Marca: Herchcovitch Direção criativa: Alexandre Herchcovitch Styling: Mauricio Ianes Beleza: Robert Estevão Trilha: Max Blum Inspirações: Cavaleiros medievais Materiais: Jeans tecnológico Emana, índigo, chiffon de seda, malha jacquard, duchese de seda e couro Cores: Denim escuro, lilás, amarelo, azul, cinza, marrom e preto Highlights: No camarim da marca, as primeiras peças que me chamaram a atenção foram justamente os quatro últimos looks do desfile: uma série de peças coloridas em chiffon de seda usadas sobrepostas. Tão leves quanto ar, pensei em como elas foram parar lá, em uma coleção inspirada nas roupas dos cavaleiros medievais, essas sim, nada delicadas, mas ricas em suas construções. “Essa parte é uma referência ao que eles usavam por baixo das armaduras, tudo muito leve”, explica Alexandre. Ignorância minha ainda imaginar que qualquer elemento óbvio apareceria em um desfile de Herchcovitch... Da mesma maneira, quando ele trabalhou com um tema parecido, em 2006, seus príncipes usavam moletons com capuz (veja esse desfile aqui). Onde mais percebemos a inspiração principal se fundir com a roupa é nos recortes e nas cores. Macacões, tops ajustados e calças traziam recortes que remetiam às formas e divisões das roupas dos cavaleiros. “As armaduras hoje não são mais necessárias, porém sua riqueza de construção e manufatura renderam várias ideias para essa coleção”. As cores das bandeiras medievais viraram listras em quatro peças. A combinação de tons, como Alexandre falou, é meio estranha, serviu como pontos de luz em uma coleção majoritariamente escura. “Não ia fazer preto e branco, né?”. Uma boa série de peças em jeans, usáveis, bonitas e com um corte muito bacana abre o desfile. Mas são os tais quatro looks finais que ganharam meu coração. A ideia por trás deles é puro Herchcovitch + Ianes: construção, sobreposição e (des)combinação de cores. Sim, na moda, como na arte ou na música, o coração pode sim bater mais forte. (CY)
Foto: Zé Takahashi/Ag. Fotosite
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