HomeNewsModa
ModaNotíciasStreet StyleRed CarpetShooting
ColeçõesBelezaCultura
CulturaArteMúsicaCinema & TVDesignGenteViagem
FFW AmaFFW Aprender

Selecione
Ordenar por


HomeNewsModa
ModaNotíciasStreet StyleRed CarpetShooting
ColeçõesBelezaCultura
CulturaArteMúsicaCinema & TVDesignGenteViagem
FFW AmaFFW Aprender

HomeNewsModaColeçõesBelezaCulturaFFW AmaFFW Aprender
ModaNotíciasStreet StyleRed CarpetShooting
CulturaArteMúsicaCinema & TVDesignGenteViagem
 

Como moda e sustentabilidade podem caminhar lado a lado

29.09.2016 / Sustentabilidade / por FFW

Por Larissa Roviezzo, em colaboração com o FFW

Imagem do canal de aluguel de roupas da marca sueca Filipa K ©Reprodução
Imagem do canal de aluguel de roupas da marca sueca Filipa K ©Reprodução

Sustentabilidade, eco, ética, moda sustentável, verde… esses termos e expressões são cheios de significados e pouco a pouco, tomam espaço e se tornam cada vez mais visíveis em nosso dia a dia. Mas é claro que, como toda tendência (ou a maioria), não existe inovação se não houver uma razão. A moda é uma das maiores indústrias do mundo, tanto no sentido de desenvolvimento econômico e geração de empregos, como quanto ao consumo de recursos naturais – matérias-primas, energia, água e químicos – necessários para fazer esse segmento girar. E, apesar de toda grandiosidade e glamour, é preciso pensar no impacto que a indústria tem no nosso planeta e nas pessoas diretamente relacionadas a ela, uma informação que geralmente está muito longe das vitrines e das revistas.

Como tudo na vida, a “conta sempre chega”, e não adianta correr, vamos ter que pagar em algum momento. É exatamente por isso que todos esses novos termos estão tão em evidência hoje em dia, porque existe uma necessidade de inovar essa indústria que faz tanto parte da nossa vida, mesmo que indiretamente. Um exemplo que pode demonstrar o impacto da indústria  em geral é o estudo feito em 2015 nos EUA pela Levi Strauss & Co, a famosa Levi’s®. De acordo com os dados, uma calça jeans usa 3.781 litros de água em todo o seu ciclo de produção e utilização. Esse número engloba desde o cultivo do algodão, até a fabricação e o cuidado dos consumidores em casa, sendo que só o desenvolvimento da fibra de algodão usa 68% desse total de água. Além disso, não se pode esquecer de citar o impacto causado pelos químicos sintéticos utilizados no processo de tingimento, um problema sério apontado pelo Greenpeace desde 2010.

A partir dessa necessidade de inovação, surgem novos modelos de negócios que inspiram e mostram que existem possibilidades, basta sairmos do convencional. Inovação para diminuir impactos ambientais, reutilização de água, energia renovável, melhores condições para os trabalhadores, reciclagem de matéria-prima e muitas outras coisas.

Produtos da Vigga ©Reprodução
Produtos da Vigga ©Reprodução

Como exemplo de negócio que impulsiona essa mudança usando economia circular como conceito, está a marca dinamarquesa VIGGA. Com os princípios de reduzir, reutilizar e reciclar, ela acredita que não adianta desenvolver a roupa da maneira sustentável se essa roupa for usada poucas vezes e jogada fora. Isso significa muita energia, matéria-prima e esforço para pouco uso. Pensando nisso, a marca, focada em roupas para bebês, oferece um sistema de assinatura em que o consumidor paga um valor mensal e recebe uma seleção de roupas de acordo com o tamanho da criança.

E na medida em que essas roupas não servem mais, os pais as enviam de volta, recebem novas em tamanho maior, e depois de uma limpeza especial, a VIGGA tem a oportunidade de enviar essas roupas para outras famílias, consertar quando necessário, ou reciclar o material quando não é mais indicado para uso. Um sistema cíclico que beneficia todos os envolvidos: consumidores, empresa, indústria e meio ambiente. E tem mais um diferencial: as peças são desenvolvidas com algodão e lã orgânicos livres de químicos prejudiciais à saúde.

