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    O que esta por tras da crise atual do luxo?

    Preços em alta, queda nas vendas, a crise na China está tirando o sono dos executivos.

    O que esta por tras da crise atual do luxo?

    Preços em alta, queda nas vendas, a crise na China está tirando o sono dos executivos.

    POR Vinicius Alencar

    A divisão focada em itens de couro do grupo LVMH reportou uma queda de 5% nas vendas do terceiro trimestre, indo bem aquém das expectativas dos analistas que já não eram tão boas, mas pelo menos previam um crescimento entre 0 (!) e 2%. Que a crise chegaria não é nenhuma novidade, desde o boom pós pandemia o mercado já previa que essa fase eufórica de consumo reprimido seria seguida de uma ressaca e retração, mas parece que só começou. 

    As vendas das marcas do grupo de Bernard Arnault caíram 3% no terceiro trimestre do ano numa base orgânica, que significam uma perda de 21 bilhões de dólares (cerca de 118 bilhões de reais). 

    A expectativa agora está toda no quarto semestre, afinal teremos o natal. Mas se está difícil para LVMH e Kering, o impacto em produtores menores e marcas independentes também devem sentir essa mudança que vai se instaurando.

    Elencamos alguns pontos-chave que ajudam a entender por que as vendas do luxo caem e destacamos pistas do que está influenciado o comportamento atual dos consumidores. 

    ​A crise na China

    Na China, o elevado desemprego entre jovens e a depressão dos mercados imobiliários e de ações atenuaram significativamente a recuperação pós-Covid do país e pesaram sobre a confiança dos consumidores. Para muitos, uma compra de luxo parece imprudente especialmente agora.

    Coréia: aguardando saturação

    ​Os coreanos já gastam mais em luxo per capita do que qualquer outra nacionalidade.

    A Coreia do Sul​  teve um desempenho ​bem melhor do que a da China, ​porém o mercado corre o risco de saturação. 

    A​ iminência de uma Guerra e Olímpiadas em… vão

    A Guerra na Ucrânia e Oriente Médio deixa o mundo em estado de apreensão. Até o alto investimento nas Olímpiadas não resultou em um grande retorno – vale lembrar que a LVMH patrocinou os jogos com Dior vestindo Lady Gaga e Celine Dion, enquanto a Louis Vuitton também se fez onipresente durante o evento.

    Corrida maluca do lucro

    Os aumentos acentuados dos preços desde 2019 são tanto uma resposta ao suposto aumento dos custos, como também uma tentativa cada vez mais gananciosa de aumentar as margens de lucro. 

    Os preços de luxo atuais são, em média, 54% mais elevados do que antes da Covid, de acordo com o HSBC, o preço da bolsa 2.55 da Chanel aumentou 91%; enquanto a Speedy da Louis Vuitton aumentou 100%. Outro exemplo é a bolsa Lady Dior (carro-chefe da maison) que teve aumento de 46% desde 2019, um crescimento exponencial que supera os reajustes das últimas duas décadas – se você ficou curioso ela atualmente está em torno de 6.500 dólares, algo em torno de 37 mil reais, em um tamanho médio. 

    A criatividade também está em crise

    A dança das cadeiras da moda não é uma mera coincidência, ela influencia obviamente nas vendas e ocupar um lugar de diretor criativo hoje é viver sob a pressão de alcançar números espetaculares e, de quebra, agradar a crítica especializada. A Dior enfrenta isso com Maria Grazia Chiuri, a Gucci, também quando pensamos nos tropeços consecutivos de Sarno. E ambas, como sabemos, são as garotas dos olhos de seus respectivos grupos, LVMH e Kering. 

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