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    Dez razões para amar Frida Kahlo e ver a exposição em São Paulo
    Dez razões para amar Frida Kahlo e ver a exposição em São Paulo
    POR Redação
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    ©Museu Oscar Niemeyer/Reprodução

    Magdalena Carmen Frieda Kahlo y Calderón, conhecida apenas como Frida Kahlo (1907-1954), certamente já inspirou uma fantasia de Carnaval sua ou de alguma amiga próxima. Muito além das flores na cabeça e da monocelha, Frida deixou um grande legado para o mundo com suas pinturas, mas em especial para as mulheres. Símbolo da força e independência do universo feminino, a artista Mexicana estava muito à frente de seu tempo e, apesar de todos os percalços (como muitos problemas de saúde e um casamento conturbado), continuava cheia de vida.

    Frida também teve grande influência para a moda, especialmente porque não sucumbiu ao padrão de beleza hollywoodiano de sua época, impondo seu próprio estilo e criando um personagem único. Externamente, ela aceitou aspectos de seu corpo que fugiam muito aos padrões da época — especialmente a sobrancelha unida e o buço. Mas Frida era cheia de contradições. Adotou as longas saias no estilo tehuana, da região de Oaxaca, no Sul do México, para esconder que uma perna era mais curta que a outra (sequela da poliomielite que teve na infância). As saias eram combinadas com corseletes e até com coletes de gesso que precisava usar por causa dos problemas na coluna com os quais conviveu a vida inteira após um acidente de bonde aos 18 anos. O estilo tehuana, região onde predomina o sistema matriarcal, também pode ter sido a maneira encontrada por Frida para se impôr e se manter altiva em um relacionamento marcado pelas traições de Diego Rivera. Por outro lado, os bordados coloridos, as flores delicadas, as rendas e as tranças, que lhe conferiam um visual alegre, foram sendo cada vez mais incorporados à medida que seus problemas de saúde se agravavam e sua dor aumentava.

    Não importava a ocasião que fosse, Frida não sucumbia a outros estilos e era autêntica. Isso a ajudou a criar uma figura forte, que inspirou muitos estilistas ao longo dos anos. Alguns chegaram a dedicar coleções inteiras para ela. Foi o caso da Missoni (Primavera 2015), Valentino (Resort 2015), Alberta Ferreti (Verão 2014), Moschino (Verão 2012) e Kenzo (Inverno 2012), entre muitos outros.

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    Missoni (Primavera 2015), Valentino (Resort 2015), Alberta Ferreti (Verão 2014), Moschino (Verão 2012) e Kenzo (Inverno 2012) ©Reprodução

    Instituto Tomie Ohtake divulgou que em setembro recebe a exposição “Frida Kahlo e as mulheres surrealistas no México”. Antes da abertura da mostra, saiba mais sobre a vida dessa mexicana que se transformou em ícone das artes e do mundo feminino.

    1 – Um mundo de mulheres

    Frida cresceu em uma casa cheia de mulheres: ela era a terceira de quatro filhas. Além disso, ela tinha duas meio-irmãs mais velhas, que moravam na mesma casa, fruto do casamento de seu pai com a primeira esposa. Essa vivência do universo feminino influenciou seu trabalho e, mais tarde, viria a ser uma das marcas mais fortes de Frida.

    2 – Uma vida de dores

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    “A coluna partida”, de Frida Kahlo ©Reprodução

    A artista mexicana passou por uma série de acidentes, doenças e operações ao longo de sua vida, e ela levou a dor e os traumas para seus quadros. Em 1913, aos seis anos, Frida teve poliomielite, que deixou sua perna direita mais curta que a esquerda. Os colegas não perdoaram e a apelidaram de “Frida pata de palo” (“Frida perna de pau”). Aos 18 anos, em 1925, Frida e o noivo Alejandro Gómez Arias estavam em um bonde que colidiu com um trem. O pára-choque de um dos veículos atravessou o corpo de Frida, dando início a um longo período em que ficou entre a vida e a morte no hospital e passou por inúmeras cirurgias para reconstruir partes do corpo. As doenças e os acidentes deixaram-lhe sequelas que a obrigavam a usar coletes ortopédicos, que aparecem em vários quadros, como “A Coluna Partida”, de 1944.

    3 – Mulher prodígio

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    ©Museu Oscar Niemeyer/Reprodução

    Diferentemente de muitos artistas de renome, que desde muito pequenos mostram uma aptidão para a pintura, Frida não começou a pintar cedo. Foi nesse período de convalescência em que começou a pintar, usando um cavalete adaptado à cama e a caixa de tintas de seu pai, Guillermo, que pintava por hobby. Ou seja, se você tem alguma pretensão artística, mantenha as esperanças.

