Com exclusividade para o FFW, Pitty Taliani fala sobre a experiência de ter acompanhado de perto a cerimônia de abertura dos Jogos Pan-Americanos Toronto 2015, onde a delegação brasileira estreou os uniformes que ela assinou, como Amapô, ao lado de Carô Gold.
A Amapô foi a vencedora de um processo de seleção coordenado por Paulo Borges, diretor da Luminosidade, empresa idealizadora da campanha Amo Moda Amo Brasil e responsável pelos principais eventos de moda do país. Foram contabilizados votos de atletas brasileiros, além de integrantes do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
Os uniformes criados pela Amapô já haviam sido apresentados ao público durante o SPFW Verão 2016; mas nada como acompanhar o espetáculo ao vivo, com a entrada da delegação brasileira no evento de abertura dos Jogos, que aconteceu na sexta-feira (10.07). Abaixo, o relato de Pitty Taliani:
“Cheguei a Toronto três dias antes da cerimônia oficial de abertura dos Jogos Pan-Americanos 2015, com a tarefa de dar suporte à equipe que estava distribuindo os uniformes e dar consultoria para os atletas e dirigentes que iriam desfilar. A sede do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) fica dentro da Vila Pan-Americana, no prédio onde toda a delegação está hospedada; então nos dias pré-abertura, como eu estava na Vila e os Jogos não haviam começado, eu tinha contato com os atletas o tempo todo.
Foi muito produtiva essa interação; este é um mundo completamente diferente do que estamos acostumadas. Alguns atletas estranharam a formalidade do look – mas, após a prova, se sentiram confortáveis pois utilizamos tecidos que permitem o conforto.
Para o desfile de abertura, foram criados dois uniformes, mais formais: um feminino e um masculino. Para o desfile de encerramento, que é mais despojado, foram criados seis modelos de camisetas, que vão substituir a camisa e o blazer dos atletas.
Todos os atletas faziam a prova de roupa e eram encaminhados para as costureiras. Sempre tinha algo para ser ajustado, principalmente nos looks masculinos: por ser calça, todos tinham que fazer barra. Como eram muitos, não dava para cuidar pessoalmente de cada um, mas havia uma equipe de costureiras muito eficientes – necessidade que já havia sido definida no Brasil, antes da viagem.
Em alguns casos específicos eu cuidava de todo o processo pessoalmente, como o atleta Thiago Pereira, que foi o porta-bandeira do desfile do Brasil.
Nem todos os atletas puderam desfilar na cerimônia de abertura porque alguns tinham competição no dia seguinte e precisavam ficar concentrados. Mas no dia depois da cerimônia, na sala de entrega de uniformes, eles formaram uma fila às 9h da manhã para retirarem seus uniformes para guardar de recordação! Todos adoraram, e isso foi o mais legal!
Assisti à cerimonia do melhor lugar possível (risos). Eu estava na grade, na parte central do estádio! Não tinha lugar melhor: os atletas passavam a dois metros de mim! Foi uma emoção muito grande. Na hora que o mestre de cerimônia anunciou o Brasil, o estádio, que supostamente estava calmo, foi à loucura! Todo mundo se levantou e começou a aplaudir! Parecia um caldeirão, era impossível ficar parado. A energia era tanta que torcedores de outros países enlouqueceram com a gente! De repente o estádio ficou com as cores do Brasil, era nosso!
Muitos atletas passavam por mim e acenavam, agradeciam. Foi muito impactante essa hora! Várias pessoas à minha volta comentavam os looks do Brasil, muitos elogios. Você via o orgulho, a emoção deles ao desfilarem – e claro que o look ajuda bastante, dava para ver a satisfação que os atletas tinham com os uniformes. Conseguimos transmitir toda a nossa energia do processo da concepção para os uniformes! Foi tudo muito lindo!
Nos bastidores, após o desfile, no lobby do hotel, nas televisões locais… Só tinha um comentário, e era como os brasileiros estavam lindos. O ministro do esporte George Hilton ficou muito satisfeito com o resultado. O presidente do COB Carlos Nuzman elogiou muito. E a diretora do COB Christiane Paquelet também – só elogios! Muitos dirigentes de outros países vieram me elogiar, queriam os uniformes!
Foi uma experiência única poder fazer parte da delegação brasileira. Queria parabenizar o COB e a Luminosidade pela iniciativa de juntar a moda com o esporte: tomara que seja apenas o começo de um processo que só evolua! Também quero agradecer ao COB e aos atletas que confiaram na Amapô para a criação dos uniformes brasileiros.
Queria muito ter dividido minha experiência com a Carô, mas como ela está grávida, não pode me acompanhar.
Agora estamos torcendo por nossos atletas! Adoro acompanhar os Jogos Pan-Americanos e as Olimpíadas! Gosto de ver a ginastica artística, rítmica, os looks sempre são bafo. Patinação também tem looks incríveis. Adoro natação. E acompanho as competições por equipes, como vôlei, basquete. Sempre que tem algum brasileiro, não importa qual é o esporte, gosto de assistir!
E vamos aguardar com ansiedade a festa de encerramento para ver os atletas brasileiros novamente de Amapô”.
+ Carô Gold e Pitty Taliani, da Amapô, em conversa com a “FFWMAG”