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    Jovens empreendedores: conheça o designer Felipe Protti e sua Prototyp& “chão de fábrica”
    Jovens empreendedores: conheça o designer Felipe Protti e sua Prototyp& “chão de fábrica”
    POR Redação
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    O designer e arquiteto Felipe Protti, da Prototyp& ©Ricardo Toscani

    O designer e arquiteto Felipe Protti, de 35 anos, criou a Prototyp& com o objetivo de oferecer design brasileiro de qualidade diretamente ao público. Para isso, desenvolve um trabalho colaborativo e multifuncional que, em menos de um ano, já começa a alçar novos voos. Abaixo, conheça a história do projeto e do seu criador:

    Como surgiu a Prototyp&?

    A Prototyp& surgiu quando senti uma limitação de espaço pro design nacional. Estava buscando uma maneira de vender design diretamente ao público com um preço mais acessível, e procurava um espaço pra fazer uma exposição de móveis, quando fui apresentado ao [jornalista especializado em arte e design] Ricardo Gaioso. Com a curadoria dele, fizemos uma exposição/queima de estoque de “protótipos”.

    Meu sobrenome é Protti, e sempre brinquei com meu irmão com a palavra prototype. Fizemos a exposição Prototype I em dezembro de 2013, depois outra em fevereiro, outra em maio, e aí trouxe meu estúdio de arquitetura, que funciona como um coletivo.

    Como é a distribuição do espaço e das funções?

    Aqui em cima é meu estúdio de arquitetura e design e um co-working. A maioria é de profissionais autônomos que têm a sua profissão, e ao mesmo tempo trabalham em parceria com a casa. Tem arquitetos, designers, designers gráficos, artista plástico, fotógrafo, até advogado, que ajuda na parte de registro de patente de design. Embaixo tem a oficina de protótipo, onde fazemos testes. Criamos a peça aqui e, dependendo da demanda, mandamos fabricar no Sul. No meio é a galeria showroom, e na frente é o espaço de eventos, com bar, fumódromo; é o espaço de entretenimento. E no quintal estamos fazendo uma academia para o pessoal do co-working.

    A gente funciona praticamente de segunda a segunda. De segunda a sexta, das 10h às 19h, sábado do meio-dia às 19h – muitas vezes ficamos até mais tarde – e às vezes no domingo a gente vem passar a tarde e acaba abrindo.

    Qual o conceito do projeto?

    Minha intenção aqui é formar uma equipe pra trabalhar em espírito colaborativo, pra tentar diminuir o markup dos móveis. O objetivo é conseguir um markup mais baixo pro design nacional, e pra isso, estou tentando cortar custos. As lojas fazem um markup de quatro vezes o preço que sai da fábrica, e, aqui, estou tentando segurar um preço de duas a três vezes, no máximo. Por isso que chamo a Prototyp& de uma plataforma “chão de fábrica”, porque o objetivo é ter móveis de qualidade de design nacional, mas com o preço abaixo da Gabriel [Monteiro da Silva, famoso endereço em São Paulo que concentra comércio de móveis e decoração]. Tem uma mesa que vendo aqui por R$ 6 mil que era vendida por R$ 12 mil, R$ 13 mil, em outras lojas – é o preço do mercado, tem explicação. Mas pra conseguir isso, temos que trabalhar um pouco mais, não pode ter frescura – todo mundo ajuda, colabora. Procuro pessoas criativas e artistas pra trabalhar aqui porque não quero uma função apenas, não quero só uma vendedora que vai ficar no Facebook depois. Quero uma decoradora, uma artista plástica que, quando não estiver atendendo, vai estar fazendo um trabalho criativo, produzindo.

    Que experiências profissionais você teve antes da Prototyp&?

    Sou arquiteto formado nas Belas Artes e, antes disso, me formei em ilustração e fiz curso de fotografia – eu queria trabalhar com cinema. Desde criança tive aptidões artísticas, minha família sempre me incentivou. Quando chegou a decisão da faculdade, percebi que a arquitetura podia me abrir um leque maior do que o cinema ou artes plásticas, e comecei a trabalhar com direção de arte. Fui assistente do Billy Castilho durante três anos, fazendo projetos e pesquisas de cinema publicitário. Era bem a época da entrada da internet, então as pesquisas eram feitas na base de revistas, corte e recorte – o que hoje fazemos em dois, três dias, a gente fazia em 15! Mas foi um puta aprendizado, o Billy abriu muito a minha cabeça, tanto que saí de lá no último ano de faculdade e comecei a trabalhar sozinho.

