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    Empreendedorismo de moda: o que está por trás do fenômeno Steal The Look
    Empreendedorismo de moda: o que está por trás do fenômeno Steal The Look
    POR Redação

    Por Luisa Graça

    Moda e tecnologia sempre andaram de mãos dadas. Não soa como surpresa que um dos empreendimentos de moda mais proeminentes no Brasil hoje seja justamente um híbrido dessas duas coisas. O Steal The Look, maior portal de conteúdo comprável no Brasil, é uma mistura de revista digital com e-commerce, buscando oferecer às leitoras informação de moda de maneira prática e acessível. Você vê o que Kendall Jenner vestiu para uma festa e na mesma tacada descobre como emular o look e pode comprar as peças.

    Foi fundado em 2012 pela ex-modelo Manuela Bordasch, com o intuito de criar uma plataforma de informação de moda que não fosse atrelada à imagem e vida de uma pessoa, como era o caso das blogueiras em ebulição na época, e que ainda oferecesse algo novo às leitoras: links diretos para compra de peças que apareciam na matéria. Logo chamou Catharina Dieterich e Arthur Chini para serem sócios e a ajudarem a tocar o negócio.

    Foi um início modesto, mas desde sempre ambicioso. Os três gaúchos, Manuela, 29 anos, e Arthur, 24, formados em Relações Internacionais e Catharina, 29, em Moda, aos poucos deixaram outros trabalhos e afazeres de lado para focar no site em tempo integral. Com a mudança do escritório do STL de Porto Alegre para São Paulo, em 2014, as coisas rapidamente decolaram. Contrataram oito funcionários para darem conta do volume de conteúdo criado, ganharam clientes de peso como os e-commerces Shop2Gether e OQVESTIR e marcas como Adidas, Nike e Sephora, e até fizeram ações especiais como os Summer Offices, em Ibiza e Los Angeles, em que convidaram uma turma de influencers como Julia Faria e Cintia Dicker para bater perna e criar conteúdo especial online durante uma semana. No último ano, o site teve um faturamento de dois milhões de reais e passou a computar dois milhões de acessos mensais. 2 milhões.

    Em entrevista ao FFW, Arthur Chini, responsável principalmente pela parte administrativa do Steal The Look, nos conta detalhes sobre o modelo de negócio, o papel das redes sociais e como empreender numa esfera que se movimenta com tanta rapidez como a digital.

    Sobre a missão e o diferencial do Steal The Look

    “Desde o início, a base do que fazemos é agregar vários e-commerces e indicar peças dessas lojas atreladas ao nosso conteúdo. Era algo que quase não existia no Brasil em 2012 e ainda é pouco comum hoje. O STL virou uma referência muito grande especialmente pela praticidade que oferecemos à leitora – que pode comprar tudo o que vê ali de maneira muito fácil e organizada -, mas também pela linguagem que a gente usa. Nossa maneira de comunicar moda ao nosso público é mais acessível e democrática do que a das revistas e menos pessoal do que em blogs – é claro que a Manu e a Catha acabaram virando o rosto do site, mas nada ali é sobre a vida delas. A gente usa exemplos da vida real e atinge tanto um público que não é tão fashionista mas tem um interesse por moda e quer saber como se vestir melhor no trabalho ou como se arrumar para um casamento, por exemplo, quanto também atingimos garotas muito ligadas em moda e que querem saber tudo sobre as tendências na Europa e o que acontece nas passarelas também. Queremos que as pessoas vejam o STL como uma inspiração para o dia a dia delas e também como um portal para descoberta de estilo ou descoberta de informação de moda, que aparece diluída ou inacessível em outros veículos”.

