Protesto: A palavra UTOPIA é preciosa demais para ser usada de forma pejorativa, como sinônimo de sonho impossível. Muita gente entende utopia como “não lugar” (do grego, ou-topos). Eu prefiro entender utopia como “lugar bom” (eu–topos), contrário de “lugar ruim” (caco-topos), exatamente no que nossos lugares estão correndo risco de se tornar.
Um dos maiores urbanistas do século 20, Lewis Munford, disse que até hoje as utopias não deram certo porque eram produto de imaginação desvinculada de um lugar, isto é, fora da realidade. Nas palavras dele: “ A minha utopia é a vida real, aqui ou em qualquer outro lugar, levada até ao limite das suas possibilidades ideais.”
Sugestão: Eu concordo muito com o Munford. E queria convidar você para dedicar esse espaço para falar deste lugar,- cidade, país, continente, planeta- sob a perspectiva de qualquer imaginação ou obstáculo para torná-lo mais inteligente, bonito e divertido.
Fim de ano, fim de COP15, hora de imaginar as possibilidades ideais deste lugar. Feliz futuro.
Fração da obra “Garden of Earthly Delights”, de Hyeronimus Bosch: o irreal surreal © Reprodução