O futuro do design
Por Houssein Jarouche
Imagem cedida por Houssein Jarouche para publicação no FFW
Um assunto que tem me preocupado bastante ultimamente é o futuro da indústria de design no Brasil. No nosso país o design ainda é tratado de maneira amadora na maioria das partes, tornando nossa indústria estritamente comercial. O design é tratado somente como ferramenta de venda, sendo que ele propõe soluções a problemas, e a grande maioria acredita que é design simplesmente o que é “diferente”.
Precisamos colocar mais atenção na maneira com que educamos as crianças e preparamos essa próxima geração para um futuro melhor e próspero.
É mais fácil educar uma criança para crescer com uma experiência estética do que um adulto. Mas na maioria das vezes não é esse o ocorrido. Os pais subestimam a capacidade dos filhos, sendo que o olhar das crianças é muito mais apurado, com um grande interesse pela forma e percepção sensorial.
Os pais precisam inspirar os filhos, criando ambientes agradáveis em que eles exercerão cada vez mais sua criatividade, com atividades simples como por exemplo customizar um móvel ou um brinquedo dentro de casa com adesivos, tintas e outras coisas que estão dentro do universo das crianças.
Uma concretização disso que eu acredito foi uma experiência que vivenciei esses dias. Fui ao supermercado e a compra foi entregue em casa em caixas de papelão. Meu filho de três anos estava em casa e resolvemos customizar as caixas com fitas adesivas e transformá-las em um carrinho. Além da brincadeira em si, o processo todo foi muito interessante para nós dois, e esse se tornou o brinquedo favorito dele.
Se mudarmos o modo de pensar e mudarmos nossas ações, conseguiremos obter um resultado positivo no futuro, pois essas crianças serão os profissionais de amanhã, e quem sabe a indústria brasileira volte a ter uma identidade como tivemos até a década de 60, que foi suspensa pela ditadura.
*Houssein Jarouche é um apaixonado e incentivador do design, dono da loja Micasa e do espaço Volume B. Recentemente, lançou um jornal manifesto, o “Manipresto”, que, com a participação de vários profissionais criativos, se tornou um dos poucos espaços de livre expressão atualmente.