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    Menino do Rio
    Menino do Rio
    POR Redação

    Rio ©Tom Veiga

    Inspirado pelo mar, o artista plástico e designer gráfico Tom Veiga desenvolveu um trabalho autoral que prima pelas formas minimalistas, mas é uma verdadeira explosão de cores. A busca por retratar com perfeição as ondas deu origem à série “Waves”, que logo chamou a atenção de adeptos e praticantes dos esportes “litorâneos” e de empresas, como a Billabong, gigante australiana do segmento surfwear, que convidou o brasileiro para uma parceria inédita na história da marca.

    Veiga, que curiosamente é curitibano (a capital do Paraná não possui praias), desenvolveu estampas para uma coleção especial da Billabong, comercializada na Europa e que leva sua assinatura, além da “alegria do Brasil”, como afirmou o próprio em entrevista concedida ao FFW. Confira abaixo e saiba mais sobre a história desse brasileiro, ainda pouco conhecido em seu país, mas que já conquistou o mercado internacional.

    Tom Veiga ©Reprodução

    Como você começou a se interessar por artes plásticas e design gráfico? Qual a sua formação acadêmica?

    Trabalho com criação desde 2001.Tenho cursos de Publicidade e Propaganda e Design, e há muitos anos trabalho em agência de publicidade digital, mas comecei a gostar de surf em 2004, depois de fazer um trabalho sobre uma revista de surf em um curso de publicidade que estava fazendo.

    Depois, comecei a me envolver com a cultura surf, gostei demais do lifestyle que a cultura surf tem: viagem, saúde, natureza. Comecei então a pesquisar mais sobre o assunto, comprar revistas, acompanhar eventos, ver DVDs de surf, e o próprio surf me fez ter interesse pelas artes, pois, em 2005, comprei uma revista que falava sobre o Festival Alma Surf, maior festival de surf cultura do Brasil e foi lá que vi pela primeira vez artes inspiradas em ondas.

    Nunca tinha visto artistas que tinham como matéria prima para sua criatividade o surf e as ondas, foi quando comecei a pesquisar sobre a “surfart” e me encantei de uma forma que comecei a pensar em como eu poderia um dia expressar essa minha paixão por ondas, nisso nasceu meu trabalho artístico.

    “Ondas do Nordeste” e “Sessions Waves” ©Tom Veiga

    Como desenvolveu seu processo atual? Você começou desenhando a mão e depois passou a utilizar o computador?

    Meu processo criativo é bem amplo. Para chegar ao meu processo de execução de hoje, e ter o meu estilo próprio, demorou muito tempo, pois, antes de encontrar meu estilo tive um período de anos pesquisando e fazendo estudos sobre a arte no surf, isso foi de 2004 até 2009 quando comecei a tentar expressar a minha visão das ondas, muito tempo fazendo desenhos, testes até achar um estilo de desenho, depois de ter o desenho fui para outro período de testes, mas agora com vários tipos de técnicas de pintura, como pintura a óleo, acrílico, aquarela, tentei pastel também, mas nenhum tinha o resultado final que transmitisse o que eu queria passar através da arte. Foi quando, depois de meses e meses de tentativa, resolvi finalizar um das minhas artes computador usando o meu design do dia a dia, e o resultado final me agradou muito, foi quando comecei a aperfeiçoar essa minha técnica até chegar como é hoje.

    Eu sempre ando com lápis e papel, pois não posso deixar o momento criativo passar. Quando ele vem, já desenho no papel para, no momento certo, digitalizar e finalizar no computador, imprimir em papel fotográfico fosco ou em canvas e aí fazer minhas exposições.

    “Curves” ©Tom Veiga/Reprodução

    Sua obra artística está intrinsecamente ligada ao surf? Como chegou a esta estética atual?

    Eu sou apaixonado por ondas, acho o mar inspirador, Deus o fez de uma forma perfeita, pois cada onda ao redor do mundo tem uma característica única. Tem onda fina, grossa, rápida, lenta, fria, quente, verde, azul, reta ou com curva, então isso sempre me chamava a atenção e sempre ficava pensando em um dia tentar expressar essas diferenças.

    O mar “flat”, sem ondas, já é inspirador e lindo, mas quando vem uma onda quebrando no horizonte ele fica perfeito, é como se o mar estivesse sorrindo, e cada onda com seu sorriso bem próprio, isso me desafiou a mostrar para o mundo as diferenças das ondas usando o design, através de cores, movimento e contraste que é a base do meu trabalho hoje, é a minha forma de ver as ondas, quero que as pessoas possam parar em frente a uma arte minha e venham perceber que as ondas são diferentes.

