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    Ator e diretor do filme francês “Saint Laurent” falam no SPFW
    Ator e diretor do filme francês “Saint Laurent” falam no SPFW
    POR Redação

    Bertrand Bonello e Gaspard Ulliel no SPFW para a coletiva do filme “Saint Laurent” ©Felipe Abe

    Depois da pré-estreia de “Saint Laurent” no último domingo (02.11), que marcou a abertura do SPFW Inverno 2015, o diretor Bertrand Bonello e o protagonista Gaspard Ulliel vieram ao evento na tarde dessa terça-feira (04.11) para um bate-papo com a imprensa. “Saint Laurent” é uma cinebiografia sobre o célebre estilista francês focada entre os anos 1967 e 1976. A trama, afiada, mostra o gênio perturbado do designer, a depressão, o abuso de drogas, a criatividade, a pressão sofrida a cada temporada e a homossexualidade.

    Durante a conversa, a dupla falou sobre a possível indicação ao Oscar 2015, o impasse com Pierre Bergé (co-fundador da maison e parceiro de Saint Laurent) e o filme “Yves Saint Laurent”, a outra cinebiografia sobre o estilista lançada neste ano. Acompanhe os melhores momentos da entrevista abaixo. O filme estreia no Brasil no dia 13 de novembro.

    GASPARD ULLIEL, ATOR

    Você já conhecia o trabalho e a história de Yves Saint Laurent antes de fazer o filme?

    Antes deste trabalho, eu tinha um conhecimento bastante precário sobre a vida e a obra de Yves Saint Laurent. Então eu acabei descobrindo esse homem enquanto me preparava para o papel. Foi tudo bastante interessante e produtivo para mim, porque eu não tinha nenhum conhecimento a respeito de Saint Laurent, nem da década em que se passa o filme.

    Qual você acha que era a maior qualidade de Yves Saint Laurent como estilista?

    O que é bastante interessante no Saint Laurent é sua capacidade de se conectar à sua época, ao que está acontecendo ao seu redor, e criar o espaço para moda dele a partir disso. Um exemplo é a emancipação da mulher que acontecia na França naquela época e que ele traduziu para a moda com o terno feminino.

    Você encarou um papel com tantos lados – há o Saint Laurent estilista, a celebridade, o deprimido, o homossexual. Como você encarou o desafio?

    É justamente isso o que mais me excitou no personagem, todos esses múltiplos talentos – o que é um fato geralmente inerente aos gênios. Mas foi fundamental o Bertrand ter me chamado para o papel um ano antes de começarem as filmagens, porque pude me preparar bastante diante de toda essa complexidade.

    E como foi essa preparação?

    O período que decidimos abordar tinham poucos elementos visuais, como arquivos de televisão, e poucas fotos. Por isso, acabei me debruçando mais em leituras. No começo, isso me deu certa frustração, porque eu precisava vê-lo em movimento, em ação. Mas depois eu percebi que isso não era tão ruim assim. Baseei-me em apenas dois ou três documentos, e pude manter também uma distância para entender e ver quem ele era realmente. O processo funcionou assim para mim: primeiro eu mergulhei na pesquisa e depois me afastei de tudo para conseguir construir o personagem.

    BERTRAND BONELLO, DIRETOR

    Qual foi sua reação ao descobrir que Pierre Bergé não colaboraria com o seu filme?

    Eu não tenho muita coisa a dizer sobre isso. O Sr. Bergé gosta de manter o controle sobre tudo que se passa com Yves Saint Laurent. A ideia não era fazer um filme contra ele, mas, principalmente, guardar a liberdade do projeto. E em algum momento ele percebeu que as decisões não passavam por ele e foi então que ele tentou criar alguns problemas para o filme. Mas quando percebeu que o filme ia sair de qualquer jeito, ele me desejou boa sorte.

    Por que você decidiu focar o filme na década entre 1967 e 1976?

    Não é possível falar sobre a vida inteira de alguém em um filme, é preciso fazer sempre um recorte. O primeiro trabalho foi cortar tudo aquilo que não interessava para a história. E esses são os anos mais loucos, densos e criativos de Saint Laurent. Além disso, eu queria muito abordar as décadas de 1960 e 1970, que foram um período histórico muito rico e repleto de transformações.

    Qual foi sua reação quando você descobriu que havia outro filme sendo feito sobre Yves Saint Laurent? Você acredita em um inconsciente coletivo ou em coincidência?

    Quando descobrimos, o outro filme ainda não estava pronto. E a pergunta que surgiu foi: dois filmes sobre Yves Saint Laurent podem ser feitos ao mesmo tempo? É possível financiar dois longas no mesmo ano sobre o mesmo assunto? Nossa reação foi mais em torno dessas perguntas, sobre como lançar e financiar o nosso trabalho.

    Eu acho que essa coincidência se deveu ao momento. Saint Laurent morreu em 2008, se passaram dois ou três anos e, depois, todo mundo começou a se perguntar por que não fazer um filme sobre ele. Então é natural que duas pessoas tenham tido a mesma ideia, afinal ele é um grande personagem.

    Como estão suas expectativas com relação a uma possível indicação ao Oscar 2015 de melhor filme estrangeiro?

    O caminho ainda é longo, mas de qualquer maneira é uma grande honra ter sido o filme escolhido pela França para a premiação. Ao todo, 83 países vão apresentar suas propostas, por isso é preciso bastante cautela. Mas vamos passo a passo, etapa por etapa, e tudo o que acontecer será bom.

    + Na galeria a seguir, veja algumas imagens de “Saint Laurent”:

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