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    Os assistentes: Conheça o trabalho de Camila Ferza, buyer braço direito de Juliana Santos, da Dona Santa
    Camila Ferza, buyer da Dona Santa ©Sarah Falcão
    Os assistentes: Conheça o trabalho de Camila Ferza, buyer braço direito de Juliana Santos, da Dona Santa
    POR Redação

    Buyer da Dona Santa há dois anos, Camila Ferza, 37, contou ao FFW como é o seu trabalho e o que a faz ser o braço direito de Juliana Santos na principal área de uma das mais importantes e influentes multimarcas do Brasil.

    Nascida em Recife, endereço da loja, Camila acompanha Juliana, proprietária envolvida em todos os processos da Dona Santa, nas viagens nacionais e internacionais de compras, ajudando na seleção de peças que fazem sucesso não só no Nordeste, mas conquistaram clientes do Sudeste que preferem a curadoria da marca a garimpar as novidades em endereços de São Paulo e Rio ou procurar as novidades na loja de cada grife.

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    “A Camila me acompanha na compra das coleções. Também conto com a ajuda de um gerente, caso ela não possa ir. Faz pesquisa de novas marcas, contato com as grifes, treinamento da equipe e styling dos manequins da loja. Escolhi a Camila por seu trabalho de styling e por estar sempre atenta às novidades do mercado”, conta Juliana. “Um bom buyer precisa estudar muito e conhecer não só as últimas tendências, mas principalmente o desejo de consumo do mercado, o perfil de clientes da loja, além de acompanhar o giro do que foi comprado.”

    A seguir, leia a entrevista de Camila sobre o trabalho dela na Dona Santa.

    Como e quando você conseguiu a vaga de assistente da Juliana Santos?
    Sou aqui de Recife. Já trabalhava aqui com produção de desfile e de editorial, fazia o styling dos desfiles da Dona Santa que eram enormes, para muitos convidados. Resolvi morar um tempo no Rio e lá trabalhei quatro anos com o Pedro Sales, que foi uma grande escola tanto de trabalho na moda como de comportamento, de como lidar com as pessoas, de educação, calma.  Quando voltei para Recife, entrei em contato com a Ju. Ela começou me chamando para fazer o styling dos manequins da loja. Isso foi por volta de junho de 2013. Alguns meses depois, fui acompanhá-la numa viagem a São Paulo. Ela ia fazer as compras da loja e eu selecionar peças para um desfile especial da Dona Santa. Durante a visita acabava me perguntando o que eu achava das roupas. Na volta mandei um email para ela dizendo que sempre tive interesse pelo trabalho de buyer e que a viagem com ela havia me estimulado ainda mais. Pedi para me dar uma oportunidade, se pudesse. Na temporada seguinte já estava viajando na nova função.

    O que você tinha que fazer no início?
    Quando entrei montava os manequins das lojas. Agora cuido disso e sou buyer. Tenho que estar de olho em novas marcas que aparecem, porque a Dona Santa é uma referência de moda não só no Nordeste, mas no País. Vou para as feiras, como o Minas Trend, quando a Ju não pode ir, aos showrooms e faço trabalho de pesquisa.

    Descreva a sua função e a sua rotina hoje.
    Acompanho a Ju nas viagens de compras nacionais e internacionais (os pedidos de grifes que são sucesso na loja, como Chloé e DVF são feitas em Paris). Faço pesquisa e avaliação da coleção de cada marca, treinamento de tendências de moda com os vendedores, com a equipe de apoio. No dia a dia, faço um giro na loja, duas vezes por semana troco vitrine e manequins. Tento responder todos os emails – e são muitos – de marcas novas querendo vender na Dona Santo. Entro no site de cada um, vejo as roupas, onde já estão vendendo, se são interessantes para a multimarcas. Sou um canal e um filtro para chegar à Ju. Acompanho o giro de vendas, a performance das roupas (se foram vendidas ou se houve um erro de compra, quando por exemplo uma peça fica mais de três semanas parada na arara), o recebimento da coleção de cada grife vendida na Dona Santa: vejo o que está entrando na loja todo dia. Produzo vários dos looks que vão ser fotografados para o instagram. E faço muitas reuniões com a Ju sobre os projetos do momento. É um trabalho diário, não é só fazer compras a cada temporada.

