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    LVMH adquire mais ações da Hermès; entenda a briga entre a holding e a marca francesa
    LVMH adquire mais ações da Hermès; entenda a briga entre a holding e a marca francesa
    POR Redação

    Logomarca da Hermès ©Reprodução

    Update (29.07): Apesar de condenada, no início de junho, a pagar uma multa milionária, a LVMH aumentou seu número de ações na Hermès, reporta o “WWD”. A holding, que até pouco tempo possuía “somente” 22,6% da marca, agora detém 23,1%.

    “Foi uma jogada de oportunidade. Não diz nada sobre nossa atitude no futuro”, justificou Jean-Jacques Guiony, chief financial officer da LVMH. Ainda segundo o “WWD”, a holding adquiriu as novas ações “no mercado”.

    Há três anos, a LVMH, holding que é dona de Louis Vuitton, Céline, Givenchy e Fendi, e a Hermès, marca francesa de altíssimo luxo, vivem em guerra, ou melhor, protagonizam uma cena em que pesos pesados da moda brigam por ações da Hermès. O grupo LVMH, dirigido por Bernard Arnault, é acusado de adquirir de maneira supostamente escusa mais de 20% das ações da Hermès, valendo-se aí, inclusive, da utilização de suas subsidiárias. Há pouco tempo, o caso foi parar nos “tribunais” da Autorité des Marchés Financiers (AMF).

    No fim da última semana, a AMF, entidade que regula o mercado financeiro na França, recomendou que a LVMH fosse multada em € 10 milhões (R$ 27,8 milhões) por ter adquirido de modo “suspeito” ações na Hermès. Apenas no dia 31 de julho, no entanto, é que o conselho da AMF divulgará ao veredito final e, se julgada culpada, a holding será obrigada a pagar a quantia.

    Atualmente, a LVMH (Moët Hennessy Louis Vuitton) possui 22,6% da Hermès. A própria Hermès, porém, acusa a holding de ter adquirido tais ações a partir de medidas fraudulentas, que abrangem desde manipulação de preços ao uso de informações internas privilegiadas. A LVMH, por sua vez, entrou com uma reconvenção contra a Hermès, ou seja, acusou-a de calúnia e chantagem.

    Bernard Arnault, CEO da holding LVMH ©Reprodução

    A primeira investida da LVMH sobre a Hermès aconteceu em outubro de 2010, quando a holding comprou 17,1% da marca francesa. Tal aquisição, supostamente, teria sido feita em junho, via contrato financeiro de permuta entre ações e liquidação em dinheiro (“cash-settled equity swaps”, em inglês), mas só meses depois se tornou pública. Já em dezembro de 2011, a LVMH aumentou ainda mais sua porcentagem, agora para 22,3%, o que a família que administra a Hermès considerou “um ataque”. Arnault, no entanto, disse que suas intenções eram “amigáveis”.

    George Terrier, Pierre Godé e Jean-Jacques Guiony, advogado, vice-presidente e diretor financeiro da LVMH, respectivamente, são os responsáveis pela defesa da holding. Ao “WWD”, Terrier afirmou que não haviam sido encontradas provas das alegações feitas pela Hermès e que “qualquer decisão seria baseada em pistas”. A decisão do conselho da AMF pode estabelecer o precedente na França de que as empresas sejam obrigadas a reportar à instituição suas intenções estratégicas, o que, em consequência, poderia criar problemas de confidencialidade.

    Looks da coleção de Outono/Inverno 2013 da Hermès ©Imaxtree

    “Em nenhum momento nós visamos aumentar [nossa participação na Hermès]”, justificou Godé, que ainda adicionou que a LVMH “foi oportunista”, no sentido positivo da palavra. Ele disse que a holding nunca teve a intenção de assumir o controle da marca francesa e que a Hermès tem liderado uma campanha difamatória na mídia. No entanto, a investigação da AMF, para desgosto da LVMH, vai muito além dos 17,1% adquiridos no final de 2010. De acordo com o “WWD”, os autos do processo sugerem que a LVMH começou sua investida sobre a Hermès em 2001, através de suas subsidiárias no exterior (sob o nome Mercure, segundo o jornal francês “Le Monde”), o que seria, no Brasil, o que chamamos de usar empresas “laranjas”.

    O resultado entre Hermès e LVMH só terá fim, se é que ela terá fim, no dia 31 de julho. Hoje, a marca francesa é controlada pelas famílias Dumas, Puech e Guerrand, que descendem de seu fundador, Thierry Hermès, que possuem, em conjunto, 70% das ações.

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