    “Pipe Dream Hawaii” ©Tom Veiga/Reprodução

    Como as ondas surgiram como protagonistas em seu trabalho? Você utiliza outros elementos além daqueles típicos da vida litorânea?

    As ondas se tornaram o principal elemento do meu trabalho por ser o que mais me chama atenção e por ser o que mais me inspira. Procuro colocar em algumas das artes que faço outros elementos como montanhas, coqueiros, isso quando a arte que estou fazendo pede, pois quando estou fazendo uma arte inspirado em alguma onda de alguma região eu tento colocar algo do lugar, às vezes é o por do sol típico daquela região, às vezes a cor da água ou algum outro item, como folhagens ou coqueiros, às vezes a arte pede esses elementos para enriquecer o trabalho e transmitir o momento.

    – Vídeo da Billabong sobre a parceria com Tom Veiga:

    Como surgiu a “Serie Waves” e a parceria com a Billabong?

    A “Serie Waves” é o nome que dei a minha linha de artes. Ela é uma série constante e não fechada, praticamente todos os dias estou trabalhando em alguma arte nova, e ela surgiu da minha necessidade de estar mais próximo do mar, de estar mais ligado ao surf durante o meu dia a dia, já que moro em Curitiba e aqui não tem praia. Então as artes vieram como uma forma de ficar ligado ao mar, pois cada vez que estou trabalhando em uma arte, estou próximo do ambiente do mar, através de fotos, vídeos ou revistas. Procuro sentir a onda que estou desenhando para poder expressá-la.

    Já a parceria com a Billabong Girls Europa veio em um ótimo momento. Há muito tempo eu tinha o sonho de fazer um projeto com a Billabong, que é umas das maiores marcas de surf do mundo, e quando recebi o convite fiquei muito feliz. O convite veio em dezembro de 2010 através da Christelle Kipping, diretora de marketing da Billabong Girls Europa, as artes seriam para coleção Verão 2012 da Europa, o que valorizaria ainda mais meu trabalho.

    Em janeiro de 2011, iniciei o processo criativo do trabalho. Foi um projeto bom de fazer, pois as artes seriam aplicadas em tantos produtos diferentes que tive que pensar bastante para produzi-las de forma que tivesse essa flexibilidade na aplicação. Foi um desafio.

    Campanha da coleção “Tom Veiga for Billabong” ©Reprodução

    Como foi o trabalho em conjunto com a equipe de produção da Billabong e quais produtos surgiram dessa colaboração?

    O trabalho aconteceu da melhor forma possível, pois tivemos um contato diário desde o inicio do processo criativo, em janeiro de 2011, até a aplicação das artes em cada produto, o que ajudou bastante no resultado final do trabalho. As designers da Billabong são profissionais de ponta, fizeram com que as artes ficassem perfeitas em cada material, aproveitando ao máximo as cores e formas das minhas artes nos biquínis, bolsas, camisetas, moletons, bermudas, bonés, carteiras, chinelos e alguns outros produtos.

    Peças da parceria de Tom Veiga com a Billabong ©Reprodução

    Após essa parceria, no que você está trabalhando agora? E como foi repercussão para a sua carreira?

    Agora estou trabalhando em artes para a marca de surf/skate Globe da Califórnia. São artes para a coleção de shapes dos cruisers (longboards), que vão ser lançados na primavera 2013. O legal é que essa coleção é mundial e vem para o Brasil também. Estou no momento terminando artes para minha próxima exposição, que vai ser dia 2 de Junho em Santos, um grande evento chamado “Best Boardheads”, um dos maiores eventos de surf, skate e arte da cidade, onde vou estar expondo no Museu do Surf de Santos. Grande honra.

    A repercussão da coleção da Billabong foi muito grande por ser o primeiro artista brasileiro a assinar uma coleção da Billabong Europa, então valorizou muito minha arte e trouxe mais visibilidade não só ao meu trabalho, mas também abre portas para outros artistas brasileiros.

    Estou muito feliz por estar representando o Brasil na Europa através da arte, levando cores e alegria em cada lugar que essa coleção for ser vendida.

    “Pasti” ©Tom Veiga/Reprodução

    Quais projetos você gostaria de realizar? Com quais marcas gostaria de trabalhar?

    Eu estou trabalhando para realizar alguns projetos que ainda não fiz, como fazer uma coleção de com artes exclusivas em tênis, esse preciso de uma marca parceira para tocar em frente, e outro é fazer uma coleção de artes para óculos.

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