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    Conheça o artista que está por trás das estampas da Prada e dos posters de filmes mais impactantes do ano
    Conheça o artista que está por trás das estampas da Prada e dos posters de filmes mais impactantes do ano
    POR Redação

    Por Guilherme Meneghetti

    Neste ano, Miuccia Prada firmou parceria com alguns artistas para desenvolver suas coleções masculinas e femininas. No Verão 18 masculino, por exemplo, ela falou sobre a vida fragmentada ao se sentir “presa” entre a humanidade e a realidade virtual. Daí surgiu a inspiração nas histórias em quadrinhos. “Eles são feitos à mão, são simples e reais. Mesmo quando contém as piores fantasias, ainda parecem simples. São pequenos fragmentos da vida, que é exatamente como você absorve informação hoje”.

    Um dos artistas convidados para traduzir graficamente a ideia de Miuccia foi o taiwanês James Jean. Ele desenvolveu estampas para a coleção, além da cenografia do desfile em Milão. Em maio, quando Miuccia decidiu apresentar seu Resort numa passarela dedicada somente a esta coleção, algumas estampas dos vestidos, calças, blusas, braceletes e bolsas também foram assinadas por ele. A parceria, no entanto, não é de hoje. Em 2008, Jean produziu uma animação (Trembled Blossoms, veja abaixo) e uma instalação na flagship de Nova York, além da cenografia do desfile e também estampas para o verão da Prada daquele ano.

    São dele também alguns dos posters de filme mais impactantes do ano. Jean assina os posters de Blade Runner 2049 (Denis Villeneuve); Mother (Darren Aronofsky), com duas pinturas feitas à mão, uma de Jennifer Lawrence e outra de Javier Bardem; e A Forma Da Água (Guillermo Del Toro). O diretor mexicano sugeriu a ele uma representação do yin & yang para representar os personagens de Sally Hawkins e Doug Jones. O artista fez uma arte inteiramente com carvão, num resultado impressionante.

    Poster do filme A Forma da Água / Reprodução

    Poster do filme A Forma da Água / Reprodução

    Jean nasceu em Taiwan e hoje é baseado em Los Angeles. Formou-se na School of Visual Arts de Nova York em 2001. Surgiu como artista de quadrinhos (sua arte estampou diversas capas de livros e revistas da DC Comics) e só depois foi para a pintura; foi aí que conheceu Miuccia, em 2007, uma de suas primeiras clientes de peso. “A linguagem do design de Miuccia atravessa diversas áreas, e talvez por isso meu trabalho torna-se relevante quando ela quer evocar esse senso de fantasia”, disse ao site da Dazed sobre o Resort 18 da Prada. “Acho que a qualidade lírica dos meus traços é um bom contraponto à construção dos projetos da marca”, continua.

    O senso de fantasia ao qual se refere descreve bem o seu trabalho. Jean criou um universo idiossincrásico, “cosmológico”, multicolorido e às vezes alucinante, com suas próprias criaturas sempre envoltas em cenários surreais, repletos de movimentos (pensando sobretudo no oceano, uma figura enigmática em seu trabalho) e outros detalhes. Suas pinturas possuem uma narrativa inerente com temas contemporâneos que ele cria olhando para técnicas seculares, como as colagens chinesas, o movimento japonês Ukiyo-e e os retratos renascentistas.

    “Ao longo do meu curso em Nova York, conheci o trabalho dos artistas japoneses Hokusai e Yoshitoshi. Talvez por isso haja uma obsessão compartilhada com o desenho e a criação de narrativas gráficas que abranjam os séculos”, diz ao site It’s Nice That. Sobre os artistas atuais, Takashi Murakami é sua principal referência e também parceiro, recebendo exposições de Jean em sua galeria em Tóquio.

    Jean faz o exercício de coordenar momentos diferentes em cada obra como se fossem notas de um acorde não resolvido; parece que o desenho está “indo” para algum lugar, porém a conclusão não está clara. Como o site Artsy bem descreve, suas obras lembram a complexidade dos detalhes das obras de Hieronymus Bosch, conhecido por suas imagens fantásticas e paisagens detalhadas,  com os elementos da dinastia chinesa Tang.

    “Eu gosto de fazer com que as cores se contrastem e vibrem entre si, para criar ‘faíscas’ nos olhos”, explica. “Apesar de me esforçar para que o meu trabalho siga uma determinada direção, continuo voltando a essas imagens de sonhos. Eu suponho que eles evoquem um sentimento escapista, egoísta e autoindulgente da era ansiosa que vivemos hoje”, continua.

    Hoje, produz principalmente com tinta a óleo e acrílica, mas não vê divisão entre o tradicional e o digital: produzir digitalmente também faz parte de sua rotina, muitas vezes fundindo as duas técnicas. “Não importa, faço o que funcionar para criar as imagens mais incríveis em superfícies interessantes”.

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