Fachada do MIS, em São Paulo ©Reprodução
Nesse sábado que passou fui ao MIS (Museu da Imagem e do Som) dar uma olhada na programação deles. Com exceção do evento de apresentação do Movimento HotSpot, que aconteceu lá, eu não havia ido ao museu desde que André Sturm assumiu a direção, mas tenho acompanhado através dos jornais e sites o esforço que ele vem fazendo e como isso alavancou a programação do MIS. Adorei o que vi.
Tem uma belíssima mostra do fotógrafo André Kertész (1894 – 1985), com quase 200 imagens deste que foi mestre de outros mestres, como Cartier-Bresson. Há fotos lindas, em que vemos sua técnica, e cenas igualmente especiais, que revelam a oportunidade do momento da foto, que vem de encontro com uma frase famosa sua: “o que eu sinto, eu faço”. As imagens têm sentimentos e histórias por trás.
©André Kertész / Reprodução
©André Kertész / Reprodução
©André Kertész / Reprodução
No mesmo andar ainda tem uma mostra do fotógrafo brasileiro Claudio Edinger, “De Bom Jesus a Milagres”, fotografada no sertão da Bahia, justamente na região que vai de Bom Jesus da Lapa à cidade de Milagres. Esse projeto, eu li lá no texto do curador, faz parte de um “mapeamento nacional” que Claudio desenvolve desde 2000, “tentando responder com imagens à questão da identidade nacional”. O que mais me chamou atenção aqui foram as cores e os recortes das fotos. Mostra um Brasil humano e gentil. O curador Eder Chiodetto traduz bem o trabalho do artista: “Claudio Edinger nos empresta seu olhar, educado pela história da arte, mas também pelas pedras, pela luz e pelos olhares das pessoas do sertão, para que a gente perceba a poesia avassaladora que repousa silenciosa e distraidamente nos recantos do Brasil”. É exatamente isso.
©Claudio Edinger / Reprodução
©Claudio Edinger / Reprodução
©Claudio Edinger / Reprodução
E para fechar, tem uma ótima exposição, muito bem montada, das polaroides de Andy Warhol. “Andy Warhol Superfície Polaroides” (1969-1986) traz mais de 200 imagens de seus amigos e conhecidos ilustres. O pequeno detalhe que faz toda a diferença é que vemos snapshots, despretensiosas e que não envelhecem com o passar dos anos, de Mick Jagger, Jane Fonda, Joseph Beuys, John Lennon, Yoko Ono, Truman Capote, Robert Mapplethorpe, Keith Haring, Debbie Harry… Com curadoria de Diógenes Moura, é um deleite entrar naquela sala e ficar apreciando (e desejando muito!) aqueles pequenos retratos.
E depois, um suco de tomate no Chez Mis, ali ao lado, caiu muito bem!
As três mostras ficam em cartaz até o dia 24.06.