Um dos filmes mais aguardados deste ano é Ghost in the Shell, dirigido por Rupert Sanders, baseado no mangá de Masamune Shirow, também uma grande influência para The Matrix. Scarlett Johansson, Michael Pitt e Juliette Binoche estão no longa, que entra em cartaz nos EUA e no Brasil em março. Por aqui, o filme terá o título de “Vigilante do Amanhã”.
O filme é um thriller cyberpunk que mostra a personagem cyborg Major Motoko Kusanagi (Scarlett) em sua luta contra o cyber terrorismo. Ghost in the Shell se passa no futuro, quando o mundo se torna interconectado por um sistema eletrônico que permeia todos os aspectos da vida e quando também temos a entrada com força da inteligência artificial.
Hackers podem plantar memórias na sua cabeça e as pessoas não conseguem mais saber o que é real e o que é falso, precisando lidar com questões reais de um mundo super tecnológico.
Assim como Ex-Machina, essa história aborda questões filosóficas sobre o nosso futuro, não tão distante assim. “Qual é exatamente a definição de humano em uma sociedade onde a mente pode ser copiada e o corpo substituído por outro”? “Onde está a barreira entre humano e máquina, quando a diferença entre eles se tornou mais filosófica do que física”? “É o seu corpo ou sua mente que faz você ser quem você é?”.
Polêmicas
A escolha de Scarlett para o papel principal sofreu críticas duras, já que a personagem original é asiática e muitos dizem se tratar de uma história puramente japonesa e não universal. Após a revolta de muitos fãs do anime, os diretores ainda tentaram usar tecnologias como CGI e outros efeitos visuais para alterar a imagem da atriz para que ela ficasse com uma aparência mais asiática. Não precisa nem dizer que isso só piorou a situação e iniciou-se uma discussão falando que Hollywood tem medo de contratar atores que não sejam brancos com receio de lucrar menos. Um colunista do Los Angeles Times escreveu: “a única raça com a qual Hollywood se importa é a da bilheteria”.
Rupert Sanders defendeu sua escolha dizendo que Scarlett já tem o feeling cyberpunk dentro dela e foi apoiado por Sam Yoshiba, diretor da Kodansha, empresa dona dos direitos da série e de seus personagens. “Além dela ter essa característica, é também uma oportunidade de uma obra japonesa ser vista em todo o mundo”.
Participações especiais
O diretor japonês Takeshi Kitano (do maravilhoso Dolls, entre outros) atua como o personagem Aramaki. O músico Tricky, da cena de trip hop, também está no filme como um monge.
Lembrança de Bjork
No filme, uma das personagens, a da Geisha, relembra muito a capa do álbum Homogenic, de 1997, com direção criativa de Alexander McQueen.
Trilha e figurino
Clint Mansell, que foi cantor da banda Pop Will Eat Itself, assina a trilha. Entre seus trabalhos, está O Cisne Negro, Pi, Réquiem para um Sonho. A música que já está sendo associada ao filme é “Enjoy the Silence”, do Depeche Mode, mas em cover do produtor americano Ki: Theory.
Quem assina o figurino é a dupla Kurt & Bar (de Dallas Buyers Club e The Hunger Gaes). Uma das principais “roupas” de Major é quando ela parece estar nua (foto que abre essa matéria), mas na verdade veste um macacão thermoptic, que a torna quase invisível. Os fãs do anime especulavam como os figurinistas fariam essa roupa. Eles trabalharam com a empresa Weta Digital para fazer um body inteiro de silicone, usando scans digitais do corpo de Scarlett. O processo durou dois meses.
Assista ao trailer abaixo: