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    Ingo Maurer, o designer que “ilumina o sentimento humano”
    Ingo Maurer, o designer que “ilumina o sentimento humano”
    POR Camila Yahn

    O showroom de Ingo Maurer em Munique ©Reprodução

    Ele já foi chamado de “o mago da luz”. A verdade é que o multipremiado designer de luminárias Ingo Maurer surpreende com cada criação sua. Por vezes não tanto pela beleza estética, mas porque a sua busca em provocar sensações e capturar emoções da luz dando-lhes formas físicas é sentida por quem olha para os seus trabalhos. Em uma entrevista ao jornal “The New York Times”, ele explica: “As pessoas subestimam o poder da iluminação. O que ela pode fazer. Como ela pode soltar uma pessoa ou deixa-la tensa e aborrecida”.

    Ingo Maurer cria luminárias há mais de 40 anos. Filho de um pescador, o designer nasceu e cresceu na ilha de Reichenau, no Lago Constança, no sul da Alemanha. Ele começou a trabalhar como assistente tipográfico na Suíça e na Alemanha, onde completou em Munique, no ano de 1958, o seu curso profissionalizante de design gráfico. Em 1960, Maurer se mudou para Nova York para trabalhar como freelancer na área do design, mas três anos mais tarde, regressou à Europa, onde definitivamente iniciou a carreira que o tornaria famoso.

    Em 1966, já certo de que iria “iluminar o mundo”, ele fundou a sua primeira empresa de design, a “Design M”, e criou a sua primeira luminária – “Bulb” – uma luminária de mesa com o formato de uma lâmpada que projeta uma luz fraca e de baixa voltagem.  A empresa mudou de nome para “Ingo Maurer GmbH” e a sua primeira criação foi incluída na coleção de design do museu de arte moderna de Nova York (MoMA), onde está até hoje, acompanhada por outras das suas peças mais conhecidas.

    A luminária de mesa “Bulb” e a suspensão “Porca Miseria!” ©Reprodução

    Em pouco tempo, as criações de Maurer ganharam o cunho de “iluminação contemporânea”, e nos anos que se seguiram, os seus clientes e as suas coleções começaram a crescer. As luminárias isoladas e as suas instalações de luz, área a que Maurer se dedicou de corpo e alma, valeram-lhe a sua primeira exposição na Itália em 1968 e o crescimento da sua empresa e do seu nome no mundo do design.

    Em 1984, desenhou a instalação “YaYaHo” para a exposição “Lumieres je pense a vous”, no centro de arte contemporânea Georges Pampidou, em Paris, que virou sucesso imediato, e que consistia em duas cordas de metal com lâmpadas de hidrogênio na ponta. A instalação migrou depois para o Villa Medici em Roma e para o Instituto francês de Arquitetura em Paris. Em 1986, o seu trabalho foi reconhecido pelo ministério da cultura francesa, que o premiou com a medalha de “Cavaleiro das Artes e das Letras”.

    Três anos mais tarde, em 1989, Maurer criou um trabalho de luz não comercializado para a Fundação Cartier para a Arte Contemporânea em Paris, organizado em uma exposição intitulada “Ingo Maurer: Lumière Hasard Réflexion”.

    A luminária “Lucellino” e parte da instalação “YaYaHo” ©Reprodução

    Várias exposições e prêmios se seguiram durante os anos 90. Duas das suas mais famosas criações, que estão agora também no MoMA, foram criadas nessa época: “Lucellino”, de 1992, uma lâmpada envolta em asas de penas de ganso presa a um cabo, e “Porca Miseria!”, de 1994, uma luminária de teto feita com pedaços de porcelana partida que dá o efeito de “explosão”.

    Em 1997, foi nomeado Designer do Ano pela revista “Architecture & Living” e fez parte de uma outra exposição do MoMA, intitulada “Projects 66”, em parceria com os irmãos Campana. Em 1999, abriu a sua primeira loja em Nova York e iniciou as suas primeiras experiências com tecnologias de iluminação de LEDs, depois de já ter desenvolvido luminárias que acendiam com som e toque.

    “Lacrime del Pescatore” (lágrimas do pescador), uma instalação feita com rede de pesca e pequenas luzes ©Reprodução

    A importância que Ingo Maurer dá as suas criações, com a funcionalidade aliada a uma técnica impressionante e a uma leitura nova do significado de iluminação, tornaram o seu trabalho reconhecido e requisitado em várias áreas. Em 1999 o designer japonês Issey Miyake solicitou a Maurer uma instalação com efeitos especiais para o seu desfile em La Vilette. Posteriormente, ganhou o prêmio de designer atribuído pela prefeitura de Munique, para a qual em 2011 desenvolveu o projeto de iluminação da estação de trem de Marienplatz.

    A estação de trem Marienplatz em Munique, com projeto de iluminação de Maurer ©Reprodução

    Em 2005, com exposições e prêmios conquistados pelo mundo, foi nomeado Designer Industrial Real pela Real Sociedade das Artes de Londres e posteriormente foi nomeado Doutor Honoris Causa pelo Real Colégio das Artes londrino.

    Hoje, com mais de 75 anos, as suas criações, sempre presentes nas feiras de design mais conceituadas do mundo, atraem multidões. As suas instalações de luz, sejam elas constituídas por fios de luz que remetem a insetos ou velas penduradas por fios invisíveis no teto, muito semelhantes às luminárias de Hogwarts, o castelo de Harry Potter, enchem o olhar de quem as vê e têm apenas um objetivo, bem definido por Maurer: “Iluminar o sentimento humano”.

    Em São Paulo é possível encontrar algumas obras de Maurer na FAStrade, R. Joaquim Antunes, 190 – Pinheiros, São Paulo.

    Mesa feita de luzes LED criada por Ingo Maurer ©Reprodução

    Papel de parede com pontos de luz e luminária de chão “One From the Heart”, que reflete com a ajuda de um espelho o formato de um coração na parede ©Reprodução

    A luminária de teto “Johnny B Butterfly” ©Reprodução

    “Zettel’z”, uma luminária feita com cartas de amor em várias linguas ©Reprodução

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