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    Marca estreante no SPFW, Maison Alexandrine quer trazer o rigor da alta costura ao Brasil
    Marca estreante no SPFW, Maison Alexandrine quer trazer o rigor da alta costura ao Brasil
    POR Redação

    Por Isabella de Almeida Prado

    O nome imponente da Maison Alexandrine já revela um pouco da proposta que a empresária portuguesa Alexandra Fructuoso quer trazer ao Brasil. Há quase um ano, ela abriu em São Paulo uma loja e ateliê, onde são criados vestidos de moda festa de luxo. Alexandra é colecionadora de alta costura e, por viajar e visitar ateliês de marcas de prestígio, como Chanel, quis trazer para a moda brasileira a técnica e a excelência do trabalho manual. Com jalecos brancos, a equipe com cerca de 25 pessoas auxiliou Dinho Batista, o primeiro estilista da marca, para criar a coleção desfilada hoje (16.03), no SPFW.

    Dinho é um nome conhecido entre os backstages da moda: ele é assessor pessoal de top models e já treinou boa parte das modelos do mercado para a passarela. Apesar de estar bem em seu carreira, Dinho sempre teve a vontade ser estilista, mas por falta de condições financeiras e sem o apoio dos pais, o destino mudou o que sonhava. “Eu vim para São Paulo para estudar, mas não tinha condições de arcar com meus custos na escola, eu não tive apoio dos meus pais. Prestei vestibular, fiz dois meses de faculdade, mas é aquele sonho que você pega e guarda na gavetinha”, revela o assessor. Depois de de passar 17 anos longe da criação, ele retoma a vontade de ser estilista, graças a parceria com Alexandra, que pode ser uma forma de financiamento interessante para os novos nomes do mercado.

    Veja abaixo a conversa com o estilista convidado da coleção e a empresária e fundadora da Maison Alexandrine.

    Alexandra Fructuoso e Dinho Batista ©Agência Fotosite

    Alexandra Fructuoso e Dinho Batista ©Agência Fotosite

    DINHO BATISTA

    Antes de vir para São Paulo, você morava em Recife. Você estudou moda por lá?

    Não. Eu vim para São Paulo para estudar, mas não tinha condições de arcar com meus custos na escola, não tive apoio dos meus pais. Prestei vestibular, fiz dois meses de faculdade, mas é aquele sonho que você pega e guarda na gavetinha. Comecei a trabalhar com modelos, como instrutor de passarela e tal, mas o sonho ficou adormecido. Lá em Recife, eu já fazia esse trabalho de trançado, em fita de cetim. Mas era uma coisa muito com costureira.

    Mas você trabalha em alguma marca?

    Não, eu criava. Comecei a desenvolver essas peças e apresentei um desfile lá, mas o meu foco era ir para São Paulo para estudar moda. E como eu não consegui concluir o meu curso, comecei a trabalhar em agências de modelo, dei aula de passarela… Eis que para a minha surpresa, 17 anos depois, a Maison Alexandrine, da Alexandra Fructuoso, me convida para fazer uma coleção cápsula, de 20 looks. Desses 20 viraram 25 e foi feita uma curadoria com a Vogue e o SPFW e eis que estamos aqui, apresentando nesta temporada.

    O que você sente nessa estreia, com a possibilidade de retomar seu sonho de ser estilista?

    É muita emoção. Primeiro porque todas as mulheres que eu trabalhei estão aqui. A Michelle Alves, Cintia Dicker, Fernanda Tavares, Emanuele de Paula e Carol Ribeiro. A maioria do casting é formada por minhas alunas de passarela. Isso é novidade. Estou nervoso, ansioso, como qualquer estilista, né?

    Como você aperfeiçoou a questão do estilo, mesmo 17 anos longe da criação?

    Sempre admirei o trabalho de costura, o acabamento das roupas. Sempre foi uma coisa muito importante para mim. Na verdade, a moda te renova. Quem trabalha com moda está sempre se renovando. Eu viajo sempre com essas meninas, estou em prêmios, desfiles, acompanhando a vida fashion, editoriais. A sua cabeça passa a funcionar nesse tempo. O seu estilo fica. É uma novidade para mim essa coisa do SPFW, mas fazer a roupa já estava no meu universo, na minha cabeça. Sempre fui de observar. O bom é que eu conheço a moda de trás para frente, do camarim para frente. Isso tudo me deixou muito feliz. Esta coleção ainda tem meu estilo. É artesanato. A única diferença é que tudo é feito com alfaiataria.

    Carol Ribeiro, Fernanda Tavares, xxx, Cintia Dicker e Michelle Alves no backstage © Agência Fotosite

    Carol Ribeiro, Fernanda Tavares, Emanuele de Paula, Cintia Dicker e Michelle Alves no backstage © Agência Fotosite

     

    Como você conheceu a Alexandra, dona da Maison Alexandrine?

