A escritora e curadora britânica Angela Phillips tem uma verdadeira paixão por preservar a cultura. Ao perceber o surgimento de uma vibe vintage na moda, especialmente focada nos anos 80 e 90, ela passou a colecionar e fotos que mostravam o que hoje chamamos de “cultura de rua” da Londres do final da década de 1980 a 1990. “Todos nós amamos essa nostalgia. Mas também vejo isso como uma lição de história”, diz ao site Dazed Digital. “Muita gente não sabe a origem do que hoje chamamos de cultura de rua. Não identificávamos assim. Apenas vestíamos o que vestíamos”.
Quando se juntava aos amigos, a diversão era ficar vendo essas mesmas fotos complementadas a registros antigos da família de cada um. Ela gostava tanto de passar por essas imagens e observar os comportamentos que criou o perfil @ruffnecksrudeboysrollups no Instagram, descrito como um “guia sobre a origem da cultura de rua londrina”.
“Decidi que eu queria fazer uma curadoria dessas fotos e criar uma página para a qual as pessoas também pudessem enviar as suas”, diz. O foco é retratar especialmente o estilo da população negra de Londres que captam algo minimamente especial – as marcas mais usadas da época, por exemplo, como Chipie, Chevignon, Click, Bally, Calvin Klein, Versace, Moschino e Iceberg.
Phillips começou a postar fotos assinadas por obcecados pela cultura de rua Mark Alesky, Ewen Spencer e Liz Johnson-Artur, imagens que achava com determinadas hashtags ou em perfis como @truestories, @sceneandheardhq e @the___archive. Surpreendentemente algo interessante começou a acontecer. “Algumas vezes a página realmente fez com que antigos amigos se encontrassem. As pessoas se marcam, conversam e se reencontram”, aponta. “Quero que essas fotos evoquem memórias únicas, que as pessoas falem ‘Você se lembra disso?'”, arremata.
Para quem gosta de cultura de rua e de história e comportamento de moda, esse perfil é uma verdadeira aula, fora que passar pelas fotos pode ser muito divertido.