    Como é feita a escolha do que será comprado a cada estação?
    A decisão é muito conjunta, comigo e com a Ju. A gente se entende muito, e quando discorda de alguma peça tudo é muito conversado. Antes de viajar, fazemos uma reunião com os vendedores sobre grade, numeração, o que vendeu, o que não vendeu, o que sentem falta. Levo muito em conta a opinião dos vendedores. Às vezes olho o giro de vendas de uma grife e ele foi bom, embora o vendedor diga que as vendas foram ruins. Aí descubro, por exemplo, que foi a parte de festas que impulsiou a performance, mas que toda a coleção casual não foi bem. Em termos de moda, penso sempre em estar um passo à frente: poder suprir o que a cliente vem buscar e conseguir vender o que é novo para ela. Fazemos isso com cautela. Numa temporada testamos oferecer alguns top cropped e todo mundo disse que não queria de jeito nenhum. Na estação seguinte foi um sucesso. Já as calças pantacourt as clientes amaram de cara.

    O que você aprendeu com a Juliana?
    Ela é muito focada no trabalho dela. É muito visionária, presta atenção no que está acontecendo na área. Muitas vezes chego para contar algo e ela já está sabendo. O que mais me inspira é a visão lá na frente. Ela sempre acreditou em ações como a da Louis Vuitton (no ano passado a maison montou uma pop up store por um mês na Dona Santa), que foi um sucesso extraordinário. Ela sempre já deu um passinho a mais.

    O que que atraiu para a area de compras? Foi algo que sempre te interessou?
    Desde que comecei a trabalhar como stylist e figurinista, sempre tive curiosidade pelo trabalho do buyer, quando não a função nem tinha esse nome (era simplesmente o comprador) e nem sabia direito como tudo funcionava. Sou muito curiosa, e essa área me proporciona ver coisa nova a cada quatro, seis meses, “limpando” e renovando o olhar. Tem muitas viagens, é uma vida sem rotina não tem como se programar muito. No meio das minhas férias em janeiro, por exemplo, viajei para São Paulo para fazer os pedidos da coleção da Adriana Degreas. Mas gosto disso.

    Qual foi o trabalho mais desafiador e gratificante que você fez desde que trabalha como buyer com a Juliana Santos?
    Desafiador é o dia a dia, deixar a loja convidativa, fazê-la funcionar para a venda. Tudo o que a gente quer, afinal, é a venda na loja, trabalhamos diretamente com o visual merchandising e com o marketing para isso. O momento mais gratificante acho que aconteceu logo no começo, há dois anos, quando fiz minha primeira viagem como buyer e o primeiro pedido de compras da Balmain, uma marca de que gosto muito. Entrei no showroom e pensei: “nossa, estou aqui”.

    Quais conselhos você daria para as pessoas que estão interessadas em fazer o que você faz? Quais habilidades essa pessoa precisa ter?
    Estudar muito, saber exatamente o que você quer fazer. No começo eu me jogava, batia na porta das pessoas. Trabalhei muito de graça, pedia para me colocarem para fazer qualquer coisa. Essa é uma das maneiras de se conhecer este mundo quando se está começando, de descobrir que há muitos caminhos que você pode trilhar. Mas é um mercado muito fechado, com muita gente sonhando. Precisa ter curiosidade para pesquisar, para descobrir o que está acontecendo no mundo. Não basta saber escolher a roupa, tem que ouvir como as peças estão vendendo na loja. Fuçar muito site, muito instagram – sigo cerca de 4 mil pessoas, 90% delas relacionadas a moda. E gostar de ter uma vida sem muito planejamento. Desmarco qualquer coisa para trabalhar, minha família até reclama!

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