Mercado da beleza dispara no Brasil ©Reprodução
Uma reportagem do portal “WWD” apontou que o mercado de beleza brasileiro tem passado por grandes transformações e que as marcas americanas e europeias estão com o risco de serem deixadas para trás. O portal considerou o país um dos mais desafiadores mercados internacionais para as grifes de cosméticos, devido a alta carga de impostos que os produtos sofrem quando chegam por aqui.
O Brasil já é o terceiro país em número de vendas globais em termos de beleza, atrás apenas dos Estados Unidos e do Japão. Há quem acredite que ele pode atingir a segunda colocação, por conta dos tsunamis e terremotos que aconteceram no Japão.
O “WWD” conversou com vários especialistas do mercado, inclusive o brasileiro Carlos Ferreirinha, presidente de uma consultoria de consumo de luxo, e idealizador do Atualuxo. “O mercado de cosméticos brasileiro tem explodido nos últimos anos. O país cresceu, em média, 5% nos últimos 10 anos, mas esse segmento cresceu uma média de 12%”, contou ao site.
Um dos motivos que deram gás a esse crescimento surpreendente é a ascensão da classe média e as mudanças de consumo quando se fala de beleza. “Até três anos atrás, a classe média não era tão importante no Brasil”, disse ele.
Quem está de fora do país também reconhece o poder brasileiro. “O Brasil está sofrendo um boom. Há uma economia que continua a crescer e uma estabilidade política que dá ao consumidor confiança”, disse Felix Mayr-Harting, vice-presidente executivo da Givaudan, marca de fragrâncias finas conhecida mundialmente.
Sephora aposta no Brasil ©Reprodução
As marcas internacionais geralmente apostam em lojas multimarcas de cosméticos, mas o destaque – e a maior espera das loucas por make – é a chegada da Sephora, que comprou 70% da loja online Sack’s. No próximo ano, a gigante da beleza abrirá suas primeiras lojas em território nacional, primeiro em São Paulo e em seguida no Rio. Por enquanto, o foco é na internet; no segundo semestre, produtos com o selo Sephora já poderão ser adquiridos em reais por aqui.
A matéria do “WWD” destaca ainda o sucesso interno de marcas brasileiras como O Boticário e Natura – e a Avon, que não é brasileira de nascença, mas tem força por aqui. E falando de Natura e Avon, Mayr-Harting comenta o triunfo das vendas diretas em lugares como salões de beleza. “Quem vende são mulheres que já fazem parte da vida da consumidora; as consultoras são as manicures ou uma amiga com quem se conversa na hora do almoço”, aponta.