Como a moda, a música tem seus ciclos de vontades. A da vez foi enquadrada por jornalistas como “spookycore” ou”witch house“.
Suspiria Mater Vision, grupo que mixa vídeo, música, editoriais de moda e virais online (e que estreou um filme na festa Decandance, em São Paulo) é outro grupo que sintetiza bem esta geração, que mal entrou nos vinte poucos anos mas assistia as reprises de filmes de horror “B”. É daí que vêm as inspirações imagéticas e sonoras, e onde o movimento se diferencia dos emos, que sofrem por amor. O som também é outro: mais pesado, oitentista e com traços de rock industrial, noise e electro.
Em seu blog, o jornalista Lúcio Ribeiro atribui ao The Horrors (a banda favorita de Costanza Pascolato!) esta onda. Ao lado deles, outras bandas muito jovens vinham bebendo dessas fontes: a favorita do FFW é Zola Jesus, pseudônimo de Nika Rosa Danilova, uma garota de 21 anos que lançou três EPs macabros e abriu os shows do Fever Ray (outra banda com os dois pés no dark). O som é uma mistura vagarosa de Sigur Rós, The Cure e música ambiente para mansões mal-assombradas.
Outro grupo, uma aposta do FFW, é o Esben And The Witch, que caiu no radar dos principais jornalistas de música no mundo inteiro e lança seu antecipado primeiro disco em 2011. Cancões com narrativas complexas, sombrias e baseadas em folclore infantil nórdico. No ano passado, a aventura musical do ator Ryan Gosling, a banda Dead Man’s Bones, também olhava para essa direção; o disco foi lançado no Halloween e falava sobre… morte.
“Marching Song” – Esben And The Witch
A moda é parte importante desta cena, com muito preto, figurinos brecholentos customizados, rasgados e sangrentos; assim como a internet, principal plataforma de viralização e divulgação do coletivo. Vídeos com colagens de filmes antigos, gravações trash e proporcionalmente amadoras são publicadas em blogs e páginas do Myspace, Facebook, Twitter e HypeMachine.
Desfile de verão 2011 da Givenchy ©firstVIEW
A Givenchy, sob comando criativo do estilista Riccardo Tisci, é o carro-chefe do movimento gótico na moda internacional. Preto, correntes, tachas e uma trilha sonora dark são obrigatórios _esta última, sempre assinada pelo pesquisador Frederic Sanchez, teve faixa “King Knight”, do Salem, banda deste movimento que tem feito barulho na blogosfera. Fredéric assina trilhas de desfiles como Marc Jacobs, Prada e Miu Miu, e é famoso por catapultar bandas desconhecidas ao sucesso.
“King Knight” – Salem
Deu certo: Salem já faz parte do quadro de artistas da Sony Music, uma das cinco maiores gravadoras do mundo. Se tudo der certo, está na hora dos indies tirarem os seus lápis de olho da gaveta.
+ www.myspace.com/deadmansbones
+ www.myspace.com/matersuspiriavision
+ www.myspace.com/esbenandthewitch