Pense na definição de maximalismo. Pensou? Então agora, aplique tudo isso ao minimalismo. Mas cuidado! Aplique de maneira que não altere sua essência. A tarefa pode parece complexa, mas foi exatamente o que o estilista Raf Simons fez no memorável verão 2011 da Jil Sander. Rompendo com a lógica de reciclagem na moda, esta mais recente coleção é uma daquelas poucas na qual a palavra “novo” pode ser usada sem qualquer tipo de receio ou exagero.
Buscando dar sentido ao conceito de minimalismo e aos próprios princípios da Jil Sander para os dias de hoje, Simons se lançou ao desafio de buscar simplicidade em seu mais puro estado. Encontrou a resposta, então, numa das mais básicas combinações: numa saia volumosa como uma camiseta branca.
Ok, não estamos falando de qualquer saia. Algo como versões do futuro dos modelos que Cristobal Balenciaga e Yves Saint Laurent apresentavam nos desfiles de alta-costura dos anos 60. Longas com volumes inflados no quadril afunilando até encontrarem o chão, ou então mais secas na cintura e amplas rumo as extremidade, são verdadeiro statements para as atuais discussões sobre barras alongadas.
As calças são um assunto a parte. Na mais pura perfeição de corte vem amplas, com um pequeno volume na cintura ou espécie de saiotes coloridos. Tudo sempre combinado com regatas e camisetas, vez ou outra escondidas sobre blazeres atemporais, agora com proporção levemente ampliada.
Assim como em sua coleção masculina, aqui as cores também são extremamente importantes. Em listras, estampas florais, ou em seu estado puro, Simons as utiliza quase como um colorista, em função da forma e ao mesmo tempo para ressaltá-las.
A imagem final é simplesmente incrível. Um misto completamente fresco da perfeição da forma da alta-costura com a simplicidade prática do sportswear para o dia-a-dia, projetando a moda para o futuro, ainda que olhando para o passado, porém sem qualquer vestígio de nostalgia.