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    DJ é o novo taxista, escreve Felipe Venancio em sua coluna para o FFW
    DJ é o novo taxista, escreve Felipe Venancio em sua coluna para o FFW
    POR Redação

    Eu adoro ouvir rádio FM com a tecla “scan” acionada, você conhece?  Ela é uma tecla que deixa tocar só cinco segundos da programação de cada estação do dial. Ou seja, ela corre todas as rádios deixando somente um pedacinho da música tocar. Se você quiser ouvir a música inteira, é só desapertar a tecla. Além da liberdade, ainda fica uma coisa meio tensa de conseguir apertar o botão a tempo pra poder ouvir sua música favorita. Em um “scan” desses, flagrei cinco rádios na sequência tocando “Time of My Life”, cover do Black Eyed Peas para a baba do filme “Dirty Dancing’’, de 87.

    felipe radioRádio com a tecla scan ©Reprodução

    Juro, cinco rádios seguidas. Achei pressão demais. Me fez pensar se não estava acontecendo alguma coisa.

    Baseado na informação da professora Bernadete Zagonel, doutora em música pela Universidade Sorbonne (Université de Paris IV), no livro “Pausa para ouvir música”, ela diz: “de tanto que as músicas tocam, a gente acaba aprendendo sua melodia, reconhecendo quando ela toca e, em algumas ocasiões, até sabendo repetir e cantarolar alguns pedaços”. Apesar do livro falar em Villa-Lobos, confirmou o Black Eyed Peas, no “scan”.

    Soube que os DJs determinavam o que íamos ouvir nas rádios até os anos 70. Eram feitas reuniões com várias pessoas conhecedoras de música e com uma pilha de discos no centro da mesa — os supostos hits, que eram ouvidos um depois do outro. Independente das apostas das gravadoras, as melhores eram escolhidas e daí entravam na programação.

    Fiquei pensando: quem vai determinar o que devemos ouvir hoje em dia? Se a fonte, forma e a maneira como a música chega mudaram. Podemos ficar otimistas ou ferrou de vez?

    Ouvi comentários de pessoas que vieram do show do U2 dizendo que eles só tocaram “hits”. Na verdade nem todas as músicas tocadas no show foram “singles” ou trabalhadas pela gravadora para serem “hits”. No caso do U2 acredito que o motivo dessas músicas serem tão conhecidas pelo público, que lotou o Estádio do Morumbi, foi porque os discos eram ouvidos inteiros. Mesmo você podendo comprar via download o disco todo, sabendo que pode eliminar aquela ou outra da lista, talvez “Save a Prayer” do Duran Duran, do disco “Rio”, sendo uma balada lenta e a penúltima do lado B, não tivesse virado o hit que virou na época.

    felipe duran duranRio, álbum clássico do Duran Duran, lançado nos anos 80 ©Reprodução

    Esse tempo, do CD completo, está quase passando.  Hoje, como se sabe, compra-se a música separada, e de acordo com Simon Gillham, vice-presidente da Vivendi, grupo francês de mídia que controla a Universal, o prazo estimado pelos analistas da gravadora para que os CDs sumam do mapa pode ser de dez anos.

    De onde vem o “hit” que DEVE ser ouvido hoje? Da capa de um caderno de cultura? Do blog musical de quem sabe das últimas? De um Facebook ou Twitter de alguma celebridade da internet? De um vídeo babado? De revistas especializadas? Dos prêmios? (Souberam que o Grammy reduziu 31 das suas 109 categorias para 2012?) ou de novos (e velhos) DJs e suas favoritas via redes sociais?

    taxi ny

    Temos mais de 80 agências de DJs no Brasil, e como taxis, não faltam DJs em São Paulo. Pensando bem, isso pode ser bom, neste caso, assim, os DJs conseguem voltar a determinar o rumo das coisas. Não?

    Felipe Venancio é DJ e produtor musical, sócio do estúdio 12. Ele escreve mensalmente neste espaço.

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