Filme sobre Gazelle Paulo é uma das atrações do Festival Mix Brasil, que começa na quinta ©Divulgação
A 22ª edição do Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade, que reúne cinema, teatro, música e dança de temática LGBT, começa nesta quinta-feira (13.11) e vai até o dia 23 de novembro em São Paulo. Uma das atrações desta edição é a estreia do documentário “Gazelle – The Love Issue”, do diretor Cesar Terranova.
Rodado em Nova York, Paris, Milão, Barcelona, Polinésia Francesa, São Paulo, Rio de Janeiro e Teresina, o filme conta a história de Paulo, brasileiro de 45 anos que trabalha como comissário de bordo. Ele é internacionalmente famoso no mundo underground pelo seu alter-ego artístico Gazelle e pela “Gazelland”, publicação de artistas, fotógrafos, performers e designers de um segmento da comunidade gay e transexual da vida noturna de Londres, Nova York e São Paulo. Após a morte de Eric, seu parceiro de sete anos, Paulo se vê em perigo. Para sobreviver, ele começa a filtrar o que importa em sua vida. Gazelle, então, torna-se ainda mais importante para Paulo, que usa seu alter-ego para expressar sentimentos e sonhos.
Para os amantes da moda, uma cena em especial para prestar a atenção: Gazelle na fila A do desfile da marca The Blonds, na semana de moda de Nova York, ao lado de Kenny Kenny, Amanda Lepore e Ladyfag (personalidades da noite e da moda da cidade). O filme tem a presença de outros famosos da cena undeground, como Johnny Luxo, Marcelona e Alisson Gothz, de São Paulo, e Lorna Washington, do Rio. O pôster do filme foi feito por Robert W Richards, ilustrador de moda de Nova York que trabalhou para Valentino, Jean Paul Gaultier e Yves Saint Laurent.
Pôster do filme feito por Robert W Richards, ilustrador de moda de Nova York ©Divulgação
“Gazelle – The Love Issue” é um dos concorrentes ao prêmio Coelho de Ouro de melhor longa/média-metragem brasileiro, uma das novidades do festival. Também estão na disputa “Favela Gay”, de Rodrigo Felha; “Castanha”, de Davi Pretto; “Hipóteses – Entre o Amor e a Verdade”, de Rodolfo Vázquez García; “Batguano”, de Tavinho Teixeira; “Cássia”, de Paulo Henrique Fontenelle; “Verona”, de Marcelo Caetano; “Nova Dubai”, de Gustavo Vinagre; “De Gravata e Unha Vermelha”, de Miriam Chnaiderman; e “Para Sempre Teu, Caio F.”, de Candé Salles.
+ Assista ao trailer de “Gazelle – The Love Issue”:
No total, serão apresentados 149 filmes de 30 países diferentes. O evento terá programação especial no Centro Cultural São Paulo (CCSP), onde acontecerão exibições de filmes, teatro, música, leitura dramática, performances, dança e intervenções culturais, e nas salas do CineSesc e do Espaço Itaú de Cinema Augusta, além de sessões ao ar livre. Ester Martin Bergsmark, diretora do longa inédito “Algo a Romper”, estará presente na estreia, evento que marca a abertura do Mix Brasil 2014. O filme, vencedor do Festival Internacional de Cinema de Roterdã, conta a história da batalha pelo amor entre dois jovens, sendo um deles Sebastian, andrógino, e Andreas, que não é gay.
Cena do filme “Algo a Romper” ©Divulgação
Uma das grandes atrações deste ano é o espetáculo de dança contemporânea “Blood”, do dançarino brasileiro Jean Abreu – que acontece nos dias 15 e 16 de novembro no CCSP. É a primeira vez que “Blood”, criado por Jean a pedido da Royal Opera House, uma das principais casas de espetáculos de Londres, se apresenta fora da Inglaterra. Em “Blood”, Abreu dança sozinho em um palco onde são projetadas 25 imagens da dupla de artistas plásticos britânicos Gilbert & George, criando a sensação de que ele está navegando dentro dos fluídos de seu próprio corpo – como sangue e urina. O espetáculo recebeu elogios de críticos de arte dos principais jornais britânicos, como o “The Guardian” e o “The Sunday Times”.
Espetáculo de dança contemporânea “Blood”, do dançarino brasileiro Jean Abreu ©Divulgação
Outro destaque é a mostra Pioneiros do Cinema Homoerótico, uma homenagem aos cineastas Wakefield Poole e Peter de Rome, contadores de histórias eróticas das décadas de 1960, 70 e 80. Recentemente redescobertos, seus filmes transitavam entre o artístico e o sexualmente explícito, em uma época em que a pornografia gay era considerada ilegal.
O Show do Gongo não poderia ficar de fora. As atrações serão submetidas ao júri popular e a convidados comandados por Marisa Orth. Os interessados poderão se inscrever no balcão de credenciamento durante o festival ou até horas antes do início das gongadas, que acontecem no dia 18 de novembro no CCSP.
22° Mix Brasil de Cultura da Diversidade @ São Paulo
+ mixbrasil.org.br
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“Gazelle — The Love Issue”
+ gazelletheloveissue.com
Documentário
93 minutos