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    SP-Arte
    SP-Arte
    POR Camila Yahn

    Visão panorâmica da SP-Arte ©Divulgação

    Em maio acontece a oitava edição da SP-Arte, a principal feira do meio e que, neste ano, comemora o aumento de galerias participantes e um acordo com a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, em que as aquisições feitas durante a mostra estarão isentas do recolhimento do ICMS. “Isso fez baixar de 43% para aproximadamente 15% os tributos incidentes sobre a importação”, afirma a diretora e fundadora Fernanda Feitosa, em entrevista ao FFW.

    São 109 galerias distribuídas pelos três pisos do prédio da Bienal. Entre as 27 participantes internacionais, estão a britânica White Cube e a japonesa Kaikai Kiki, do artista Takashi Murakami, ambas pela primeira vez na feira. O Brasil está muito bem representado por galerias vindas de todo o país, entre elas, Baró Galeria, Choque Cultural, Emma Thomas, Fortes Vilaça, Luisa Strina, Galeria Mezanino e Vermelho. É muito legal notar a adesão de jovens galeristas ao esquema e esperamos que a arte jovem ou feita por artistas pouco conhecidos ganhem também a atenção dos colecionadores e instituições culturais.

    Entre as novidades desta edição está uma parceria com o MAM, MASP, MIS e Pinacoteca: o visitante que comprar um ingresso para algum desses lugares receberá um convite para visitar a feira nos dias 10 e 11 de maio. Por sua vez, ao adquirir um ingresso para a SP- Arte, o visitante receberá gratuitamente uma cartela com ingressos para os quatro museus parceiros, com validade entre 10 e 13 de maio.  

    Há também um novo projeto, com coordenação de Adriano Pedrosa, que convidou jovens curadores a submeterem projetos de exposições a serem realizados em seção especial na feira, tendo como base o acervo de obras de artistas representados pelas galerias participantes. Os curadores selecionados serão premiados com uma viagem para a Documenta 13, uma das mais respeitadas exposições de arte do mundo, que acontece a cada cinco anos na cidade alemã de Kassel.

    Leia abaixo nosso papo com Fernanda Feitosa:

     Fernanda Feitosa ©Patricia Stavis

    Essa é a maior edição da feira? Com quantas galerias você fez a primeira edição?

    Essa é a maior edição da feira, nosso recorde até agora. Se bem que a cada ano, sem exceção, nós superamos o anterior. Mas essa é a maior mesmo – são 110 galerias, das quais 27 do exterior. A primeira SP-Arte foi em 2005, com 41 galerias, e somente uma do exterior! Não é incrível? Estamos muito contentes com o crescimento da feira, não só em número de participantes, como também em número de visitantes que cresce a cada ano também.

    Como é a venda de obras internacionais no Brasil? Por conta de impostos e câmbio de moedas, as galerias de fora têm um bom desempenho com os colecionadores?

    As galerias de fora enfrentam muito mais dificuldades em vender seus trabalhos no Brasil do que as nacionais, com certeza. A competição pelo interesse do comprador aqui no país é muito forte – há muita boa arte brasileira e o colecionador brasileiro, por questões históricas associadas ao protecionismo de mercado e justamente à boa arte produzida aqui, basicamente consumiu arte brasileira toda sua vida e comprar arte internacional é uma novidade recente. O brasileiro é pouco “exposto” à arte internacional porque chega pouca arte internacional aqui. O pouco que chega vem através das próprias galerias brasileiras que representam um ou outro artista estrangeiro e pelos museus que trazem uma ou outra mostra internacional. Ou seja, o repertório brasileiro esteve sempre muito restrito à sua própria arte. Essa abertura está começando a acontecer agora, nos últimos 8-10 anos. A SP-Arte tem importante papel nesta abertura de mercado, que é irreversível. Essa entrada é boa até mesmo pela saúde de nosso próprio mercado. Estamos prontos para os artistas internacionais.

    Por que você acha que galerias internacionais, como a White Cube, não haviam participado da feira antes?

