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    Compradores nacionais e internacionais comentam o momento “Brasil na moda”
    Compradores nacionais e internacionais comentam o momento “Brasil na moda”
    POR Augusto Mariotti

    Por Flavia Brunetti, em colaboração para o FFW

    Detalhes das coleções Inverno 2012 de grifes do line-up do SPFW

    Há tempos – e em velocidade de cruzeiro – o Brasil vem caminhando para se tornar o que mundo diz que é hoje: uma potência mundial.

    É inegável que os olhos do planeta estão voltados para cá. Tudo provado por números, estatísticas, por sermos autossuficiente em recursos naturais, por termos sido escolhidos para receber os maiores eventos esportivos do mundo, pela economia mais estável.

    Pegando o gancho economia X eventos e linkando com moda, o FFW conversou com alguns dos mais importantes compradores nacionais e internacionais do São Paulo Fashion Week. Queremos saber como somos vistos lá fora, o que podemos melhorar e quais são nossos pontos fortes quando o assunto é comprar o que produzimos e freqüentar nossas semanas de moda.

    “O que mais mudou é que o evento deixou de ser apenas um agito social e agora foca no business”, diz Juliana Santos, da Dona Santa, a maior loja multimarcas de Recife. Compradora de marcas como Reinaldo Lourenço, Gloria Coelho, Tufi Duek e Alexandre Herchcovitch, ela faz uma observação interessante: “Pode olhar a Fila A. Antes só havia “globais” e estrelas, hoje a maioria são compradores e jornalistas. É onde sempre estou”.

    Juliana Santos, da Dona Santa ©Arquivo Pessoal | Renato Pagani, comprador da Via Flores ©Juliana Knobel

    Representando a Via Flores, do Rio de Janeiro, comprador há dez anos e freqüentador do SPFW desde o Phytoervas Fashion, Renato Pagani faz algumas ressalvas às marcas que desfilam no evento: “Algumas são super confusas no sitting dos compradores e muitas continuam atrasando demasiado o desfile, o que é bem cansativo para quem trabalha”.

    Apaixonada pelo Brasil, a americana Pooneh Mohazzabi é proprietária de duas lojas de swimwear nos Hamptons, próximo à Nova York, chamada Jogo Beach, para onde leva nossas marcas. Ela também é designer de biquínis, produzidos no Rio de Janeiro, para desfilar na Mercedes Benz Miami Swim Show. Presença constante no Fashion Rio desde 2005 e pela primeira vez no SPFW, ela explica o vínculo com o Brasil: “Ninguém entende melhor o corpo de uma mulher do que os estilistas brasileiros”.

    E, quando o assunto são números, segundo pesquisa da ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil) e a APEX (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), o mercado de moda no Brasil produziu, em 2011, 5,6 bilhões de peças de vestuário e acessórios e consumiu um milhão de toneladas de tecido, gerando US$ 15,9 bilhões e 1,1 milhão de empregos. O investimento das 17,5 mil empresas que atuam no segmento foi da ordem de US$ 103,6 milhões. As mulheres são as grandes consumidoras de moda no país. A moda feminina responde por 41% da produção.

    Porém, mesmo com tamanha demanda de produção e exportação aqui e um mercado em ascensão, ainda há muitas barreiras. “As condições de produção no Brasil não são convidativas, seja pelas questões cambiais ou pelo ambiente tributário. Os países asiáticos apresentam melhor condição para serem mais baratos em termos produtivos”, diz o gerente do Centro Internacional de Negócios (CIN) do sistema Firjan, João Paulo Alcântara.

    E, ainda, há quem tente comprar dos nossos estilistas e não consegue. “Visitei alguns showroons em que não sabiam me informar preços em dólares, nem sobre impostos e transporte internacional”, reclama Mike Zack, dono da multimarcas Circa 2000, no Texas. “Acho que algumas marcas brasileiras têm que fazer o seu dever de casa antes de chamar compradores para visitá-las”.

    Pooneh Mohazzabi, designer da Jogo Beach ©Reprodução | Mariah Bernardes, da Mag Store ©João Sal

    Outra vertente do assunto “compras” é o e-commerce, comportamento mundialmente irreversível, utilizado por brasileiros com algum pé atrás. Explica-nos melhor a compradora Mariah Bernardes, da Mag Store, em Araçatuba: “Nos EUA as pessoas não vão mais às lojas, você só vê brasileiro e turistas”, conta. “No e-commerce da minha loja compram pessoas do Amazonas ao Sul, mas o principal receio para uma compra não se efetuar é a questão da troca e devolução se a peça tiver algum defeito”. Também blogueira famosa e, por isso, até estrela de campanhas publicitárias, Mariah – que causou frisson nos corredores da Bienal – nos faz uma comparação interessante em ser convidada por uma marca enquanto compradora ou blogueira. “Como compradora estou na primeira fila, como blogueira, estou sempre na fila C, por exemplo, de onde é mais difícil ver o look para comentar”, ela diz, acrescentando que as marcas ainda não dão a devida atenção aos blogs. O dela, por exemplo, tem 50 mil acessos de usuários únicos por dia.

    É incontestável que o Brasil evoluiu no quesito moda. Dos estilistas à produção, qualidade, divulgação e, principalmente, eventos. Porém, arestas têm que ser aparadas e detalhes importantes cuidados para que não só experimentemos o sabor do grande momento que vivemos agora, mas que esse seja uma realidade que veio nos colocar entre os maiores players do mercado mundial e ser base de um crescimento ainda maior.

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