Matthieu Blazy desfilou hoje sua segunda coleção para a Bottega Veneta, em Milão. Numa clara continuidade do que iniciou em fevereiro, o designer parece focar na construção de seu vocabulário para a marca, mais do que criar peças hit e passageiras.
A irreverência e a ideia do erro das criações do designer Gaetano Pesce servem de cenário e inspiração para uma coleção que prima pela construção primorosa e experimentação artesanal e indústrial. Mais uma vez o uso couro confunde os olhares, ganhando forma de jeans, ternos em xadrez, camisas de flanela mais casuais. A alfaiataria precisa marca presença e se destaca em ternos, camisas e casacos de ombros em ângulo, e principalmente no vestido preto marcado por protuberâncias logo abaixo da linha do quadril, desfilado por Mariacarla Boscono.
O experimentalismo técnico e primor artesanal ficam ainda mais evidente nos vestidos camisola com aplicações em 3D, nos vestidos em jacquard estampados de estética de tapeçaria e nos franjados em tricô monocromáticos finais.
Nos acessórios, o intrecciato típico da Bottega é explorado nas bolsas dos mais variados tamanhos: da clássica clutch, que foi hit nos anos 2000, às novas maxi bolsas carregadas debaixo do braço e a nova Kalimero, levada displicentemente nas costas com apenas uma alça trançada.
Com esta coleção de verão 23, Matthieu e a Bottega Veneta nos entregaram antes de qualquer coisa o inusitado, o diferente, o experimental e o verdadeiramente especial. (AUGUSTO MARIOTTI E FELIPE VASCONCELOS)