Os figurinos do recém-lançado e já sucesso de bilheteria “Batman vs. Superman: Dawn of Justice”, do diretor americano Zack Snyder, também estão dando o que falar . Com assinatura de Michael Wilkinson, figurinista que já esteve à frente de sucessos como “Crepúsculo” e “300”, os códigos e a estética dos tradicionais heróis americanos foram interpretados por ele de maneira singular.
Com a responsabilidade de vestir ícones como a Mulher Maravilha, os heróis protagonistas e os personagens comuns do longa, o figurinista acertou em cheio ao trazer a eles uma aparência mais sóbria e menos caricata. “Quisemos dar essa impressão de que ela seria uma legítima guerreira”, disse Wilkinson ao “Fashionista” sobre as roupas da Mulher Maravilha. Questionado sobre o padrão despido sexy das personagens femininas, ele rebate afirmando não se tratar da quantidade e tamanho das roupas usadas, e sim da atitude da personagem, interpretada pela israelense Gal Gadot. “Há muitas maneiras diferentes de se mostrar poder”, defende-se.
Com a missão de mostrar os personagens mais velhos, sem medo de esconder os 20 anos de “carreira” de Batman combatendo o crime na metrópole de Gotham, o diretor pediu a Wilkinson que buscasse nos tecidos e nas texturas algo que refletisse essa passagem do tempo de vida dos heróis. “Ele realmente queria que a fantasia parecesse surrada”, diz o figurinista. Ele ainda conta que usou fibra de carbono para ressaltar os contornos musculares do herói, dando vida a “alguém que confia mais em sua própria força e habilidades do que num escudo”.
A fantasia do Superman havia sido originalmente criada por James Acheson para o longa “Homem de Ferro”, de 2013. Wilkinson então deu cara nova à produção, adicionando um curioso detalhe: Zack quis que uma frase não revelada do novelista Joseph Conrad fizesse parte do traje. Ela foi “traduzida” para “Kryptonian“, língua do planeta “Krypton“, e aparece codificada como uma textura estampando todo o dorso do herói.
Os personagens comuns e alter egos civis dos heróis também ganharam interpretação do figurinista. De acordo com o “Fashionista”, o famoso vilão Lex Luthor, interpretado por Jesse Eisenberg, foi repaginado para parecer um “gênio do Vale do Silício”, com aparência comum entre os empresários da região.
Wilkinson também usa a tecnologia como aliada para assinar o guarda-roupa do filme. Usando programas de computação e impressoras 3D, ele foi capaz de recriar os atores em tamanho real para então desenvolver as peças num manequim realista. “O barato desses filmes é que a cada vez que você faz, a tecnologia aumenta. Então, você tem a chance de levar as fantasias ainda além.”