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    Destrinchando o estilo de Psicopata Americano

    Longa clássico dos anos 2000 tem tomado conta das redes sociais por conta dos memes, e claro, pelo icônico estilo de Patrick Bateman. 

    Destrinchando o estilo de Psicopata Americano

    Longa clássico dos anos 2000 tem tomado conta das redes sociais por conta dos memes, e claro, pelo icônico estilo de Patrick Bateman. 

    POR Gabriel Fusari

    Desde que Psicopata Americano caiu nas graças das novas gerações, o longa dirigido por Mary Harron em 2000, tem ganhado posts que mergulham na narrativa do filme – especialmente vídeos que romantizam Patrick Bateman, o protagonista vivido por Christian Bale. De fato, o personagem é desprezível, mas é inegável que ele seduz a audiência, ainda mais quando o assunto é seu estilo e, consequentemente, o seu lifestyle ali retratado. 

    Tanto que Lucas Guadagnino anunciou que está desenvolvendo um remake junto à Lionsgate Pictures, para se ter ideia do tamanho do apelo que o filme tem depois de 25 anos de lançado. Se partimos do pressuposto que os looks são parte fundamental do charme que Bateman têm, devemos agradecer à Isis Mussenden, figurinista responsável por reproduzir a imagem de Yuppie no longa, retratando fielmente a forma de vestir que desse grupo na década de 1980. Pensando nisso, rebobinamos as fitas cassetes para entender o que faz o Psicopata Americano ser um símbolo estético e tão sedutor. 

    Look completo

    Patrick Bateman é meticuloso em tudo, inclusive em suas escolhas de roupas. Seus ternos são de marcas como Armani, Valentino e Cerruti, usados com camisas Hugo Boss e Charvet, suéteres Ralph Lauren e mocassins Gucci. Acessórios essenciais para compor sua figura incluem um relógio Rolex Datejust 16013, cuecas Calvin Klein e óculos Oliver Peoples. Essas peças não são apenas roupas; são símbolos de pertencimento ao universo dos Yuppies. O visual transmite o equilíbrio entre sofisticação e a busca incessante pela perfeição estética que define Bateman e seu círculo social.

    Yuppie

    Apesar de lançado em 1991 como livro, Psicopata Americano se passa na década de 1980, onde executivos da publicidade, aquisições, mercado financeiro e relações públicas estavam em alta com seus salários fabulosos e seu estilo de vida único. Como explica de forma humorada o termo, o jornalista Sérgio Dávila contou na sua crítica ao filme na Folha de S. Paulo na época: “Usavam suspensórios, gel no cabelo, exibiam máquinas de fazer sushi em seus lofts e colocavam as carreiras (de cocaína e profissionais) acima de tudo. Dominavam a Terra”. 

     

    A Estética como narrativa

    A estética é o coração do Psicopata Americano, muitas vezes mais impactante que os próprios assassinatos da trama. O filme problematiza a obsessão masculina por status, poder e aparência, tudo sob o olhar crítico da diretora Mary Harron. Essa vaidade, glamourizada pelo ponto de vista masculino, se torna o verdadeiro “terror” do filme. Bateman é um exemplo perfeito dessa obsessão: seus colegas competem para ser o mais charmoso e persuasivo, mas o que realmente diferencia Patrick é sua frieza, refletida não apenas em sua personalidade, mas em sua forma de vestir, morar e se comportar. Seu apartamento minimalista e austero é uma extensão de seu vazio emocional, assim como suas roupas. Essa combinação transforma o longa em um retrato perfeito do terror contemporâneo, onde o vazio existencial ganha forma por meio da moda e do design.

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