Por Luiz Henrique Costa
Nessa segunda (15.03) foram anunciadas as indicações ao Oscar 2021 em sua 93ª edição, que apesar do ano tão irregular para o cinema, seguiu sem grandes surpresas.
As indicações ocorreram em evento transmitido digitalmente pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas e foram reveladas pelo casal Nick Jonas e Priyanka Chopra. A transmissão dos vencedores esse ano acontece um pouco mais tarde que o usual, no dia 25 de Abril. A Academia conta atualmente com cerca de 8.000 membros votantes composta por profissionais que atuam em diferentes áreas: atores, figurinistas, editores, produtores, diretores, roteiristas. E é por esse motivo que o Oscar é reconhecido e tão celebrado, por ser um prêmio da indústria, feito para a indústria, com toda a pompa máxima que os holofotes do cinema são capazes de criar.
poster de Nomaland com Francis McDorman e suas Birkenstocks
Novas regras e Netflix
Até o ano passado, regiam algumas regras como a indicação exclusiva de filmes lançados entre os dias 1º de janeiro a 31 de dezembro do ano anterior no EUA e terem estado em cartaz por pelo menos uma semana em uma sala de cinema com espectadores pagantes na cidade de Los Angeles. Obviamente, todas as regras caíram por terra no último ano e o recorde de indicações, não por coincidência, foi para uma plataforma de streaming, a Netflix com 35 indicações – e este promete ser um caminho sem volta.
Como já é tradicional em todos os anos, algumas curiosidades e esnobadas deixaram os cinéfilos boquiabertos: o filme de Spike Lee, Destacamento Blood, ignorado como melhor filme e direção, recebeu uma singela e única indicação por Melhor Trilha Sonora. Embora o filme não seja de longe um dos trabalhos mais marcantes de Lee, esperava-se ao menos uma indicação a excelente atuação de Delroy Lindo. O mesmo esperava-se em relação a uma possível indicação de Jodie Foster pelo seu trabalho em The Mauritanian, que flopou.
Muito se especulou sobre a direção de Regina King por Uma Noite em Miami, mas que seria um certo exagero de hype, por hora. O mesmo para Aaron Sorkin na direção por Os 7 de Chicago, que tem um roteiro excelente, mas uma direção irregular em muitos momentos.
O que esperar da noite de premiação
Esperam-se momentos de emoção como uma homenagem a indicação póstuma do ator Chadwick Boseman, que faleceu recentemente. Nessa categoria seria também bem-vindo ver o Riz Ahmed, primeiro muçulmano indicado ao prêmio de melhor ator, ou o Anthony Hopkins, o mais idoso a ser indicado, levando a estatueta.
Na categoria de melhor figurino gostamos muito do trabalho de Alexandra Byrne por Emma. Alexandra é uma fera em figurinos de época e assinou os dois filmes sobre a Rainha Elizabeth protagonizados por Cate Blanchet.
Algumas curiosidades inusitadas, como Glenn Close indicada simultaneamente pelo mesmo papel em dois prêmios antagônicos: Melhor Atriz coadjuvante no Oscar e pior atriz no Framboesa de Ouro. Tomara que ela leve na esportiva como fez Sandra Bullock no mesmo ano em que estava bombando com Um Sonho Possível.
Os indicados nas principais categorias:
MELHOR FILME
- Meu pai
- Judas e o messias negro
- Mank
- Minari
- Nomadland
- Bela vingança
- O som do silêncio
- Os 7 de Chicago
MELHOR ATRIZ
- Viola Davis ― A voz suprema do blues
- Andra Day ― Estados Unidos Vs Billie Holiday
- Vanessa Kirby ― Pieces of a woman
- Frances McDormand ―Nomadland
- Carey Mulligan ― Bela vingança
MELHOR ATOR
- Riz Ahmed ― O som do silêncio
- Chadwick Boseman ― A voz suprema do blues
- Anthony Hopkins ― Meu pai
- Gary Oldman ― Mank
- Steve Yeun ― Minari
MELHOR DIREÇÃO
- Thomas Vinterberg ― Druk – Mais uma rodada
- David Fincher ― Mank
- Lee Isaac Chung ― Minari
- Chloé Zhao ― Nomadland
- Emerald Fennell― Bela vingança
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
- Maria Bakalova ― Borat 2
- Glenn Close ― Era uma vez um sonho
- Olivia Colman ― Meu pai
- Amanda Seyfried ― Mank
- Yuh-Jung Youn ― Minari
MELHOR ATOR COADJUVANTE
- Sacha Baron Cohen ― Os 7 de Chicago
- Daniel Kaluuya ― Judas e o messias negro
- Leslie Odom Jr. ― Uma noite em Miami
- Paul Raci ―O som do silêncio
- Lakeith Stanfield ― Judas e o messias negro
MELHOR FIGURINO
- Emma
- A voz suprema do blues
- Mank
- Mulan
- Pinóquio
MELHOR TRILHA SONORA
- Destacamento blood
- Mank
- Minari
- Relatos do mundo
- Soul
MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
- Judas and the Black Messiah
- Minari
- Promise Young Woman
- Sound of Metal
- The Trial of the Chicago 7
MELHOR FILME INTERNACIONAL
- Another Round (Dinamarca)
- Betther Days (Hong Kong)
- Collective (Romênia)
- The Man Who Sold His Skin (Tunísia)
- Quo Vadis, Aida? (Bósnia e Herzegovina)
MELHOR FOTOGRAFIA
- Judas e o messias negro
- Mank
- Relatos do mundo
- Nomadland
- Os 7 de Chicago