Filipa K ©Reprodução
Filipa K ©Reprodução

Também visando uma economia circular, a marca sueca Filippa K oferece o serviço de locação de peças da coleção como uma oportunidade ao consumidor de se manter atualizado, sem a necessidade de consumir e acumular roupas no guarda-roupa (veja mais aqui). É possível alugar as peças por quatro dias pagando 20% do valor. No site, eles também têm uma seção com dicas de cuidados para que suas roupas durem mais tempo.

Eles também recolhem peças que os clientes não querem mais, oferecem um voucher de 15% por cada peça retornada, faz uma reformulação quando necessário e disponibiliza novamente na sessão de “segunda mão” (second hand shop). É fundamental ressaltar que a Filippa K, apesar de ter uma sessão de “second hand” desde 2008, faz mediante um contexto diferente do que estamos condicionados a pensar. Não são peças vintages como em brechó, ou peças maltratadas e muitas vezes com cheiro forte. A grife leva essa ideia para outro patamar, investindo em Visual Merchandising e maneiras de reaproveitar esse produto. E claro, quando não é possível viabilizar a peça comercialmente, elas são enviadas para organizações humanitárias. Ou seja, além de outras ações pensando em uma moda mais sustentável, a marca está cada vez mais investindo em soluções para o descarte do produto, visando minimizar os impactos no nosso meio ambiente.

Outro trabalho interessante de citar é o de empresas que transformam materiais desperdiçados em matéria-prima, desenvolvendo novos produtos e dando nova vida aos resíduos. Esse processo, chamado Upcycling, é o modelo de negócio usado pela marca gaúcha Insecta Shoes, que utiliza tecidos e roupas em desuso para fazer seus sapatos.

Look da coleção de Verão 17 da À La Garçonne ©Agência Fotosite
Look da coleção de Verão 17 da À La Garçonne ©Agência Fotosite

Mais um importante exemplo nacional que abraça essa causa é a À La Garçonne, de Fabio Souza e Alexandre Herchcovitch. Com uma produção de baixa escala, a marca desenvolve peças únicas a partir do garimpo de roupas prontas, tecidos esquecidos e materiais reciclados. Um trabalho em que a sustentabilidade surge através da criatividade, do design e da experiência técnica do estilista.

Mas claro que nem tudo são flores. Assim como a indústria de hoje levou tempo e aprendeu com os próprios erros para ser esse grande império, que infelizmente causa grandes impactos no nosso planeta, esses modelos de negócios fazem parte das mudanças e soluções para uma nova consciência na indústria.

E os idealizadores desses novos projetos seguem aprimorando o funcionamento e o processo a partir do feedback dos clientes e dos problemas que aparecem no meio do caminho. O importante é que eles existem e que os consumidores e os empresários entendam a necessidade de mudança, se identificando e apoiando essas ideias.

A moda está caminhando irreversivelmente para uma nova realidade, onde quem pensa, faz e disponibiliza os produtos, exerce uma grande responsabilidade. Repensar e revisar o atual processo se faz necessário, e abre espaço para novas ideias de viabilizar, fazer e consumir moda.

* Larissa Roviezo é brasileira e vive em Berlim, onde faz um Master e Sustainable Fashion na Esmod Berlin, uma das instituições pioneiras nessa abordagem @lariroviezzo @forbetterfashion 

Leia mais:

+ Herchcovitch e Fabio Souza falam sobre o conceito sustentável por trás da À La Garçonne

+ O novo tempo da moda

+ Chiara Gadaleta fala sobre moda sustentável no Brasil

 


Galeria de Fotos

Ver fotos
vigga 2
imagem_release_758492
imagem_release_758499
filipa k
Compartilhe este conteúdo

Relacionados

Ver todos
Colagem / Foto: Cortesia
Moda

Moda circular: conheça Billi, diretor criativo da marca de upcycling Rosa no Preto

Foto: @xxeyce
Moda

Saiba o que rolou na Semana Fashion Revolution 2022

Foto: George Cereca / Cortesia Fashion Revolution
Sustentabilidade

Semana Fashion Revolution 2022 começa com tema Dinheiro, Moda e Poder

metaverso-ffw-4
Sustentabilidade

Existe sustentabilidade no metaverso?

