Uma das salas da Plataforma, casarão transformado em espaço artístico ©Divulgação/Fran Parente
O empresário Houssein Jarouche, dono da Micasa, abre um novo espaço em São Paulo, voltado para exposições e manifestações artísticas.
Com o nome de Plataforma, ele ocupa uma casa no centro da capital, construída em 1911 e tombada pelo IPHAN (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Houssein descobriu o espaço por meio de uma empresa especializada em restauração de patrimônios históricos. O casarão tem algumas heranças deixadas pelos antigos moradores, como um cilindro de aço com jornais, fotos, música e outros registros do ano em que foi construída. “Quando a casa for eventualmente demolida, o responsável terá ali um importantíssimo registro sociocultural e político da época”, diz Luis Sansone, tataraneto do fundador.
A intenção por trás do projeto é também funcionar como editora, estúdio de design e gravadora. Em 2012, Jarouche lançou o Manipresto, uma publicação independente criada em parceria com o estúdio 20.87 que dissemina ideias de artes plásticas, design, arquitetura, música e urbanismo. Um laboratório de serigrafia já foi instalado no térreo da casa, onde o artista Abidiel Vicente serigrafou o encarte que acompanha a segunda edição do Manipresto. + Saiba mais sobre o Manipresto
O fotógrafo americano Billy Name ©Reprodução
A exposição que inaugura a Plataforma é do fotógrafo americano Billy Name, que por alguns anos, gerenciou a Factory, de Andy Warhol, durante a década de 1960. Billy registrou o dia-a-dia da Factory e suas fotos são documentos importantes sobre a arte pop produzida naquela época. “Foram anos incríveis. Todo esse trabalho criativo que fazíamos em uma época especial em Nova York, com muitas revoluções: a revolução feminina, a revolução negra, a revolução gay… Não acho que teremos nada como isso, pelo menos enquanto eu viver”, relembra Billy em uma entrevista à “New Yorker”.
Billy estava com Andy quando ele levou um tiro: “Encontrei ele em uma piscina de sangue. Segurei-o e comecei a chorar e Andy disse: ‘Ai, Billy, não me faça rir, dói demais’”. Aos 72 anos, o artista vive um momento de novos ares em sua vida artística. “Jamais esperaria por isso. Foi uma coisa maravilhosa que aconteceu para mim”.
Quatro das 25 fotografias expostas foram originalmente impressas na Factory e integraram a mostra “Regarding Warhol: Sixty Artists, Fifty Years”, no Metropolitan Museum of Art, em Nova York.
Por trás da curadoria artística, está a talentosa Duda Porto de Souza, jovem que vem trilhando um caminho no cenário das artes e da literatura. Ela é filha do fotógrafo Miro. Duda conheceu Houssein quando trabalhava na galeria Leme e foi convidada para editar a primeira edição do Manipresto. “Não teremos uma programação fixa, tampouco um formato fechado de galeria, instituições ou similares. A ideia é sempre surpreender o público”, diz Duda.
“Billy Name: The Silver Era at The Factory” @ Plataforma
De 3 de julho a 2 de agosto de 2013
Rua Major Diogo, 91, São Paulo
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