    O modelo de negócio

    “Eu diria que nosso modelo é bastante peculiar, pouca gente faz o que fazemos. A minha equipe funciona como uma redação de revista, produzindo matérias para o site e, então, vendemos esse conteúdo para as marcas. Começamos o site com a ideia de direcionar e gerar tráfego para os nossos clientes, como os e-commerces como Shop2Gether e OQVESTIR e marcas como Hering, Converse, Schutz, Beauty Box, etc. Conforme a gente construiu a marca Steal the Look, passamos nós também a ter um poder de branding muito forte, no sentido de que quando a leitora vê uma marca no nosso site, ela sabe que pode confiar nela, pois confia na nossa curadoria. Isso é algo importante pra gente, porque como o mercado de e-commerce no Brasil ainda é insipiente, as pessoas ainda tem medo de comprar online. A gente trabalha com marcas que a gente gosta e que têm a ver com nosso público e hoje, nosso trabalho vai além de gerar tráfego para elas, mas também dar nosso selo de confiança e validação”.

    Manuela, Arthur e Catharina durante Summer Office em Los Angeles ©Cortesia Steal the Look

    Manuela, Arthur e Catharina durante Summer Office em Los Angeles ©Cortesia Steal the Look

    Falando em branding… e as redes sociais?

    “As redes sociais nos aproximam muito das nossas leitoras. É um canal muito fácil de troca de informações, tanto para recebermos um feedback delas (que nos mandam mensagens pedindo dicas para ocasiões específicas, por exemplo) quanto para construir nossa imagem. Todo mundo que trabalha com a gente tem uma conta especial @stealthelook.nomedapessoa no Instagram. A gente busca trabalhar nossa imagem dessa maneira, sem focar tanto no estilo pessoal da Manu e da Catha, mas somando isso a tantas outras inspirações. Até nosso escritório [espaço físico] virou parte da nossa imagem. As pessoas gostam de ver nosso dia a dia aqui e são poucos os sites que mostram isso. A gente tenta mostrar um lado real do que é trabalhar com moda. Não é uma vida de viagens, mas um trabalho normal e diário”.

    Como sobreviver no digital

    “As mudanças são muito rápidas, então, a gente precisa se manter muito bem informado. Não apenas em termos de moda, mas especialmente na parte da tecnologia, que é algo muito importante pra nós porque a gente usa tecnologia pra comunicar a nossa expertise em moda. As duas caminham juntas. A gente é muito atento às ferramentas que as pessoas usam para buscar informação de moda. O Snapchat parecia que seria a próxima grande ferramenta de mídias sociais, por exemplo, de repente foi decaindo um pouco e a gente passou a usar mais o Instagram Stories e continuou com o Snap. Mas uma coisa muito boa a respeito de empreender online é que tudo pode ser testado com um custo mais baixo, até mesmo ferramentas do site. No mais, as pessoas sempre vão buscar conteúdo de moda e eu acredito que, independente da plataforma ou da próxima tendência, o importante é criar conteúdo de qualidade, isso sempre vai permanecer relevante”.

    O futuro do Steal The Look

    “Hoje nós indicamos as peças com links para as pessoas fazerem as compras em sites fora do nosso, mas queremos ter um market place próprio. Temos planos de desenvolver o site como uma plataforma única para que as pessoas entrem e não precisem sair do nosso ambiente para comprar nem para se informar ou debater umas com as outras, quase como uma mini rede social nossa. Também temos o STL School, uma plataforma de cursos sobre empreendedorismo de moda online que começamos em dezembro do ano passado e queremos dar continuidade. Nosso intuito é levar coisas que aprendemos com a nossa empreitada para ajudar pessoas a construírem seus próprios negócios. De detalhes super objetivos como: ‘como abrir um CNPJ’ a ideias mais motivacionais”.

    Sobre o mercado de moda digital no Brasil

    “Parece-me bastante promissor e com muito espaço para crescer e inovar. As pessoas estão vendo que é seguro e prático comprar online. Ao dar o curso no ano passado, percebi que muita gente está mais interessado em criar algo próprio do que fazer um blog. O importante é levar isso a sério e desenvolver algo novo. Como não é preciso um grande investimento para empreender online, muita gente não se dedica muito. É importante pensar bem a respeito de tudo, ter uma comunicação clara e definida da marca. Não é preciso largar tudo pra fazer isso, mas é preciso ter foco. Com a gente foi algo gradativo… A Manu largou tudo primeiro, depois a Catha e eu fiz isso por último. Se você quer que o negócio dê certo, em algum momento vai precisar se dedicar somente a isso”.

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