com apenas 21 anos de idade, e assumiu o desafio de salvar o negócio da ruína financeira. Depois desta conquista, foi convocado a fazer parte do exército francês durante a guerra de independência da Argélia. Após 20 dias longe de seus lápis e tecidos, sofreu um esgotamento nervoso e foi parar em um hospital psiquiátrico. Foi então que seu companheiro de vida Pierre Bergé resolveu que precisava apoiar Yves nos negócios, e financiou a abertura da maison que levaria o nome do criador.

    A sala 3, batizada de “Estúdio Real e Estúdio Mental” é uma reprodução do ateliê de YSL, com sua mesa de trabalho mostrando os métodos de criação. Ao lado, um vídeo tenta desevendar gostos e pensamentos do artista.

    As duas próximas salas mostram a ligação de Saint Laurent com o sexo. Primeiro na revolução dos gêneros, onde ele dizia tentar resgatar o sentido da roupa masculina e o reproduzir nas vestes femininas, e depois sua relação com o corpo feminino. Nesta sala lê-se a frase: “Chanel deu a liberdade às mulheres, Saint Laurent as vestiu para essa liberdade”. É neste momento que o visitante depara-se com as primeiras roupas inspiradas em desertos e safáris. Um de meus momentos preferidos na carreira do estilista, esses trajes significam a libertação total da mulher, pronta para conquistar o mundo, porém vestida glamourosamente, ainda que o visual proposto contradizesse tudo o que era esperado da época.

    ysl-retrospective-les-voyages-imaginairesA coleção “Les Voyages Imaginaires” © Divulgação/YSL Retrospective

    E, então, o público é levado a sala dedicada a Catherine Deneuve, que sempre representou para o estilista o ideal da mulher francesa. Um espaço de fotos e memórias de seus amigos guia para a área reservada a coleção de 1971, inspirada na década de 40, que chocou os jornalistas da época. Neste mesmo ano, YSL lançou seu primeiro perfume para a sua marca de prêt-à-porter Rive Gauche (estabelecida em 1966), com uma foto sua nu, também presente na exposição.

    As próximas duas salas são juntas, mostrando as principais viagens do estilista por meio de suas criações: um passeio pela China, Japão, Marrocos, Rússia, Índia, Espanha, e por fim, os soberbos trajes construídos com peles e penas. Segue-se então para suas viagens na arte, com referências de Mondrian, Matisse, Picasso, Cocteau e Van Gogh, entre outros. É importante relembrar que Saint Laurent, junto com Piere Bergé, eram donos de uma das maiores e mais concisas coleções de arte do mundo segundo especialistas. Depois de sua morte, a coleção foi a leilão, sendo o maior já feito no mundo de uma coleção privada, arrecadando 370 milhões de euros durante a crise de 2009. Todo o dinheiro foi doado por Bergé a caridade e pesquisas médicas.

    Antes de se encerrar a exposição, encontra-se uma sala apelidada de “Último Baile”, com os fabulosos vestidos de festa, e então, uma outra sala dedicada ao smoking feminino, criado em 1966 e que representava todo o poder conquistado pela mulher até então.

    Ao final, a sala “O Choque das Cores” tem a parede inteira recoberta com folhas de 12 fichários usados por YSL com amostas de cores de tecidos, todas expostas em degradê. A importância deste espaço se dá pois o artista nunca teve medo em tirar proveito de todas as core possíveis, brincando com elas e as misturando.

    Definitivamente, a exposição é uma experiência de vida, que não deixa a desejar. Para quem quiser visitar a exposição, o ideal é comprar a entrada antecipada com hora marcada pela internet ou na Fnac, devido ao tamanho das filas que têm se formado.

    SERVIÇO:
    De 11 de Março a 29 de Agosto de 2010
    Petit Palais – Museé des Beaux Arts de la Ville de Paris
    + yslretrospective.com

    Helena Montanarini é compradora especializada em marcas de luxo, consultora de moda, estilo e marketing formada em desenho industrial.

    + helenamontanarini.com.br

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