Será que Peter Do poderia devolver a relevância à Helmut Lang ? Essa era a pergunta que ecoou entre 11 de 10 veículos moda desde que a contratação do designer foi anunciada, em maio. O mais agiuardado desfile da NYFW aconteceu nesta sexta-feira, primeiro dia oficial do mês da moda internacional.
Ao som do metro de NY como trilha sonora, Peter Do apresentou a sua visão para o que pretende imprimir na marca que perdeu brilho após a saída de seu fundador. A coleção foca majoritariamente na alfaiataria e inclui muitas referências à coleções do designer austriaco que fundou a marca que definiu o minimalismo na moda entre o final dos anos 1980 e meados dos anos 1990.
Da estampa de táxis de Nova York com a legendária publicidade de Helmut Lang no topo, às faixas coloridas cruzando o peito e descendo pela lateral das calças, a camisaria branca, o jeanswear e o utilitário, a beleza todas as referências mais importantes à Helmut Lang estavam lá mixadas à silhueta acinturada por vezes mais afastada do corpo que são assinatura de Do. Ousaria dizer que podemos ver um pouco de Raf Simons na coleção, principalmente de sua fase à frente da Calvin Klein.
Em uma colaboração com Ocean Vuong, artista novaiorquino de raízes vietnamitas, assim como Peter Do, poemas estampam camisetas, atualizando o que Lang fazia nos anos 90 com a artista Jenny Holzer.
É bonito o trabalho de tecidos retorcidos que misturam vermelho, amarelo, preto e branco e fazem referência à coleção de inverno 2004 e que tem seu ápice no vestido em color blocking pink de Sasha Pivavorova que fechou o desfile.
É uma ótima coleção de estreia que deixa boas expectativas para o que poderá vir adiante se a marca der tempo a Peter Do para desenvolver e sustentar sua visão criativa.