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    Audrey Nuna: A nova voz do hip-hop experimental

    Com uma estética futurista e um som que transita entre o glitch e o R&B, a artista redefine o pop urbano de ‘‘damn right’’ até seu novo álbum ‘‘TRENCH’’.

    Audrey Nuna: A nova voz do hip-hop experimental

    Com uma estética futurista e um som que transita entre o glitch e o R&B, a artista redefine o pop urbano de ‘‘damn right’’ até seu novo álbum ‘‘TRENCH’’.

    POR Laura Budin

    Se você ainda não conhece Audrey Nuna, está na hora de entender por que ela é uma das artistas mais audaciosas e inovadoras do hip-hop atual. Com uma mistura afiada de R&B, trap e experimental, Audrey não só desafia gêneros como também os reinventa. Sua postura irreverente no palco e sua atitude rebelde são tão marcantes quanto o grillz vermelho que ela ostenta no dente frontal – um detalhe que já virou sua assinatura, como na icônica performance de “Mine” no YouTube, onde ela transforma um rap ao som de harpa em uma apresentação inesperada. Audrey é a personificação do “the best of both worlds”, misturando o clássico e o contemporâneo com maestria.

    Do lançamento de seu primeiro álbum, A Liquid Breakfast, ao segundo projeto, Trench, Nuna se reinventa sem perder o frescor, acumulando milhões de streams no Spotify e uma base crescente de fãs leais. Seu estilo é tão ousado quanto sua música: uma fusão única de streetwear futurista com toques que honram suas raízes coreanas.

    De Nova Jersey para o universo digital, Audrey Nuna está redefinindo o hip-hop e a estética urbana — e é por isso que ela merece um lugar na sua playlist agora mesmo.

    Quem é Audrey Nuna?

    Nascida e criada em Manalapan, uma pequena cidade de New Jersey, Audrey, 25, transformou a monotonia suburbana em um campo fértil para sua criatividade. Filha de imigrantes sul-coreanos, ela cresceu em um ambiente que misturava o k-pop dos anos 1990, Whitney Houston e Destiny’s Child, absorvendo influências musicais que hoje se traduzem em um som único.

    Aos 22 anos, Audrey lançou o álbum ‘‘A Liquid Breakfast’’, gravado em um closet improvisado de seu apartamento em Nova York. O álbum, que trouxe colaborações com Jack Harlow e Saba, reflete sua jornada de autodescoberta, combinando rap, R&B e uma abordagem DIY. Além de celebrar suas raízes coreanas — como na faixa “Blossom”, que inclui a voz de sua avó. Em 2024, Audrey lançou seu segundo álbum ‘‘Trench’’ em dois discos.

    Além de sua música, Audrey encontra inspiração no cinema, das grandiosidades de ‘‘Duna’’ às animações de Hayao Miyazaki. Performances ao vivo, como nas turnês com Ashnikko e nos palcos do SXSW, são descritas por ela como um “exercício visceral” de conexão humana. Além disso, colaborações também desempenham um papel central em sua jornada criativa, com parceiros de longa data e novos artistas como So! YoON!, da banda Se So Neon.

    Uma música para começar

    “damn right” de Audrey Nuna é um retrato sonoro e visual da autoconfiança irreverente que marca a nova onda do hip-hop e a faixa perfeita para começar a descobrir o trabalho da artista. A faixa mistura sarcasmo e observações afiadas sobre a cultura do “flexing” e teve o videoclipe, dirigido por Lolo Zouaï. Além disso, Audrey, que assumiu o controle do seu próprio styling, se encarregou do figurino, criando visuais que vão do descomplicado ao provocador, como o look com bandana rosa, batom vermelho e taco de beisebol.

    Álbum para conhecer

    “Trench”, o aguardado segundo álbum de Audrey Nuna, marca uma evolução significativa na carreira da artista. Depois do sucesso de ‘‘A Liquid Breakfast’’ (2021), Nuna entrega um trabalho mais sombrio e introspectivo, inspirado pela experiência de viver em Los Angeles e pelas transformações pessoais e musicais que atravessou. A sonoridade de ‘‘Trench’’ é uma mistura de trap glitchy, R&B, rock e até elementos de folk.

    Dividido em dois discos, ‘‘Trench” encapsula contrastes — suavidade e dureza, luz e sombra — com faixas como “Dance Dance Dance”, repleta de sintetizadores e “Joke’s on Me”, que aposta em um violão melancólico. Audrey ainda explora suas raízes e referências, homenageando o R&B dos anos 1990 em “Mine” e colaborando com Teezo Touchdown em “Starving”.

    O álbum também é marcado por influências de sua terra natal, New Jersey, especialmente com o toque do Jersey club, que ressurge no mainstream de forma poderosa. A sonoridade do disco também traz uma inspiração inesperada: o filme ‘‘Akira’’, que, segundo Nuna, serviu de trilha sonora para uma transformação mais sombria e visceral.

    Estilo & Estética

    Na moda, Audrey Nuna se expressa por meio de uma estética que mistura influências futuristas e o streetwear, com uma dose nostálgica das roupas que ela carinhosamente chama de “roupas de vovó”. Seu estilo é uma fusão de elementos urbanos e industriais, inspirados tanto na liberdade que ela encontrou em Nova York quanto na funcionalidade de trajes práticos, como os usados por trabalhadores de construção, encanadores e até por uniformes táticos.

    A cantora adora explorar o conceito de dualidade em suas roupas, como no uso de trajes de armadura digital, como os criados para sua colaboração com a plataforma de moda digital SYKY. A coleção, chamada “Glamour as Armor”, inclui trajes como o “SYMPHONY”, um conjunto metálico com espinhos que remete a uma armadura de guerreiro, e o “GALACTIC”, um traje unissex com efeitos futuristas.

    Audrey vê a moda como uma forma de se proteger e se expressar, descrevendo suas escolhas como um “mecanismo de defesa”, onde ela usa a roupa tanto literal quanto simbolicamente como um escudo contra as adversidades da vida.

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