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    Halston, da Netflix, é uma homenagem à moda e a um de seus maiores mitos

    Série de 5 episódios narra a ascensão e queda do estilista norte americano, um dos mais importantes da moda

    Halston, da Netflix, é uma homenagem à moda e a um de seus maiores mitos

    Série de 5 episódios narra a ascensão e queda do estilista norte americano, um dos mais importantes da moda

    POR Redação

    Por Luiz Henrique Costa

    Não é raro resgatar histórias de celebridades emergindo de infâncias pobres e problemáticas e ao se deparar com todas as possibilidades do sucesso se aventuram por uma roda gigante que envolve dinheiro, poder, sexo e montanhas de drogas. No caminho surgem amigos, sócios ou amantes oportunistas que derrubam qualquer estabilidade emocional e a roda gigante muitas vezes desparafusa e sai rolando. O preço exigido pela fama ás vezes é muito alto e no ímpeto de tudo o que ela proporciona muitos se perdem no caminho.

    Em cinco episódios compactos é possível acompanhar em Halston a construção de um verdadeiro império da moda, passando por todos os perrengues de um início promissor, mas com pouquíssimo dinheiro, a transformação da matemática complexa que é converter criatividade e talento em lucro, ascensão e declínio de um nome importante, passando por todos os momentos de emoção, arrogância, soberba e o temperamento explosivo do estilista, que só parecia se desarmar na cia da amiga Liza Minelli (Krysta Rodriguez).

    cena com halston e liza

    cena com halston e liza minelli chegando ao studio 54

    Reconhecidamente os franceses tem um histórico sem paralelo no que se refere ao universo da moda mesmo quando surgem ondas criativas de designers inquestionavelmente originais como os belgas, ingleses, japoneses, e claro, os italianos e toda a importância que eles também representam para a indústria. No caso da moda americana essa onda surgiu em paralelo ao crescimento de Halston. Antes da sua geração não existia propriamente um estilo de moda estadunidense.

    A revolução surge aos poucos, atrelada ao poder de consumo da sociedade americana e junto a nomes como o de Halston no final dos anos 1960 e de Ralph Lauren, Calvin Klein, Oscar de La Renta, entre outros. Os Estados Unidos era sem dúvida um mercado promissor mas que ainda projetava potencialmente os seus desejos em modelos desenhados nas maisons parisienses.

    Roy Halston Frowick, que começou desenhando chapéus, desejava se distanciar do estigma desse item que caia em desuso, e criou um estilo pautado em raízes mais minimalistas, sem medo de flertar com o considerado comercial – apesar da resistência em aderir a produção de jeans, ele assinou todo o tipo de produtos que era possível através de licenciamentos. O estilista apostou na fluidez dos tecidos, simplicidade e no casamento bem sucedido da ferramenta poderosa de marketing entre grandes estrelas e estilistas.

    + Netflix lançará sua primeira coleção de roupas para promover a série Halston

    A série trabalha com pontos marcantes da trajetória do estilista em um período de cerca de dez anos e conta detalhes como a icônica A Batalha de Versailles, um mega desfile que aconteceu em 1973 em formato de desafio e em pé de igualdade entre franceses e americanos, cada qual com a sua maneira. De um lado Dior, Givenchy, Saint Laurent, Cardin e Ungaro, do outro, além de Halston, Oscar de La Renta, Bill Blass, Anne Klein e Stephen Burrows e uma das ótimas cenas da série envolve os concorrentes desembarcando juntos no aeroporto em Paris, com muitas alfinetas e flashes. Esse evento foi um verdadeiro marco na moda e a insegurança de Halston é compreensível e potencializada graças aos egos tão característicos do meio. O personagem brinca e debocha da crítica de moda, embora as alfinetadas durante o seu declínio visivelmente cutucam feridas do seu passado. A aceitação é algo importante para Halston, um carimbo definitivo na sua trajetória. O que é fato ou ficção nesse enredo? No caso de Halston certamente existem algumas liberdades de roteiro mas que jamais soam deslocadas.

    haslton e sua equipe desembarcam em paris

    haslton e sua equipe desembarcam em paris

    É difícil criar uma aliança emocional imediata com a figura de Halston em partes devido ao seu temperamento explosivo e excessivamente vaidoso e por esse motivo vemos um dos papeis mais interessantes e bem construídos na carreira de Ewan McGregor, que demandou um estudo minucioso do personagem. É difícil interpretar uma lenda sem cair na imitação.

    Além do protagonista, o elenco conta com uma excelente participação especial de Vera Farmiga que atua no processo de definição do aroma que definiria a fragrância Halston. O terceiro episódio é um dos pontos altos da série e o conjunto de exposição das memórias afetivas do estilista, as fragilidades, os altos e baixos. Essa é a única passagem onde se percebe alguma vulnerabilidade emocional de Halston. O cuidado na concepção da embalagem, desenhada por sua amiga Elza Peretti – interpretada pela excelente Rebecca Dayan – como uma verdadeira jóia e item colecionável revelam muito sobre sua obsessão estética.

    A direção de arte dos episódios é impecável no trabalho de reconstrução da década de 1970, nos prédios modernos que despontavam em Nova York através das janelas do ateliê opulento de Halston e nas noitadas do famoso clube Studio 54, onde só ingressavam descolados cheios de dólares no bolso. A série é muito assertiva no clima disco e hedonista regado a cocaína e orgias sexuais mas sem cair em qualquer tipo de julgamento moral dos personagens.

    halston em seu escritório na olympic tower

    o cenário do escritório da Halston na olympic tower

    Ryan Murphy é um dos nomes na produção de Halston e a sua mão talvez seja pouco percebida no visual geral da série provavelmente pela força do diretor , que assinou episódios importantes da primeira e bem sucedida temporada de Game of Thrones, de modo especial o épico The Golden Crown.

    Halston foi como um meteoro que influenciou e continua a influenciar gerações de designers, entre eles Tom Ford, e um dos principais méritos na produção de Murphy é não deixar cair no esquecimento um nome tão marcante para a moda norteamericana.

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