    Nesta edição teremos mais galerias internacionais por duas razões: 1) A SP-Arte se tornou internacionalmente conhecida pela qualidade de sua montagem, pela qualidade das galerias que seleciona para exporem na feira e pelos colecionadores brasileiros que circulam por ela. Isso por si só já vem atraindo mais galerias de fora a cada ano. Ano passado tivemos 14 galerias internacionais; 2) Em dezembro de 2011, a Secretaria da Fazenda de São Paulo isentou do ICMS a importação de obras de arte realizadas durante a feira pelas galerias participantes no evento. Isso fez baixar de 43% para cerca de 15% os tributos incidentes sobre a importação. Isso foi um estímulo adicional que ajudou a tornar a vinda para o Brasil uma decisão mais atrativa para mais galerias internacionais. Só como exemplo: o colecionador brasileiro acabava pagando de impostos o dobro do que um colecionador mexicano ou argentino paga para comprar uma obra internacional. Isso sem comparar aos colecionadores americanos ou europeus, que pagam algo entre 0 e 7% de impostos de importação. Arte é um bem cultural que deve circular quase que livremente, pois é importante entre os povos. O Brasil está na contramão da história se continuar com essas tarifas tão proibitivas, condenando a população ao isolamento cultural. 3) A SP-Arte tem contribuído muito para a ampliação do “universo” dos colecionadores, introduzindo galerias internacionais a cada ano e viabilizando a exposição de artistas internacionais. Isso amplia o olhar do colecionador brasileiro, que passou a frequentar feiras internacionais e a se interessar por artistas internacionais. Essa mudança de interesse não tem passado desapercebida pelas galerias internacionais que vêem no brasileiro um novo e potencial comprador.

    Primeiro andar do Pavilhão da Bienal de São Paulo, na SP-Arte 2011 ©Sylvia Gosztonyi

    E como é a venda dos artistas nacionais durante a feira? Quanto é revertido em vendas de obras?

    As galerias brasileiras são maioria esmagadora na feira, 80%, e portanto vendem muitíssimo mais que as estrangeiras. Trabalhar com arte é assim: o importante é divulgar o trabalho de seus artistas, ainda que não seja um êxito comercial. No entanto, as vendas têm superado as expectativas a cada ano e as galerias saem todas contentes com os resultados da feira.

    Qual a importância da SP-Arte para o cenário da arte brasileira?

    Eu arriscaria dizer que temos um antes e um depois da SP-Arte. O mercado não é mais o mesmo do que quando começamos. Um galerista afirmou na primeira edição: “Esta feira vai mudar a cara do mercado de arte no Brasil.” E assim foi, ele estava certo em sua profecia (que bom, né?). As galerias se organizaram e hoje existe uma associação que representa seus interesses, a ABACT, o mercado se profissionalizou e parece ter se tornado mais transparente aos olhos do consumidor; novas editoras de revistas surgiram interessadas no segmento das artes; arte passou a ser um editorial presente em quase toda revista de comportamento, moda, tendência, arquitetura, luxo, etc… cursos dedicados às artes se proliferaram nas mais importantes cidades. A SP-Arte teve um papel pioneiro e nosso trabalho de expandir o mercado de arte tem sido tão forte e consistente que permitiu o aparecimento de outras feiras de arte pelo país.  Por outro lado, a SP-Arte contribui para a inserção de novos artistas na medida em que desperta o interesse de novos colecionadores. Temos que criar condições de escoamento da produção jovem contemporânea em nosso país, e uma das formas de fazer isso é estimulando o colecionismo privado e público (de instituições e museus, como o Itaú Cultural, a Pinacoteca, o MAM, que compram obras na feira).

    SP-ARTE / 2012

    Datas e horários:
    10 e 11 de maio, das 14h às 22h
    12 e 13 de maio, das 12h às 20h

    Local:
    Pavilhão Ciccillo Matarazzo
    Parque do Ibirapuera, Portão 3 – São Paulo

    Ingressos:
    Inteira: R$ 30
    Meia-entrada: R$ 15

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