Ambientes, objetos, carro e pessoas cobertos por… cobertor. Esse é o ponto de partida para a arte do japonês Makoto Egashira, 32, que após, simplesmente, receber críticas sobre o cobertor repleto de rosas da sua cama por um amigo, deu início a uma imersão relacionada à questão da influência ocidental na cultura oriental do Japão.
Nos últimos dois anos, as instalações de estética kitsch do artista circularam por 12 exposições no país e atraíram um séquito de “fãs de cobertores de rosas” por onde passou – algo que, diretamente, conversa com o propósito de sua obra.
Apesar de Makoto assumir que também compartilha da mesma opinião do amigo em relação ao cobertor, o artista ressalta que tais peças de cama tornaram-se reconhecidas no país após a 2ª Guerra Mundial, descritos por ele como uma “admiração e sentimentos complexos que eles [japoneses] nutriam em relação aos ocidentais”, algo “subconscientemente escolhido” por si mesmo.
A partir desta reflexão e de suas vivência ao longo da infância, como os funerais de seus pais seguidos pela tradição japonesa e pelo gosto próprio em brincar com os bichos de pelúcia da irmã mais velha, o artista busca imergir em sua subconsciência e experiências para dar vida às suas instalações – da sala de estar, banheiro e um cachorro a pessoas e um carro fúnebre (sua obra preferida), todos cobertos pelo mesmo tecido e dominado por rosas, como nos cobertores tradicionais japoneses.
“Eu acho interessante como o estilo ocidental é mainstream no Japão agora. O Japão adota culturas estrangeiras e depois as adapta para torná-las mais adequadas ao povo japonês”, diz ele à i-D. “Essas coisas podem parecer estranhas e desconfortáveis, mas também podem ser interessantes e divertidas”.