Conheci o trabalho da Tell No One neste último fim de semana. Trata-se de uma dupla de filmmakres baseada em Londres que, de uns tempos para cá, vem experimentando uma considerável dose de sucesso. O motivo do hype são seus vídeos experimentais, ao mesmo tempo que simples. Quase como exercício estéticos em imagens com movimento. Alías, pelos seus vídeos experimentais, ao mesmo tempo que simples. Vidoezinho curtos, as vezes com menos de um minuto de duração, intitulados como experimentos.
O mais legal disso tudo, porém, é o modo como Luke White e Remi Weekes, os jovens de 20 e poucos anos por trás do Tell No One, se relacionam com a internet. Esses tais “experimentos” – videozinhos curtos, muitas vezes com menos de um minuto de duração -, são postados no blog do duo não como trabalhos concluídos. Mas, sim, como exercícios. Ideias em desenvolvimento. Projetos em construção. São etapas de um processo criativo que nasceu já conectado ao Facebook ou ao Twitter.
Se antes o mero pensamento em dividir uma referência, ou um pedaço de obra em desenvolvimento, era algo inconcebível, hoje já é essencial para jovens artistas. Sem medo de cópias ou ter suas ideias roubadas, os meninos do Tell No One colocam seus experimentos on-line justamente para ouvir o que as pessoas têm a dizer. Para assimilar novas idéias, novas propostas e construir em cima daquele ponto inicial. Quase como um trabalho colaborativo. Só que a infinitas mãos.
Essa postura me lembrou bastante o trabalho que Felipe Carpestano vem fazendo em seu blog, Face Couture. Assim como White e Weekes, Felipe posta imagens de trabalhos em construção + algumas imagens e vídeos que servem de inspiração para construção de suas máscaras incríveis. “Ainda não dá pra saber até onde esse compartilhamento todo, falando de mundo, vai ser bom. Parece que todo mundo está querendo experimentar um pouco dessa exposição, vamos ver onde isso vai dar”, disse ele em entrevista ao FFW.
“Tenho gostado muito desse novo sistema de trabalho. No meu caso o mais interessante é receber um feedback durante o processo de criação. Não que eu me deixe influenciar, ou fique esperando por isso, mas faz dar uma vida útil maior as ideias. Por exemplo, se eu tivesse fazendo as minhas máscaras quieto no meu canto e deixando para apresentar ao mundo o resultado final todo de uma vez, eu provavelmente já teria terminado a coleção inteira pois não estaria investindo o tempo que o blog requer, mas ao mesmo tempo correria o risco de ter todo esse trabalho visto por apenas cinco minutos.”