Entre rumores, boatos e todo um sortimento de comentários, Maria Grazia assinou mais uma coleção para a Dior – a última? A penúltima? Ainda não se sabe. O que se nota é que ela fez uma coleção um tanto experimental, algo um tanto inédito no seu repertório, em que o comercial é sempre o norte.
Nas paredes as obras da artista plástica indiana Rithika Merchant com olhos bordados e outros elementos lúdicos. Tem ligação com a coleção? Não, mas já faz um tempo que Maria não busca criar esses elos, a passarela é uma galeria e as roupas outro assunto.
Se o espartilho e o corset vêm sendo apontados como dois símbolos que marcam o retrocesso do nosso tempo, na Dior ele também é visto, mas menos sexy e mais monárquico, digamos assim. Há um bloco meio camisola, repleto de anáguas, bem boudoir. Na sequência evolui para crinolinas (armações usadas sob saias no século 19) todas decoradas com flores, bordados e texturas. O que Maria quer nos dizer ao mostrar mulheres assim? São inúmeras interpretações, mas há um desejo de liberdade ali, nos looks que remetem à penugem de pássaros. Nos resta esperar.