    4 – Selfie antes da selfie

    Não foi apenas com a pintura que o pai influenciou o trabalho de Frida. Guillermo era fotógrafo profissional e tinha o curioso hábito de se fotografar, algo que a filha levou mais tarde para seus quadros. Ao longo de sua carreira, Frida pintou diversos autorretratos, sempre colocando na tela seus problemas, seu cotidiano, seus temores e seus amores.

    5 – Defeitos viram pontos fortes

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    ©Museu Oscar Niemeyer/Reprodução

    O mal-estar de Frida com o corpo também influenciou fortemente a forma como se vestia. Desde muito cedo, começou a usar calças para esconder a sequela da poliomielite na perna. Mais tarde, adotou as saias longas, sempre muito ornadas e rodadas. Por um lado, elas camuflavam os problemas físicos, mas por outro eram a forma encontrada por Frida para manter o bom humor e para continuar se sentindo feminina, já que ela adotou o estilo tehuana, muito colorido e cheio de flores. Essa marca pessoal estava também refletida em sua pintura, que seguia o mesmo padrão de cores primárias.

    6 – Idealista

    Frida estava sempre envolvida em política. Independentemente de você concordar com o posicionamento da pintora — ela era ligada ao Partido Comunista Mexicano, onde inclusive conheceu Diego Rivera, com quem se casou duas vezes —, era de se admirar a força com que defendia o que acreditava. Hospedou Leon Trótski várias vezes em sua casa de Coyoacán, na Cidade do México, depois que ele foi exilado da URSS (ok, vale lembrar que eles também eram amantes).

    7 – Apaixonada

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    ©Museu Oscar Niemeyer/Reprodução

    Aos 22 anos, em 1929, casou-se com o muralista Diego Rivera, de 43 anos, que também influenciou o estilo de Frida, que passou a adotar cores básicas em grandes extensões, num estilo naïve. Fora da questão profissional, os dois passaram por muitos altos e baixos, num relacionamento tempestuoso e cheio de reviravoltas – mas Frida era perdidamente apaixonada pelo marido. Diego e Frida, que era assumidamente bissexual, tiveram amantes ao longo do casamento. E ele aceitava que ela se relacionasse com outras mulheres, mas não com outros homens. Frida também sabia dos casos de Diego, mas resolve se separar ao descobrir que ele mantinha um relacionamento com sua irmã mais nova, Cristina. Mas nem isso impediu que eles se casassem novamente, seguindo o mesmo padrão de relacionamento turbulento. Só que, no segundo casamento, Frida resolve mandar construir uma casa igual e ao lado da de Diego, as duas interligadas por uma ponte. Com a saúde debilitada, Frida nunca conseguiu ter filhos e sofreu três abortos.

    8 – Bem-sucedida

    Frida Kahlo expôs seu trabalho nos Estados Unidos e na França e foi a primeira latino-americana a vender um quadro por US$ 1 milhão.

    9 – Morte duvidosa

    Em 1950, amputou uma perna e, em seguida, entrou em depressão. Nessa época, pintou suas últimas obras, como Natureza Morta (Viva a Vida). Frida morreu no dia 13 de julho de 1954, vítima de uma broncopneumonia, mas há suspeitas que tenha tido uma overdose se suicidado, o que ela já havia tentado fazer diversas vezes ao longo de sua vida. A última anotação em seu diário diz “Espero que minha partida seja feliz, e espero nunca mais regressar”. Seu corpo foi cremado, e suas cinzas encontram-se depositadas em uma urna em sua antiga casa, hoje Museu Frida Kahlo.

    10 – É capa de revista

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    ©Museu Oscar Niemeyer/Reprodução

    Em 2012, A Vogue México colocou uma foto de Frida feita por Nickolas Muray na capa de sua edição de novembro, quase 60 anos depois da morte da pintora.

    Bônus

    Quando Frida morreu, em 1954, Diego Rivera trancafiou os pertences da pintora em um banheiro da Casa Azul, residência que havia sido dos pais de Frida e onde o casal morava, e exigiu que só fosse aberto 15 anos após sua morte. O cômodo só foi aberto em 2004, quando a Casa Azul foi transformada em museu. Havia mais de 300 itens de Frida, que foram catalogados pelo museu. A fotógrafa japonesa Ishiuchi Miyako fez registros exclusivos das peças e agora expõe as imagens na Michael Hoppen Gallery, em Londres. A mostra pode ser conferida na capital inglesa até 12 de julho. Confira na galeria de fotos abaixo algumas das imagens.

    A exposição “Frida Kahlo: Conexões entre Mulheres Surrealistas no México” abre domingo (27.09) no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. Para mais informações, clique aqui

     

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