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    * boychild *
    * boychild *
    POR Camila Yahn

    A performer boychild sem maquiagem ©Reprodução

    Um buzz cercava o desfile da Hood by Air na semana de moda de Nova York. A grife, que ganhou um prêmio do grupo LVMH, tem sido recebida como uma marca que transborda energia nova. Além das roupas de streetwear que falam direto com o público jovem, outra coisa chamou a atenção durante o desfile: o casting. A passarela da Hood foi invadida foi um número de não-modelos de diversos tipos e estilos, uma característica da marca até então.

    E de todas essas figuras, a que recebeu mais aplausos foi a (o) boychild, uma pessoa musculosa e imponente, na verdade uma menina que parece um menino e que já havia desfilado para a HBA em 2013. Sua foto na passarela foi instagramada por fashionistas como Nicola Formichetti e veículos como “V Magazine”, Dazed & Confused” e Style.com, que postou: “todos os telefones fotografando boychild”.

    + Veja aqui a coleção da Hood by Air Verão 2015

    Mas o que boychild tem que causa fascínio? Para começar, a coisa do gênero e o mistério em torno de sua figura. Ela nasceu na Califórnia e apareceu há menos de dois anos na cena drag de São Francisco, mas a persona boychild surgiu de um projeto de um dançarino que convidava seus amigos a criarem um personagem para eles. “Eu apenas sabia que queria que fosse uma coisa meio clown, mas também um curandeiro, então comecei a pesquisar muito sobre xamãs e feiticeiras”, contou à revista “i-D”. “O que eu faço é uma versão mais articulada do que sempre fiz a vida toda. Sempre fui performática.”

    Quem já viu seus shows relata uma espécie de exorcismo, um culto, no mínimo algo bem selvagem que pode durar até três horas. Quando faz alguma performance, entra em outro estado e torna-se uma imagem forte, crua e sem gênero. Com a mente totalmente aberta e livre de preconceitos, ela alcança seu público de forma catártica. “Quando estou em ação sinto que saio de mim mesma. É a forma que sei me expressar, usando meu corpo como linguagem de um jeito que não sei fazer com palavras.” Um show de boychild, normalmente em casas noturnas, pode ser simplesmente uma dublagem de uma música, mas é impressionante notar como sua respiração forte traz tensão à cena e empolga o público.

    Ela também mexe muito com os opostos. Parece pequena e delicada sem montação, mas é só ver a foto da passarela da Hood By Air para logo mudar de opinião. Seu rosto delicado é transformado por uma maquiagem pesada, que encontra outra contradição: uma tatuagem enorme no pescoço com a palavra BLISS. Uma palavra feliz desenhada de forma crua. Por conta disso, sua performance é muitas vezes chamada de sombria, mas boychild diz que seu trabalho tem a ver com o amor. “A luz também não existiria se não houvesse a escuridão. Não quero fazer um trabalho dark, mas com o reflexo da luz e do êxtase sempre vêm a escuridão e a tristeza.”

    Shayne Oliver, o estilista por trás da Hood by Air, define a performer desta forma: “Ela representa um novo gênero de beleza. Homem x alien, natureza x tecnologia, a beleza e a sexualidade sem remorso da mulher x a segurança do homem. Tudo isso é boychild”, diz.

    Com quase 40 mil seguidores no Instagram, rede em que é mais ativa, boychild é o novo ícone da cultura jovem underground e está totalmente integrado à sua dona, que não vê mais distância entre pessoa e personagem, tanto que não se acha menções ao seu nome verdadeiro ou o que ela é quando não é boychild. “Na verdade ainda estou descobrindo muitas coisas. Ele é parte de mim, é como uma entidade”, disse ao site Bullet. “Os humanos são cyborgs hoje. Temos muito mais avatars do que experiências de vida real. A conexão que nós temos hoje com a tecnologia e a forma como isso me afeta, é aí de onde vem o boychild e eu sou tudo isso”, definiu para a Dazed Digital.

    @boychild

    boychild no desfile da Hood By Air ©Imaxtree

    Uma das performances de boychild ©Reprodução

    Lentes coloridas e a tatuagem no pescoço, suas marcas registradas ©Reprodução Instagram

    ©Reprodução Instagram

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