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    A LA GARÇONNE
    Verão 2017 RTW
    Foto: Zé Takahashi/Ag. Fotosite
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    Foto: Zé Takahashi/Ag. Fotosite
    Por Augusto Mariotti 27.abr.16

    Gincana da moda. Tarefa: fazer uma coleção em 45 dias, topa? Topo. Foi assim que Alexandre Herchcovitch descreveu o processo de criação e produção da primeira coleção de roupas da À La Garçonne, marca fundada por Fabio Souza, que começou como um brechó, expandiu para mobiliário com pegada vintage e agora estreia no SPFW com Herchcovitch como estilista. “Só aconteceu dessa maneira porque tenho duas décadas de experiência e usei a favor da À La Garçonne”. Ele contou que normalmente esse trabalho levaria até oito meses. Com apenas seis pessoas na equipe, eles fizeram um trabalho tão bom quanto íntimo, de certa maneira. Há novos e nobres valores nessa parceria e, por serem donos da própria marca, podem construir a coleção sobre cada um deles, detalhe por detalhe. Para começar, há o conceito de upcycling, que estimula o não desperdício. Alexandre usou peças e tecidos vintage e algumas peças chegam a ser únicas, como as jaquetas pintadas à mão. Nos tecidos, há raridades, como materiais vintage das décadas de 40 até 90, entre eles o linho-denim risca de giz que abriu o desfile e também aparece no quarto look, um macacão. Há materiais reciclados em diversos looks (7 e as calças dos looks 5, 23, 25, 30 e 32). As bolsas de lona – bem boas por sinal - também são feitas em material reciclado. Também vale destacar o processo de construção das peças. Os vestidos fluidos de chiffon de seda do final – lindos – foram feitos usando a orela do tecido (acabamento das extremidades da largura do tecido) e recebeu uma armação chamada crinol para controle do caimento, técnica usada na alta-costura. Esse controle em cima das peças e a modelagem trazem muito do DNA de Herchcovitch como estilista. A coleção é muito a cara dele, mas com uma nova energia, trazida certamente de sua união com Fábio, sua vida em família, uma recém-encontrada - e verdadeira - liberdade e os valores que os guiam hoje. Então, em contraponto a esse rigor técnico, há um outro aspecto importante, o do conforto, que pontua a coleção e fica bem claro nas peças com duas camadas de malha mescla com espuma entre elas pra modificar o caimento e promover uma rigidez em tops e calças. É um trabalho bem mais street, muito chique e contemporâneo, mas de um jeito não óbvio e com uma personalidade já formada. Há também uma certa rebeldia no ar. Os gorrinhos e os motivos de cordas e âncoras lembram um universo náutico à la Steve Zissou, de Wes Anderson. É doce, é estranho, é autêntico. Por fim, a coroação final é o amor. Reparem que os colares são feitos como se fossem aneleiras, com solitaries e alianças de casamento. E há as pastas com corações formados por cordas. A caveira agora ficou na história. Com Fabio, Alexandre sobe mais um degrau em sua brilhante carreira. A coleção da À La Garçonne já pode ser encontrada nas lojas da NK Store em SP e no Rio (apenas o feminino) e na loja própria da marca (feminino e masculino), assim como os sapatos vegano em parceria com a Di Cristalli e as bijoux feitas com Hector Albertazzi, ambos já disponíveis no site das marcas. (CAMILA YAHN)

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