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    Tree of Codes: por dentro do espetáculo que reúne Olafur Eliasson, Jamie xx e Wayne McGregor

    Junte um músico vencedor do Mercury Prize e uma das principais antenas da música contemporânea; um artista obcecado pelo sol que se tornou um arquiteto de luz e sensações; e um dos principais coreógrafos em atividade hoje, reconhecido por ter redefinido a dança moderna com seus espetáculos. Essas três pessoas são Jamie xx, Olafur Eliasson e Wayne McGregor, as mentes criativas por trás do espetáculo Tree of Codes. A marca Acne Studios assina o figurino dos bailarinos.

    Combinando música, cenografia e coreografia, Tree of Codes é um laboratório de experimentação, fruto dessa colaboração artística em que espaço, corpos e arquitetura interagem. O espetáculo foi originalmente criado para o Festival Internacional de Manchester, mas acaba de entrar em cartaz na Ópera Nacional de Paris, onde fica até o dia 13 de julho.

    O projeto foi inspirado pela obra de mesmo nome criada por Jonathan Safran Foer, uma obra de arte na forma de um livro publicado em 2010. Foer pegou o livro de Bruno Schulz, The Street of Crocodiles, e recortou a maioria das palavras, criando um objeto escultural. “Jonathan Safran Foer fez um trabalho escultural imersivo que paira de forma brilhante entre palavras e espaços, superfícies e camadas, passados e futuros. Sua narrativa pós-apocalíptica e reinvenção do processo de leitura em si leva sua imaginação a estados limítrofes estimulantes. Esses mundos turvos e que desorientam fornecem um poderoso ponto de partida para nossa colaboração no palco – onde constelações de luz, sombras, corpos, objetos e sons dançam nas extremidades da escuridão”, explica o coreógrafo McGregor.

    Nascido em 1970, Wayne McGregor é um coreógrafo e diretor britânico, reconhecido por suas inovações na dança. Impulsionado por uma curiosidade sobre o movimento e seus potenciais criativos, seus experimentos o levaram a um diálogo colaborativo com uma variedade de formas artísticas, disciplinas científicas e intervenções tecnológicas. Seus trabalhos são sempre visualmente surpreendentes e multi dimensionais. 

    Ele é coreógrafo residente do Royal Ballet – o primeiro dançarino com background contemporâneo convidado para esse papel – onde já criou 16 espetáculos, incluindo Chroma, que teve trilha sonora criada pelo White Stripes. McGregor também já coreografou e dirigiu algumas apresentações de Gareth Pugh na semana de moda de Londres e as sequências de abertura de várias edições do Brits Awards.

    Já Jamie xx (ou Jamie Smith, como consta no material oficial do espetáculo), ainda que esteja cada vez mais colaborando com outras disciplinas artísticas, viveu uma nova experiência na concepção de Tree of Codes. “Eu não sabia nada de balé antes disso. Eu até recebo várias propostas aleatórias, mas essa parecia muito excitante”, disse ao jornal The Independent. A trilha que faz para o espetáculo fica entre a emoção e a abstração, de forma inseparável da cenografia e da dança, o que explica por que a trilha não foi lançada separadamente.

    “A primeira parte começa com um black out e os dançarinos vestindo pontos de luz de led como se fossem estrelas. Então entram caleidoscópios de espelhos e o cenário começa a se revelar a partir daí com jogos de espelho que multiplicam os bailarinos no palco. A trilha é incrível, muito forte, com batidas cadenciadas e que vão dando ritmos diferentes a cada ato do espetáculo”, conta Augusto Mariotti, diretor do FFW e que assistiu ao show.

    Tree of Codes / Reprodução

    Tree of Codes / Reprodução

    Ao que parece, é uma performance impecável e deslumbrante. Porém uma crítica especializada trouxe um ponto que pode fazer sentido quando algo é tão perfeito. “Apesar da perfeição técnica dos dançarinos (ou talvez por causa disso), eles podem parecer muito afastados da platéia. Havia algo de frio, que não conseguiu nos atingir emocionalmente. A platéia lotada aplaudiu de pé – mas enquanto eu também estava deslumbrada, esse trabalho preciso de lapidação de diamante não tinha calor e coração. Em tempos difíceis, a arte nos dá consolo, mas eu não encontrei esse consolo aqui”, escreveu Brigid Delaney no The Guardian.

    É um ponto de vista, mas que não tira o mérito de três grandes artistas pensando e criando juntos, levando para a frente a dança, a arte, a música e a noção de espetáculo como experiência.

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