Na semana passada eram apenas rumores, que agora estão praticamente confirmados: Rihanna e a LVMH, dona de marcas como Louis Vuitton, Givenchy e Dior, estão finalizando as negociações para a criação de uma nova empreitada na moda. No caso, ela será a primeira diretora criativa negra dentro do maior conglomerado de luxo do mundo.
Segundo o WWD, a história foi confirmada por fontes não autorizadas a falar pela empresa, mas que estão a par das negociações.
Em uma época em que um número relevante de ótimos estilistas estão sem emprego (Stefano Pilatti, Phoebe Philo, Albez Elbaz…), diz muito o fato de que a LVMH escolha aplicar seu dinheiro em uma estrela pop.
Ser estilista ou diretor criativo de uma grande marca é algo que exige um nível de aprendizado que só vem com o tempo e a experiência. Victoria Beckham, por exemplo, deixou a música para se dedicar totalmente à moda e, aos poucos, foi tornando sua marca homônima em uma empresa com qualidade, design e respeitada pela crítica.
A diferença aqui é que Rihanna já vem pronta. Com 67+ milhões de seguidores no Instagram, ela também é uma empresária bem sucedida. Sua marca Fenty Beauty (citada pela Time Magazine como uma das melhores invenções de 2017) redefiniu o significado de como deve ser uma marca de beleza hoje. E é assim com tudo o que ela faz. Em setembro, a cantora lançou uma linha de lingerie, a Savage x Fenty, que foi instantaneamente prestigiada por respeitar a diversidade e celebrar a individualidade e corpos diversos.
Outro fator importante que conta hoje em qualquer negociação é que Rihanna fala direto com o consumidor. E começar uma marca com milhões de potenciais consumidores já engajados não tem preço. Essa combinação de tudo o que ela representa hoje é o que tem motivado a LVMH começar uma marca do zero (em toda a história do grupo, apenas a Christian Lacroix começou assim; custa menos comprar grifes já estabelecidas).
Uma das pessoas que ajudaram Robyn Rihanna Fenty a virar um ícone de moda foi a stylist Mel Ottenberg, que começou a vestir a estrela em 2011 misturando novos designers e marcas em momentos de hype e grifes tradicionais, como Givenchy e Dior. Três anos mais tarde, ela ganhava o prêmio de ícone do ano pelo CFDA 2014. No ano seguinte, ela era o rosto do novo perfume da Dior, Secret Garden. Em 2018. ela adicionou o cinema na lista de plataformas em que atua com o filme Oito Mulheres e um Segredo. Ela está no palco, nas telas, no celular, nos aplicativos de música, em clipes, capas de revista, passarelas, lojas de roupa e beleza. Ela é uma plataforma em si, uma mídia forte e que passa confiança, algo naturalmente convidativo para qualquer empresário.
Por enquanto, há ainda questões sobre como esse negócio será feito, onde será baseado, como será seu relacionamento com a LVMH e até qual será o nome. Para seu público, mera formalidade. Onde Rihanna for, o que Rihanna fizer, ele vai atrás.