O novo filme de Ari Aster, Midsommar, mal estreou nos EUA e na Europa, e já está dando o que falar, não apenas entre o público que tem divulgado boca a boca via Twitter, mas entre os críticos que estão o chamando de “obra prima do terror” (estreia no Brasil em 19.09). O longa é do novaiorquino Ari Aster, que ficou famoso já na sua estreia como diretor no ano passado, com Hereditário, filme de horror indicado a diversos prêmios como Critics Choice Award, MTV Movie Award e Independent Spirit Award.
Misommar se passa em uma região idílica na Suécia, rodeada por florestas e lagos, mas foi na verdade filmado na Hungria. A história começa com Dani (Florence Pugh) e Christian (Jack Reynor) em um relacionamento pegajoso e já decadente. Por conta de uma tragédia na vida de Dani, Christian reluta em deixa-la e a leva para uma viagem de verão com seus amigos. Eles tinham programado ir para o festival Midsommar, que acontece apenas uma vez a cada 90 anos e é super secreto – o grupo só sabe a respeito do evento porque têm um amigo que nasceu nessa comunidade e os convidou.
Tudo parece calmo de início, mas também desde o começo, sentimos já uma vibe inquieta. O filme vem num crescendo de paranoia até o grande tumulto em seus momentos finais. E a trilha do compositor britânico Bobby Krlic (aka Haxan Cloak) nos acompanha por todo o roteiro de maneira fundamental.
A dinâmica se intensifica e muda durante essa viagem em que a diversão esperada dá lugar ao terror de um culto pagão. Mas ele vem aos poucos e é combinado com planos abertos de paisagens de sonho, com o sol que ilumina até longas horas da noite, as mulheres sorridentes com trajes folclóricos que parecem tão acolhedoras.
O diretor é inteligente em construir uma espécie de ratoeira – para o público inclusive. “A partir do momento em que Dani, Christian e seus amigos passam pelo portal solar do festival, tudo, desde as colinas verdes que cercam o complexo até a coreografia fluente, contribui para a sensação de armadilha inexorável e de crescimento lento”, conta o crítico do New York Times. “No momento em que as mulheres dançam em círculos ao redor de um mastro, até mesmo o trabalho de câmera – com seu fluxo sinuoso e empurrões e arranques em contraponto – parece estar apertando ainda mais os visitantes”.
O crítico da IndieWire David Ehrlich disse no Twitter: “Midsommar fará pelos rituais suecos do solstício pagão o que Psicose fez para os chuveiros. Um conto de fadas psicodélico sobre libertar-se do medo e da dor – absolutamente delicioso desde seu pesadelo de uma abertura para o seu final de purgação floral”.
À revista Variety, o diretor contou que o roteiro foi inspirado no fim de um relacionamento seu. “Eu estava meio que passando por um término no momento e juntando os pedaços de um relacionamento fracassado. Eu queria escrever um filme sobre términos antes, mas nunca achei um ângulo que fosse interessante. Mas, então uma produtora sueca se aproximou de mim e me disseram que queriam escrever uma história de terror na Suécia. Nós achamos que esse cenário seria perfeito para contar uma história de terror que abordasse sobre o fim de um relacionamento”, disse.
Midsommar estreia no Brasil dia 19 de setembro.