Mais Lidas
Mais Curtidas
1
Por que o crescimento vertiginoso da Shein não é uma boa notícia
2
Shein abre primeira loja física no Brasil
3
As 10 principais tendências da moda masculina para o verão 2022/2023
4
A visão do fim e de um novo começo: O brutalismo da arquitetura às passarelas
5
Método de 3 palavras é a técnica do momento para descobrir seu estilo
6
Frank Ocean lança anel peniano de R$ 130 mil para sua marca de acessórios Homer
7
Collab: coleção Gucci x Adidas chega às lojas do Brasil em julho
8
A Gen Z está obcecada com o Old Money: Por que isso pode ser problemático?
9
Nike e CBF revelam nova camisa da seleção brasileira de futebol
10
TOP 10: As melhores faculdades de moda públicas do Brasil
1
Entenda a mudança que irá transformar o sistema de moda
2
"Coronavirus pode ser um recomeço", diz Li Edelkoort
3
Revista Bravo! é relançada em formato independente
4
LAB de Emicida traz a voz das ruas para passarela do SPFW
5
Dossiê FFW: Os 10 hits dos desfiles internacionais do Inverno 2017
6
Sem tabu: as revistas nacionais que retratam o nu masculino
7
Por que Stella McCartney está anos luz à frente de outras marcas de luxo
8
A influência dos Peaky Blinders no mercado masculino
9
Reveja o desfile da Louis Vuitton que aconteceu no Rio de Janeiro
10
Lagerfeld lança estojo de desenho com a Faber Castell

Veja Também

casaco Baw, camisa Pars, calça Unkoncept, óculos, botom e bota acervo
Moda

FFWShooting "ALTERED STATE

4ada18ec-c1cb-453d-886e-a2ae7020078e
Moda

Beleza: marca de Milly Bob Brown no Brasil, Prada Beauty e mais novidades

A mule da Dior em colaboração com a Birkenstock
Moda

A evolução do conforto: mules se tornam protagonistas

Sandman com o look Gareth Pugh / Reprodução
Cultura pop

Por trás do figurino da série Sandman

zendaya_valentino_meia
Moda

Trend alert: as meias calças coloridas

justynaczerniak_-ps-shadesofmylife-sarahloufalk-mikialamode-nick-leuze-paris-fashion-week-fall-winter-2022-03-03-2022-njl_2439-scaled
Moda

Método de 3 palavras é a técnica do momento para descobrir seu estilo

photo_craves_copyright-nyx-professional-makeup
Beleza

5 ativações de beleza no Metaverso

foto: pedro macedo para A magazine Curated by
Moda

Moon river cha cha: Conheça o stylist mineiro Matheus Lomonte

Pedro Scooby com peças de sua coleção para a Quicksilver / Foto: Cortesia
Moda

Pedro Scooby fala sobre sua primeira coleção de moda e os ensinamentos do surf

Cena do documentário We Met in Virtual Reality / Reprodução
Tecnologia

We Met in Virtual Reality é o primeiro documentário filmado dentro da realidade virtual

Foto do anel peniano de 18 quilates / Imagem: Reprodução
Moda

Frank Ocean lança anel peniano de R$ 130 mil para sua marca de acessórios Homer

nike_bnt_jersey_1_uncropped
Moda

Nike e CBF revelam nova camisa da seleção brasileira de futebol


Sobre a plataforma FFWApoieSeja um ColaboradorAnunciePolítica de Privacidade
Sobre a plataforma FFWApoieSeja um ColaboradorAnunciePolítica de Privacidade
© 2022 FFW Media. Todos os direitos reservados | site parceiro do UOL Universa | design ps.2

Assine a newsletter do FFW

Seja o primeiro a ter acesso a conteúdos exclusivos. Nós chegaremos ao seu email semanalmente quando tivermos algo realmente cool e relevante para dividir.

×