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    Sangue quente: em desabafo, Armani critica Anna Wintour e outros grandes nomes da moda
    Sangue quente: em desabafo, Armani critica Anna Wintour e outros grandes nomes da moda
    POR Augusto Mariotti

    O estilista Giorgio Armani ©Reprodução

    A língua afiada de Giorgio  Armani é conhecida. Em uma coletiva de imprensa após o seu desfile de Inverno 2014/15, ele se mostrou bastante insatisfeito com alguns acontecimentos e personas do mundo da moda. Mesmo sem citar nomes, deixou bem claro de quem estava falando. De Anna Wintour a Miuccia Prada e Dolce & Gabbana, a lista de reclamações foi grande.

    Seu desfile aconteceu no último dia da semana de moda de Milão; no mesmo dia começavam as coleções de Paris. Por conta disso, muitas jornalistas e editoras de primeiro time não compareceram à apresentação, incluindo Anna Wintour, o que enfureceu o italiano. “Há alguns que preferem esnobar o desfile da Giorgio Armani e ir para Paris”, disse ele. “Por que eu sempre tenho que ser o idiota a ser penalizado por causa de uma pessoa, que para melhor ou para pior, goste dela ou não, é poderosa? Sinto-me penalizado”, desabafou. “Ela disse que estava enviando seus correspondentes. Mas se você for ao seu dentista e ele lhe coloca nas mãos de seu assistente, qual a sua reação? Eles me disseram: ‘Ela foi ver a coleção Privé, em Paris, ela não tem tempo para ver o seu Prêt-à-Porter em Milão’. Ela é influente e poderosa, mas talvez eu também seja influente”, finaliza.

    Consequentemente, sobrou também para a Câmara Nacional da Moda Italiana, que organiza o calendário de desfiles. “Quando decidi fazer o meu desfile no último dia, outras grandes marcas também estavam envolvidas. Mas aparentemente esse foi um dia vazio”, provoca. “Isso significa estar protegendo a moda italiana? Onde está a Câmara? Eu participei, mas sempre posso sair outra vez.”

    E por fim, Armani ironiza coleções de outras marcas italianas, aparentemente, Dolce & Gabbana (“eu queria trazer uma coruja comigo essa manhã”) e Prada. “É muito fácil fazer um vestido com decote V e uma estampa forte. O difícil é fazer um terno ou um casaco parecerem novos.”

    E termina com um recado para os estilistas que fazem roupas mais fantasiosas ou dramáticas: “Acho que a exaltação da ideia de que os designers podem ser completamente livres para expressar sua fantasia é muito perigosa. Estou muito feliz que os outros fazem o que fazem. Eu respeito os meus colegas. Estou feliz com o que eu faço, mas me sinto como um cisne negro em criar roupas com a função e com a intenção de aspecto comercial.” Será que respeita mesmo, Armani?

    De qualquer forma, Giorgio Armani está lutando pelo crescimento da moda italiana e fazendo esforços pessoais para que a imprensa e os compradores fiquem em Milão para o último dia de desfiles, até que o calendário seja melhor resolvido, sem prejudicar nenhuma marca. Mas até lá, muitas águas ainda vão rolar.

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