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    Wang na Balenciaga
    Wang na Balenciaga
    POR Camila Yahn

    O último look da coleção de Verão 2014 da Balenciaga, com a modelo Daria Werbowy ©Reprodução

    Os desfiles da Balenciaga sempre acontecem às quintas-feiras, às nove da manhã. Pois na quarta à noite, o produtor francês Michel Gaubert (que faz as trilhas de nove entre os 10 desfiles mais importantes) colocou uma foto de Nicolas Ghesquière no Instagram com a legenda: “As quintas de manhã não são as mesmas sem você”, em referência ao fato de que Nicolas não é mais o diretor criativo da marca. No início do ano, ele foi substituído por Alexander Wang, americano, mais jovem e que já nasceu em uma geração que integra criatividade e business com a mesma facilidade. Veja a coleção completa aqui

    Ghesquière era/é considerado um mito, um artista entre estilistas, um visionário, e os desfiles fechadíssimos da Balenciaga eram o ápice de toda uma temporada de moda. Criou momentos inesquecíveis para a história da moda contemporânea e que tiveram grande responsabilidade na evolução da moda como imagem, forma e tecnologia. Reveja a última coleção de Ghesquière para a marca

    A coleção de Verão 2003, que tinha o surf e o mergulho como referências, é uma das mais brilhantes de seus tempos na marca.

    Quando alguém tão adorado assim sai de cena, é natural que o próximo tome seu tempo para seduzir as pessoas. Mas os exigentes da moda querem respostas imediatas. Para os mais puristas, a Balenciaga a Ghesquière pertence. A estreia de Alexander Wang só foi bem recebida porque: a) as editoras gostam dele; b) ele, naturalmente, trabalhou os principais códigos estéticos da maison; e c) havia uma certa tolerância no ar já que ele teve que criar sua primeira coleção em tempo recorde.

    Preto e branco, comprimentos curtos, pele à mostra e muitas opções de sapatos ©Reprodução

    Mas chegamos à segunda coleção, uma prova mais dura ainda. Muitos esperam um escorregão; poucos assistem ao desfile abertos para o que virá. Se Alexander é tão adorado e tão cool em sua cena em Nova York, sua passagem pela Balenciaga mostra que em Paris o caminho será mais árduo.

    Ninguém duvida de seu talento e de sua capacidade. Wang é esperto, tem olhar e dá respostas rápidas.

    Na coleção apresentada nesta manhã (26.09), deu sinal de mais mudanças: saiu do tradicional endereço da marca em Saint German e apresentou o desfile no Observatório de Paris, um lugar grandioso, com amplas janelas e luz natural. E mais: com transmissão ao vivo, uma inovação e tanto para a Balenciaga.

    A coleção, muito bonita e hiper bem executada, está repleta de símbolos que transformaram Wang no rei do sport-cool: boas jaquetas, boas calças e bons acessórios, sempre com uma pegada que equilibra esportivo, urbano e design. É glamouroso, é chique e é jovem. E as meninas querem usar. #shortscomtopcropped

    Shorts de corrida em versão “deluxe” com tops cropped e formas levemente arredondadas e estruturadas ©Reprodução

    E de Balenciaga, tem o quê? As formas e estruturas foram suavizadas; a pureza se foi. A sobriedade e as peças de impacto que indicariam os próximos rumos também. Wang disse ao site Style.com: “Quero abrandar o DNA e os códigos da empresa com a qual estou trabalhando”. Vamos combinar que não precisava aquela trilha…

    Nos tempos de Cristóbal Balenciaga, Christian Dior chegou a dizer: “A alta-costura é como uma orquestra, cujo maestro é Balenciaga. Nós, os outros costureiros, somos os músicos e seguimos suas direções”. Até Coco Chanel reverenciava o espanhol: “Ele é o único capaz de cortar os tecidos, criar uma coleção e costurar com as próprias mãos. Os outros são meros designers de moda”.

    Entra em cena Alexander Wang com a proposta de suavizar a história. Mas não é dever do estilista agregar sua personalidade ao legado que tem em mãos no momento? Era esperado que ele apenas continuasse a linha de Ghesquière? Não seria natural e até necessário para a Balenciaga causar uma ruptura em algum momento? O mesmo ocorre com Saint Laurent e Hedi Slimane. YSL grunge? Certo ou errado?

    Já não tem mais certo ou errado, e sim bom senso. É apenas a maneira como as coisas estão acontecendo e o caminho que a moda está trilhando hoje. Temos que avaliar a coleção por si, além do “gosto/não gosto”, tentar encontrar um sentido e ver se ela tem lugar não apenas no nosso coração, mas no mercado atual. A coisa não está fácil para os estilistas. Tradição tem que ser transformada em visão.

    E se pensarmos assim, então a coleção de Wang para a Balenciaga deve ser um sucesso, pois aproxima a marca de um público maior com uma coleção bonita, “fácil” e, mais do que isso, eficiente. Tanto para suprir páginas de revistas, vestir as celebridades que fazem o estilo vanguarda de boutique e fazer a caixa registradora tilintar. #$$$$$$

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