    Comecei a adaptar o que aprendi com ele e com a faculdade para fazer cenografia de loja: pegava o projeto de reforma e, muitas vezes, ajudava a criar o logo da marca nova, fazia toda a parte de VM, branding, o pacote completo. Pra mim era natural, não conseguia separar. As pessoas falavam “mas você está fazendo o VM e não cobra? Só vai cobrar o projeto?”. Por isso que tenho hoje um administrador comigo, porque uma das coisas que não sei é cobrar. Começaram a surgir uns bares pra fazer, como os do grupo Vaca Véia, e aí um casal de franceses veio de Nova York procurar um arquiteto pra fazer o restaurante deles, um bistrô brasileiro. Fiz todo o projeto aqui com eles, fui pra lá, voltei, desenvolvi todo o mobiliário, fechei um contêiner, mandei, daí fui e fiquei um ano inteiro trabalhando e montando. Depois voltei pro Brasil.

    Também tenho muita influência da Doc Dog, que é do meu pai – eu fazia as lojas pra ele. Meu pai é incrível porque além de ter muito bom gosto e ser muito irreverente, ele é um cara muito difícil de trabalhar, então depois de trabalhar com ele, ficou fácil. Ele foi outra escola muito boa pra mim, porque era uma explosão de ideias e criatividade que eu tinha que pegar e equilibrar num espaço que não cabia – o que ele queria fazer tinha que ser num espaço cinco vezes maior. Tinha que peneirar e amarrar tudo, aprendi bastante.

    Depois de NY, continuei fazendo loja, e a Micasa me convidou pra desenvolver uma linha de móveis pra eles – foi aí que entrei no mercado de design de móveis. Até então eu desenhava móveis pra projetos, não pensava em fazer pra vender, ainda não tinha essa valorização que há hoje do design nacional, apenas de peças antigas. Assinei um contrato de cinco anos, e foi outra grande escola com o Houssein [Jarouche, dono da Micasa] e a Carla [Ribeiro, interior stylist]. Eles me falaram pra desenvolver móveis, eu cheguei com 12 projetos, e eles escolheram seis. Eu fiquei chateado: “Mas pô, só seis?”. E ele falou: “Felipe, calma, que você tá bem. Você é o único designer brasileiro que tem seis peças aqui na Micasa”.

    Fui focando nos meus projetos de arquitetura e tinha os móveis na Micasa. Depois que saí de lá, o mercado começou a me trazer projetos residenciais. Com isso, comecei a desenvolver minha própria linha, e a me sentir muito limitado, porque queria usar materiais nobres, e não entendia por que o preço final na loja ficava absurdamente mais caro que o importado. A própria indústria me limitava nos materiais, nos detalhes, e isso começou a me deixar muito irritado. Por isso no final do ano passado falei: “Não quero mais fábrica, não quero mais loja, vou montar meu espaço”.

    Qual foi o investimento inicial pra abrir o negócio?

    Pra abrir aqui o peso foi o aluguel e o investimento nos protótipos; os designers entraram com as peças consignadas. O aluguel daqui não é barato, é 20 paus por mês. Esse valor eu tenho que dividir com o escritório de arquitetura, a venda do showroom, a venda da galeria, e os eventos. Tenho quatro business aqui, e em cada um tenho um parceiro que me ajuda a tocar. Prefiro dividir quatro negócios em vez de ser dono de um só, estou procurando dividir e colocar pessoas mais experientes que eu em algumas áreas pra tocar comigo. Muitas vezes a arquitetura banca a estrutura, outras, é o design. Uma hora um tapa o outro.

    Essa divisão facilita ou dificulta? Porque por um lado você divide a carga, mas por outro, tem mais coisa pra administrar.

    É, por isso que tem que ter um administrador bom.

    E como está indo? Quais são as projeções?

    Tem mês que se paga, e tem mês que não, que eu tenho que por. Mas o objetivo é que até março do ano que vem, no máximo junho, comece a dar lucro. Temos projetos e parcerias em andamento, e tenho o objetivo de montar, até julho, uma fábrica pra atender uma série de 50 peças por mês pra mim e pros designers envolvidos aqui, pra atender e pra eu conseguir baratear o preço.

    Também tenho como objetivo crescer o escritório de arquitetura, que a gente consiga pegar o projeto do começo ao fim. Fazer desde o design da casa, bar ou restaurante, até o interior, os móveis, o logo, o site, abraçar tudo isso para fazer um desenvolvimento com a mesma identidade já programada. Montar nossa própria fábrica, para desenvolver uma linha por ano… e virar uma marca mesmo.

    Prototyp&
    R. Harmonia 71, Vila Madalena, São Paulo
    + prototypesp.com.br

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