    Nós nos conhecemos há três anos, pela marca Alexandrine. Fui ver os vestidos de festa e aí a gente ficou muito amigo. Diz ela, que queria que eu assinasse a coleção, ela guardou esse segredo de mim por um ano e meio, desde a construção da Maison. Fiquei sabendo depois.

    Quanto tempo vocês demoraram para desenvolver essa coleção?

    O que demora mesmo é a placa de isopor, demora dois dias para uma pessoa fazer. É um trabalho muito difícil. Eu desenvolvo o tecido para cortar e fazer a modelagem.

    Houve alguma interferência da Alexandra no processo criativo ou ele foi inteiramente seu?

    Foi inteiramente meu. Ela me deixou totalmente a vontade. Fazia as mostras de madrugada para mostrar de manhã e ela vibrava.

    + Veja a coleção completa da Alexandrine por Dinho Batista

     

    ALEXANDRA FRUCTUOSO

    Como surgiu a ideia de montar um ateliê?

    Na verdade, a ideia de trabalhar com moda veio pelo amor que eu tenho por esse campo. Mas todo esse sonho começou a ser construído há aproximadamente quatro anos e, nesse universo, comecei a explorar mais o lado da moda em si. Você ser uma consumidora, começar a devorar filmes, livros, desfiles à distância é uma coisa. Quando você está do outro lado é outra. Comecei a entender, ao mesmo tempo, que eu comecei a criar moda para saber como era todo esse processo. Hoje, é o nascimento, porque é o primeiro SPFW. Estou lançando um estilista, mais de um estilista, porque estou lançando outros no meio do ano. A moda vem do coração, acredito que nós nascemos com ela e cada um tem o seu padrão, o seu estilo, a sua forma de interpretar a moda. Não é só aquilo que você veste, é aquilo que você sente e comunica às pessoas. Eu estou criando em novos conceitos. Estou pegando pessoas que não são estilistas e eu as torno estilistas.

    Ouvi dizer que você é uma colecionadora de alta costura. Como você já esteve em ateliês de grifes prestigiadas, sua intenção é trazer esse rigor para cá?

    Sim. Isso sim, porque no Brasil temos muitos talentos. Temos de explorar melhor o lado da alta costura que já fazemos e não é apresentado ao mundo. O que eu vou tentar fazer – e estou preparada para isso, é levar nomes do Brasil para a alta costura no mundo. O ateliê foi inspirado nos franceses, especialmente na Madame de Pompadour, que ajudou a governar a França no século 18 e lançou muitos nomes que hoje estão na nossa história. Vou fazer a história de muitos nomes que vão ser muito fortes no Brasil e que eu vou querer quebrar todas as barreiras para levá-los para fora. Fiz um trabalho invertido. Vesti muitos nomes lá fora como Britney Spears, Carrie Underwood e tantas outras, para que pudesse ter o respeito no Brasil quando fosse apresentar. Sim, é uma marca que foi criada para o mundo.

    Looks do Inverno 17 da Alexandrine por Batista Dinho ©Agência Fotosite

    Looks do Inverno 17 da Alexandrine por Batista Dinho ©Agência Fotosite

    Este é um momento de apresentação da Alexandrine?

    Na verdade, é uma apresentação da Alexandrine para todo o Brasil. Já estou conquistando alguns países fora, mas quero antes estar bem enraizada aqui. Então, por isso, esse projeto do SPFW é para aparecermos perante tudo e todos no mundo da moda.

    Vocês pretendem fazer uma coleção prêt-a-porter?

    Essa coleção é a primeira coleção prêt-a-porter. Todo o meu trabalho vem em cima da alta costura, sob medida, e é onde nós fomos criados, é o nosso forte. Quando pensam no nosso nome, pensam que é só festa. Essa coleção é um prêt-a-porter sob medida. Vou oferecer à cliente peças de alfaiataria, onde você vê o acabamento da peça. Tem excelência, ela é muito bem feita. Então, onde os poucos ateliês conseguem, tirando os de alta costura. Isso é uma das novidades que estamos abraçando.

    Como cliente, você sentia essa necessidade no mercado?

    Sim, tudo foi criado em cima dos encaixes que eu achava que faltava para poder abraçar a todos de uma forma que não tivesse lacuna. São detalhes que completam situações que eu pensava como eu faria.

    Essa coleção tem alguma intervenção sua no processo criativo?

    Não. Deixo o estilista realmente sonhar e colocar em prática o desejo dele. Ele é o artista. Eu, como curadora, direciono, administro tudo. Faz parte dar um toque ou fazer com que algo seja diferente. No caso do Dinho Batista, foi ele que criou. A coleção veio das raízes dele, na alma dele. O que eu faço é dar o berço para que o bebê nasça perfeito, maravilhoso.

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