Pela primeira vez desde sua formação em 1978, o Pulp vem ao Brasil. A banda, liderada pelo dândi Jarvis Cocker, faz, no entanto, apenas uma apresentação no país, que acontece nesta quarta-feira (28.11) no Via Funchal, em São Paulo. Enquanto a importância do Pulp na música britânica dos anos 1990 só se equipara a de seus conterrâneos Blur e Oasis, Cocker é uma espécie de patrimônio do Reino Unido e, além de ótimo vocalista e instrumentista, é referência de estilo – quase uma versão anglo-saxônica de Serge Gainsbourg – e já foi até garoto-propaganda de Marc Jacobs.
O Pulp foi formado na cidade de Sheffield, interior da Inglaterra, por Cocker, que na época tinha apenas 15 anos, e seu amigo Peter Dalton. No início, chamava-se Arabicus Pulp e contava com David Lockwood e Mark Swift em sua formação; antes lançar seu primeiro álbum ( “It”, de 1982), porém, a banda resolveu adotar apenas o segundo nome, que se tornou conhecido em todo o Reino Unido após o quarto disco “His ‘n’ Hers”, de 1994.
Mas, durante o tempo de incertezas, Cocker mudou-se para Londres, onde entrou para a Central Saint Martins College of Art and Design e estudou cinema. Já a formação do Pulp também sofreu uma completa transformação: entre 1980 e 1984, entraram (e continuaram) Russell Senior e Candida Doyle; logo depois, foi a vez de Steve Mackey e Nick Banks. Antes do já citado “His ‘n’ Hers”, a banda lançou ainda “Freaks” (1987) e “Separations” (1992); após, o aclamado “Different Class”, que venceu o Mercury Music Prize de 1996 e rendeu ao Pulp o topo das paradas britânicas com “Common People”, “Disco 2000” e “Something Changed”.
– Vídeo de “Common People”, do álbum “Different Class”:
Um fato curioso da trajetória do Pulp foi a “contratação” do guitarrista e tecladista Mark Webber, que antes de integrar o line-up da banda era presidente de seu fã clube. Apesar do sucesso de “Different Class”, Cocker – e o próprio Pulp – tornou-se alvo da mídia em especial depois do BRIT Awards de 1996, quando o cantor invadiu o palco do evento durante a execução de “Earth Song” por Michael Jackson. Entre controvérsias, festivais de grande porte, participações nas trilhas sonoras de “Trainspotting” e “Grandes Esperanças” (1998) e dois álbuns antagonistas (“This Is Hardcore”, de 1998, e “We Love Life”, de 2001), o Pulp entrou em um hiato que durou quase uma década.
Nos anos em que o Pulp esteve inativo, Cocker iniciou uma carreira solo bem sucedida, com dois bons álbuns (“Jarvis”, de 2006, e “Further Complications”, de 2009), atuou no filme “Harry Potter e o Cálice de Fogo” (2005), emprestou a voz na animação “O Fantástico Senhor Raposo” (2009), de Wes Anderson, e casou-se com a stylist francesa Camille Bidault-Waddington, musa de Marc Jacobs e que já esteve no Brasil em várias ocasiões para editar desfiles da Forum, ainda sob o comando de Tufi Duek, e Colcci. A união durou de 2003 a 2009 e gerou Albert, hoje com nove anos. Amante dos ternos bem cortados (sobretudo em veludo), óculos grossos e uma mistura de peças caras e itens encontrados em bancos de parques, Cocker é a epítome do estilo inglês e, talvez por isso, tenha sido nomeado embaixador cultural da Eurostar.
– Vídeo de “This Is Hardcore”, do álbum de mesmo nome:
Em novembro de 2010, foi anunciado que o Pulp se apresentaria com a formação do álbum “Different Class” em dois festivais: de Wireless no Hyde Park, de Londres, e outro em Isle of Wight. Pouco tempo depois, Cocker revelou que a reunião da banda tinha sido “uma inspiração” e logo foram anunciadas outras 22 datas. No entanto, Cocker também comentou em entrevistas que o Pulp não iria produzir material novo, tampouco sabia se os shows continuariam em 2013, por isso mesmo a oportunidade em São Paulo é única para o público brasileiro.
Pulp @ Via Funchal
Rua Funchal, 65, Vila Olímpia, São Paulo – SP
28 de novembro, a partir das 22h
+ Mais informações e venda de ingressos no site da Via Funchal