O segundo desfile de Sean McGirr a frente da McQueen era tão aguardado quanto a sua estreia, uma vez que o que virá depois e, claro, a continuidade é sempre mais importante do que o primeiro impacto, especialmente quando estamos falando da construção de uma nova imagem para uma marca cercada de expectativas e nostalgia – e a sensação foi de amenidade, o sabor agridoce.
Sim, somos obcecados pelo passado e pela comparação. Mas a era dos super estilistas, com Alexander McQueen e John Galliano como astros do rock, não vai voltar. É difícil ocupar a posição de uma figura tão intensa e celebrada como nessa situação. Pieter Mulier conseguiu na Alaïa, Blazy também na Bottega com a saída do então elogiado Daniel Lee; e Sarah Burton era respeitada pois sua devoção por McQueen era sentida em cada detalhe.
O que vimos hoje (28.09) foi uma McQueen para recém-iniciados (ou seria dummies?). A coleção tem todos os códigos do fundador: tem cintura bem baixa, um joguinho leve de proporções, o couro por ser um material mais agressivo até foi necessário para dar um toque de rebeldia, exercícios de alfaiataria, mas quando o último look – um longo de pedraria – entra… você sente que faltou algo. Falta um suor, uma sujeira, um sentimento e é isso que se espera dessa marca em especial.