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    E daí que você já viu isso antes?
    E daí que você já viu isso antes?
    POR Camila Yahn

    via @randreh

    Já disseram tudo _ou nunca se diz tudo?_ que havia pra ser dito sobre a Lady Gaga. Aqui mesmo no FFW, a primeira matéria que publicamos sobre ela foi no final de 2007 (via @gab_marchi, antena ligadíssima em cultura pop na brilhante equipe que eu comando).

    Lembro que nem “Poker Face” havia sido lançada, Gaga afirmava ser uma extraterrestre em missão na Terra (tinha uma série de vídeos no You Tube sobre isso, mas já sumiram com tudo), não tinha perfil no Twitter, zero prêmios no currículo e, o mais bizarro, sua gravadora no Brasil dizia que “ela provavelmente não seria lançada por aqui porque era muito alternativa”.

    Então.

    Estamos em 2010 e Gaga é o maior fenômeno da cultura pop, da música e da moda _do mundo!_ desde, sei lá, Madonna ou Michael Jackson? Tem a coisa do figurino-apoteose, tem a coisa do videoclipe-filme, tem a coisa da internet-magia. Tem alguma coisa aí. O querido Marcelo Sebá explicou num texto que publicamos aqui esse magnetismo não-quantificável que a torna tão absolutamente qualificada para ocupar o trono.

    2011/10/3052_lady-gaga-sunday-times-camille-pagliaLady Gaga no recheio da revista  dominical do jornal americano “Sunday Times”: alvo de chumbo-grosso ©Reprodução

    Mas nem todo mundo tem motivos para celebrar. Camille Paglia, feminista americana e autora de best-sellers sobre o tema, publicou um texto DE-TO-NAN-DO até o último fio de cabelo de Stefani Joanne Angelina Germanotta, ou, como todo mundo a conhece, Lady Gaga, uma “menina que teve uma vida incrível, nunca passou por nenhuma dificuldade notável e ainda estudou no mesmo colégio particular onde estudaram as irmãs/herdeiras Paris e Nicky Hilton”.

    Para a escritora, Gaga representa o fim da revolução sexual. Camille atira seu poderoso arsenal sem dó nem piedade: “Lady Gaga não é sexy, ela sofre de uma disfunção sexual”. No texto que foi publicado só parcialmente no site do “Sunday Times”, a cantora é dissecada viva e ganha um novo título: “Déjà vu diva”. A diva do “eu já vi isso antes”. A feminista cita Marlene Dietrich, Madonna, Janis Joplin, Tina Turner, Cher, Jane Fonda no papel de Barbarella, Gwen Stefani, Pink, Isabella Blow e Daphne Guinness como referências de mulheres que facilitaram a vida de Lady Gaga na hora de construir a sua imagem.

    Dá pra engordar essa lista com David Bowie, Boy George, Jimi Hendrix, Prince, Grace Jones, Cyndi Lauper e ____________ (<– complete o espaço com praticamente qualquer artista pop). Além disso, depois que Lady Gaga conheceu Nicola Formichetti, não tem como não olhar para as bandas de J-POP, as goth-lolitas e todo aquele povo que vive numa realidade paralela no fantástico bairro de Harajuku, no Japão.

    2011/10/3057_ladygagaandfriendsAs mil e uma fontes de inspiração de Lady Gaga numa colagem extraordinária do artista @romeuuu ©Romeuuu/FFW

    O discurso de Camille Paglia pode ser apenas mais um desses rancores que jornalistas “antigos” alimentam contra tudo aquilo que é “novo”. Mágoa de caboclo. Mesmo assim, Camille é uma das críticas culturais mais respeitadas dos EUA _e uma das mulheres (públicas) indubitavelmente mais inteligentes do mundo.

    Esse caldo já começou a engrossar, por exemplo, com Cathy Horyn, crítica de moda do “NYT” que na sequência de Camille publicou uma resenha com o título “Gaga-free” (livres de Gaga), onde argumenta que “a moda está ficando farta da frieza intergaláctica de Lady Gaga. Queremos algo mais próximo da nossa realidade terrestre”.

    Eu, particularmente, gosto da figura da Lady Gaga. Essa coisa de mentir que venceu na vida against all odds, de estar sempre com uma puta cara de tédio, de fingir que foi excluída pelo mundo, de ser total produto e nada _ou quase nada_ verdade. É uma caricatura que só. E é também uma figura de linguagem, uma metonímia do mundo em que vivemos _do mundo em que eu vivo, o volátil mundo da moda. Ela é a parte que representa o todo. Lady Gaga é o que os cientistas chamam de “amostragem”.

    Mas eu gosto mesmo é desses questionamentos que ela desperta, dessa discussão que ela causa. Todo mundo quer ter uma opinião quando o assunto é Lady Gaga. Todo mundo TEM uma opinião. Não importa se ela vai durar pouco ou muito, o importante é o que ela tem feito com o tempo que lhe resta. Isso continua valendo mesmo se ela estiver mais interessada nos cifrões do que nas cifras.

    E daí que você já viu isso antes? Gente assim é que empurra o mundo pra frente.

    Go, Gaga.

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